Brasil lança fundo de R$ 673 bilhões para salvar florestas, atrair investidores e liderar o futuro da sustentabilidade global.
Brasil aposta em fundo bilionário para preservar florestas e garantir o futuro sustentável
O Brasil vai lançar nesta quinta-feira (6) um dos maiores fundos de preservação ambiental do planeta. Batizado de “Tropical Forests Forever Facility (TFFF)”, o programa busca captar R$ 673 bilhões — cerca de 125 bilhões de dólares — para proteger as florestas tropicais e impulsionar o futuro da sustentabilidade global.
O anúncio acontece em Belém (PA), às vésperas da COP 30, reforçando o protagonismo brasileiro nas discussões sobre meio ambiente.
A iniciativa, liderada pelo governo Lula, pretende unir governos estrangeiros e investidores privados em uma estratégia financeira inédita.
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O objetivo é transformar a preservação florestal em um ativo econômico de longo prazo, garantindo recursos permanentes para proteger o bioma amazônico e outras áreas verdes em países em desenvolvimento.
Fundo vai pagar países por hectare de floresta preservado
O Tropical Forests Forever Facility funciona de maneira simples, mas poderosa: os países que mantiverem taxas de desmatamento inferiores a 0,5% ao ano receberão pagamentos proporcionais aos hectares preservados.
Assim, o projeto cria um estímulo econômico direto para que as nações mantenham suas florestas em pé, transformando a preservação ambiental em fonte de renda sustentável.
Segundo o governo, a proposta é inovadora justamente por oferecer retorno financeiro permanente a quem protege o meio ambiente. A ideia rompe com o modelo tradicional de doações pontuais, ao criar uma estrutura de investimento que remunera o cuidado contínuo com os ecossistemas.
Captação de recursos: R$ 134,6 bilhões na primeira fase
Na fase inicial, o Brasil pretende captar R$ 134,6 bilhões junto a países patrocinadores dispostos a assumir os riscos e eventuais perdas iniciais. Essa etapa servirá como base sólida para a entrada posterior de investidores privados, que deverão aportar R$ 538,4 bilhões adicionais, somando os R$ 673 bilhões estimados.
Entre os potenciais parceiros estão fundos de pensão, fundos soberanos e agências internacionais de financiamento climático, interessados em garantir rentabilidade aliada à sustentabilidade. Dessa forma, o Brasil busca unir preservação e lucro, provando que o futuro verde pode ser também economicamente viável.
Lucro anual estimado e impacto global
De acordo com projeções oficiais, o TFFF deve gerar cerca de R$ 21,5 bilhões por ano em rendimentos, beneficiando até 74 países emergentes que mantêm políticas de conservação efetivas. Essa estrutura pretende fortalecer a cooperação internacional e consolidar o Brasil como líder mundial em sustentabilidade.
Além disso, o modelo pode inspirar outras nações a criar mecanismos semelhantes, promovendo uma nova economia baseada na preservação das florestas. Com isso, o país pretende não apenas preservar o que resta da Amazônia, mas também influenciar políticas ambientais globais nas próximas décadas.
Brasil quer mostrar força na COP 30
A escolha de anunciar o megafundo em Belém, cidade que sediará a COP 30 em 2025, não é coincidência. O governo quer aproveitar o simbolismo da Amazônia como palco das discussões sobre futuro e sustentabilidade.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o TFFF é mais do que uma medida financeira — é um compromisso histórico com as próximas gerações. “Proteger as florestas significa proteger o futuro do planeta”, afirmou um porta-voz do governo.
Com o Tropical Forests Forever Facility, o Brasil reafirma seu papel de liderança climática e envia um recado claro ao mundo: o futuro sustentável depende de ações concretas, e o país quer estar na linha de frente dessa transformação.



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