Êxodo milionário coloca país na 6ª posição mundial
O Brasil deverá enfrentar uma nova fuga de capital em 2025.
A saída líquida prevista é de 1.200 milionários, segundo relatório divulgado pela Henley & Partners em 24 de junho de 2024.
Assim, o volume total de recursos transferidos pode alcançar impressionantes US$8,4 bilhões, cerca de R$46 bilhões, em menos de um ano.
Portanto, o país ocupa o 6º lugar no ranking global de êxodo de indivíduos de alta renda.
Fica atrás de potências como Reino Unido, China, Índia, Rússia e Coreia do Sul.
A consultoria reforça que esse movimento já se tornou o maior da América Latina.
Para a New World Wealth, parceira no levantamento, 142 mil milionários devem migrar para outros países até o fim de 2025.
Esse número estabelece um recorde histórico.
Destinos atrativos crescem para elite brasileira
Enquanto a tendência de saída se confirma, os destinos preferidos pelos brasileiros endinheirados se diversificam cada vez mais.
Entre as principais opções destacam-se Estados Unidos, sobretudo a Flórida, além de Portugal, Ilhas Cayman, Costa Rica e Panamá.
Essa escolha, segundo o estudo anual, reflete a busca por qualidade de vida, segurança e ambiente político estável.
Também há interesse em países com menores cargas tributárias.
Desde 2014, o Brasil já perdeu aproximadamente 18% da sua população milionária.
Assim, o país está na 10ª posição do ranking global de perdas no período.
Para efeito de comparação, países como Argentina, Turquia e Nigéria enfrentaram quedas semelhantes.
As principais causas foram crises cambiais na última década.
Fatores que impulsionam saída preocupam analistas
De acordo com a Henley & Partners, indivíduos com alto patrimônio líquido costumam ser os primeiros a migrar.
Eles deixam o país quando percebem instabilidade econômica, falta de perspectiva política ou riscos à segurança.
Para os consultores, o fluxo constante de milionários para o exterior indica um alerta estrutural para a economia nacional.
Especialistas apontam que, diferentemente de China, Índia, Rússia e África do Sul, cujos índices de êxodo devem ser os menores desde a pandemia, o Brasil mantém uma tendência de saída líquida elevada.
O relatório menciona que a China, por exemplo, perderá 7.800 milionários.
Parte desse contingente vem sendo compensado pelo retorno de cidadãos ricos que viviam no Reino Unido.
Esse cenário ainda é distante para brasileiros.
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Efeitos do êxodo refletem no capital e na influência
Para a New World Wealth, a migração em massa de indivíduos ricos provoca consequências diretas nas nações envolvidas.
Países receptores ganham com aumento de investimentos e valorização de ativos locais.
Além disso, há expansão da receita cambial.
Por outro lado, os países emissores, como o Brasil, podem sofrer impactos negativos de longo prazo.
Eles perdem capital produtivo, recolhimento de impostos e a influência econômica dessas lideranças.
Especialistas lembram que, entre 2014 e 2024, o país já demonstrou vulnerabilidades nesse aspecto.
A evasão de capital se agravou em períodos de crise política e econômica.
Perspectiva para 2025 reforça necessidade de atenção
Diante da projeção de saída de 1.200 milionários até dezembro de 2025, consultorias internacionais avaliam que o fenômeno deve permanecer em alta.
Isso ocorrerá caso não haja mudanças estruturais.
Para analistas, políticas de segurança pública, estabilidade institucional e revisão de cargas tributárias são estratégias essenciais.
Essas medidas podem conter o fluxo migratório.
Além disso, a Henley & Partners reforça que o monitoramento desse grupo econômico pode sinalizar tendências futuras.
Milionários são frequentemente os primeiros a antecipar mudanças de cenário.
O relatório anual, publicado em parceria com a New World Wealth, destaca que o Brasil ainda enfrenta desafios maiores que seus parceiros do BRICS.
Esses países já demonstram capacidade de recuperação parcial de suas elites econômicas.