Marinha lidera projeto inédito que reforça soberania, impulsiona a indústria e destaca o Brasil no cenário global
Brasil avança com o maior projeto militar da América Latina. O primeiro submarino de propulsão nuclear está sendo desenvolvido em fase avançada, com liderança da Marinha do Brasil.
O objetivo é garantir soberania em alto-mar, modernizar a frota naval e colocar o país entre as nações com tecnologia nuclear militar consolidada.
No município de Iperó, interior de São Paulo, o Centro Industrial de Aramar ocupa 8,5 quilômetros quadrados e concentra o desenvolvimento do reator nuclear.
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Esse reator será responsável por movimentar o submarino. A embarcação será construída até o fim da próxima década em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
O projeto é estratégico para o controle da Amazônia Azul, área marítima de mais de 4,5 milhões de km² sob jurisdição brasileira.
Segundo Celso Mizutani, diretor do centro tecnológico da Marinha, a extensão da costa exige vigilância constante e meios de defesa com grande autonomia.
Por isso, a propulsão nuclear garante mais tempo de operação no mar, sem necessidade de reabastecimento durante longos períodos de missão.
A tecnologia nacional dá autonomia e torna o Brasil menos dependente de parceiros externos, o que amplia a capacidade de defesa e proteção logística.
Submarino nuclear amplia influência internacional do Brasil e fortalece discurso na ONU
A tecnologia militar brasileira também serve como trunfo diplomático. O cientista político Paulo Ramirez, da ESPM, afirma que o submarino reforça a candidatura brasileira ao Conselho da ONU.
A presença de um equipamento desse porte demonstra que o país tem condições reais de integrar forças internacionais com capacidade de ação autônoma e sustentável.
O Brasil domina o enriquecimento de urânio desde 1982. O processo começa com a conversão do minério em gás, seguido de centrifugação de alta rotação.
Isso permite aumentar a eficiência energética do combustível nuclear. Apenas 13 países no mundo possuem domínio total dessa tecnologia avançada e estratégica.
Esse domínio coloca o Brasil como uma potência singular na América do Sul, com autonomia plena em sua política de defesa e desenvolvimento atômico.
Sérgio Luís Miranda, diretor de desenvolvimento nuclear da Marinha, afirma que o conhecimento acumulado é protegido por acordos internacionais de não proliferação.
A Marinha brasileira monitora as instalações com rigor. Até hoje, não registrou nenhum incidente de invasão, sabotagem ou contaminação em suas unidades operadas.
A Marinha brasileira realiza o controle total do ciclo do combustível com segurança, disciplina militar e transparência institucional perante organismos de inspeção internacional.
Tecnologia militar impulsiona pesquisa, gera inovação e beneficia a sociedade civil
O impacto não se limita ao setor militar, pois a construção do submarino nuclear impulsiona a indústria nacional e também estimula pesquisas em universidades brasileiras.
Além disso, a tecnologia do reator nuclear pode ser adaptada e usada em áreas civis, como saúde, segurança alimentar e geração de energia limpa.
Entre outros usos, destacam-se os radiofármacos utilizados em diagnósticos médicos, bem como processos de esterilização de alimentos exportados para mercados internacionais exigentes.
Por outro lado, a geração de energia elétrica surge a partir do conhecimento desenvolvido pela Marinha e adaptado para finalidades civis.
Esses avanços, portanto, derivam da ciência aplicada à defesa e, ao mesmo tempo, demonstram benefícios concretos para diferentes setores da sociedade civil.
A construção do submarino, que, aliás, deverá se intensificar nos próximos anos, representa um salto no desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro.
Mais do que isso, o submarino não apenas protege o litoral, mas também posiciona o Brasil em novo patamar estratégico, militar e econômico internacional.
Por fim, a soberania marítima, unida ao uso pacífico da energia atômica, revela que o país aposta no futuro com base em conhecimento nacional.