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Governo brasileiro quer dominar terras raras e transformar minerais estratégicos em motor da nova revolução tecnológica

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 24/10/2025 às 10:35
Pilhas de minerais metálicos raros sobre notas de euro com bandeira do Brasil ao fundo, representando o domínio nacional da cadeia produtiva das terras raras.
Minerais estratégicos brasileiros, como as terras raras, tornam-se foco de política industrial e tecnológica do governo Lula, com potencial de transformar a economia nacional.
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Celso Amorim afirma que governo Lula planeja política soberana para controlar o uso e a produção desses recursos no país

O Brasil iniciou em outubro de 2025 uma ampla e estratégica discussão sobre o futuro das terras raras, minerais indispensáveis para baterias, semicondutores e equipamentos militares. Além disso, o debate ganhou força após o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, defender em entrevista que o país precisa controlar toda a cadeia produtiva.

Ele destacou que é essencial agregar valor antes de exportar as matérias-primas, já que isso fortalece a indústria nacional e reduz a dependência externa. Assim, segundo Amorim, a prioridade é fortalecer a indústria nacional, estimular inovação tecnológica e garantir autonomia produtiva para o país.

Política nacional para minerais estratégicos

De acordo com Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia a criação de um conselho especial ligado à Presidência, o qual deve coordenar políticas voltadas aos minerais críticos e estratégicos, como as terras raras. Além disso, a medida busca assegurar uma gestão integrada e eficiente desses recursos.

O diplomata explicou que o plano tem como objetivo definir a demanda interna, organizar o beneficiamento e planejar o uso racional dos recursos naturais dentro do território brasileiro. Por isso, ele comparou o papel das terras raras ao urânio, ressaltando que ambos exigem visão de Estado, domínio tecnológico e planejamento de longo prazo.

Desenvolvimento interno e valor agregado

Amorim enfatizou que o Brasil deve abandonar o modelo de exportação de matérias-primas sem valor agregado e, portanto, investir de forma consistente na industrialização do conhecimento. Para ele, é essencial que o país produza e recicle baterias, semicondutores e componentes eletrônicos localmente, garantindo independência tecnológica.

“Não basta produzir o carro; é preciso produzir e reciclar a bateria aqui”, afirmou. Segundo o assessor, essa estratégia assegura que a tecnologia sirva à transição ecológica real, enquanto promove crescimento industrial sustentável e inovação nacional.

O plano, além disso, pretende fortalecer a produção nacional de componentes tecnológicos e criar empregos qualificados, ampliando oportunidades em setores de alta tecnologia. Dessa forma, o país passa a valorizar o conhecimento científico e industrial, evitando repetir o histórico de exportar apenas matérias-primas.

Relevância geopolítica e equilíbrio internacional

O aumento da demanda global por terras raras coloca o Brasil em uma posição geopolítica estratégica, já que o país reúne vastas reservas ainda pouco exploradas. Amorim observou que Estados Unidos e China disputam o domínio da cadeia desses minerais e, por isso, o Brasil deve agir com cautela.

Ele reforçou que essa disputa evidencia a necessidade de uma política externa equilibrada e soberana. O assessor defendeu que o país mantenha cooperação com ambos os lados, porém, sem abrir mão da autonomia nacional e dos interesses internos.

“Queremos equilíbrio. Nunca será exato, mas queremos um relacionamento respeitoso e vantajoso para os dois lados”, declarou. Além disso, Amorim destacou que o Brasil pode se tornar um mediador natural na corrida global por recursos estratégicos, desde que priorize sua própria política de desenvolvimento.

Desafios tecnológicos e próximos passos

De acordo com especialistas, o Brasil ainda enfrenta desafios tecnológicos, logísticos e institucionais para consolidar sua presença no mercado global de terras raras. Entretanto, o cenário é promissor, pois o país reúne potencial mineral e industrial inigualável.

O beneficiamento e a separação desses minerais exigem tecnologia avançada e investimentos de longo prazo, o que o governo pretende desenvolver por meio de parcerias industriais e científicas. Além disso, o país busca organizar todo o ciclo produtivo, desde a extração até a reciclagem de componentes, o que deve reduzir a dependência externa e fomentar a economia verde.

Por conseguinte, o sucesso dessa estratégia dependerá de políticas públicas contínuas e de uma atuação coordenada entre governo, universidades e setor privado. Assim, o país poderá transformar sua vantagem mineral em inovação sustentável e competitividade global.

Perspectiva estratégica

Com o avanço dessa agenda, o Brasil pretende fortalecer sua soberania mineral e assegurar que o aproveitamento das terras raras ocorra de forma sustentável, tecnológica e independente. Além disso, a criação do conselho presidencial representa um passo decisivo rumo à autonomia produtiva e à inovação nacional.

Portanto, o país começa a trilhar um caminho sólido em direção à reindustrialização verde e à liderança tecnológica latino-americana.

Diante desse cenário, a grande questão que fica é: como o Brasil transformará seu potencial mineral em um salto tecnológico real nos próximos anos?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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