Brasil e Argentina estão próximos de firmar acordo para o fornecimento de gás natural de Vaca Muerta. Entenda os volumes previstos, o impacto na integração energética e os desafios para viabilizar o projeto.
O Brasil e a Argentina estão em fase final de negociações para consolidar um acordo sobre gás natural proveniente de Vaca Muerta, uma das maiores reservas não convencionais do mundo. Segundo o diretor de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcello Weydt, o protocolo de intenções pode ser assinado em breve, fortalecendo a integração energética no Cone Sul.
Volumes de gás previstos e projeções para o futuro
De acordo com o MME, o fornecimento começará com 2 milhões de metros cúbicos por dia destinados ao Brasil em um primeiro momento. A projeção é que esse volume cresça para 10 milhões de m³/dia em até três anos. Com isso, chega a 30 milhões de m³/dia a partir de 2030.
Esses números refletem o potencial da formação de Vaca Muerta, localizada na Patagônia argentina, considerada estratégica para garantir segurança energética na região.
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Atualmente, cerca de 17 empresas no Brasil possuem autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para importar gás natural da Argentina. Weydt destacou durante o evento Rio Pipeline & Logistics, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que o momento é inédito: “De maneira geral, nunca estivemos tão próximos de consolidar essa integração, não apenas pelos dutos existentes, mas também pelo diálogo e pela mobilização dos agentes envolvidos.”
A visão argentina sobre Vaca Muerta
O presidente do Instituto Argentino del Petróleo y del Gas (IAPG), Ernesto López Anadón, reforçou que os países do Cone Sul precisam aproveitar os recursos disponíveis. Segundo ele, a integração energética depende tanto de iniciativas privadas quanto de políticas públicas adequadas. Para isso, será essencial que os governos criem condições regulatórias que deem segurança jurídica aos contratos.
Apesar do otimismo, especialistas apontam que a viabilidade do acordo também dependerá da demanda firme do mercado brasileiro.
O vice-presidente Comercial da Tecnopetrol, Leonardo Macchia, destacou que contratos de longo prazo serão fundamentais para justificar investimentos em novos gasodutos e garantir exportações sustentadas. “O Brasil precisa estar disposto a assinar contratos de fornecimento de longo prazo para viabilizar os gasodutos”, afirmou.