O Brasil se destaca na inovadora tecnologia de energia solar fotovoltaica flutuante (FPV). Descubra qual é a maior usina solar flutuante da América Latina atualmente em operação e o imenso potencial desta fonte de energia limpa.
Em um movimento estratégico para otimizar seus vastos recursos hídricos e expandir sua matriz energética renovável, o Brasil tem se destacado na implementação de usinas solares flutuantes. A afirmação de que a maior usina solar flutuante da América Latina está em território nacional não é apenas um feito de engenharia, mas um sinal do potencial brasileiro nesta tecnologia inovadora que gera energia limpa diretamente sobre a superfície da água.
Este artigo explora os principais projetos de energia solar flutuante no país, identifica qual usina atualmente ostenta o título de maior usina solar flutuante da América Latina em operação e discute as vantagens e desafios desta promissora fronteira energética para o Brasil.
Energia solar flutuante
A energia solar fotovoltaica flutuante (FPV) consiste na instalação de painéis solares sobre corpos d’água. Esta tecnologia inovadora ganha força globalmente devido à crescente escassez de terra e ao potencial de maior eficiência dos painéis pelo resfriamento da água. O Brasil, com seus vastos recursos hídricos e reservatórios de hidrelétricas, possui uma vantagem singular para expandir a FPV, otimizando a infraestrutura energética existente.
Um marco inicial foi o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da CHESF no reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho (BA), inaugurado em 2019 com 1 MWp, que serviu como laboratório para validar a tecnologia no país.
UFF Araucária (Billings, SP): a atual maior usina solar flutuante da América Latina em operação no Brasil
Atualmente, a Usina Fotovoltaica Flutuante (UFF) Araucária, na Represa Billings em São Paulo, destaca-se como a maior usina solar flutuante da América Latina em operação. Desenvolvida pela Metropolitana, sua primeira fase foi inaugurada em janeiro de 2024 com uma capacidade de 5 MW (atingindo 7 MWp), fruto de um investimento de R$ 30 milhões e 10.500 painéis solares.
Os planos de expansão são ambiciosos, visando atingir 80 MW até o final de 2025, com um investimento total de R$ 450 milhões. Este projeto opera na modalidade de Geração Distribuída, fornecendo energia para clientes via compensação.
Outros gigantes em ascensão: projetos que impulsionam a capacidade de energia solar flutuante no Brasil
O Brasil conta com outros projetos significativos. A Usina Solar Flutuante de Lajeado, no Tocantins, tem capacidade planejada de 69 MWp (54 MW AC) e previsão de conclusão para dezembro de 2025, com potencial para se tornar a maior planta FPV do Brasil. Tecnologias como os otimizadores da Tigo Energy serão empregadas para maximizar a eficiência.
Outras iniciativas incluem a usina de Grão Mogol (MG), com 1,2 MWp planejados para atender cerca de 1.250 famílias, e uma usina de 1 MW da F2B em uma antiga cava de mineração em Roseira (SP), inaugurada no final de 2023. Essa dinâmica mostra que o título de maior usina solar flutuante da América Latina é fluido, com novos projetos constantemente redefinindo a liderança.
Vantagens estratégicas
A FPV oferece vantagens como o aumento do rendimento energético dos painéis devido ao resfriamento pela água, a conservação de recursos hídricos pela redução da evaporação e a otimização do uso da terra, liberando áreas para outros fins. A sinergia com a infraestrutura hidrelétrica existente no Brasil é um grande atrativo, reduzindo custos de conexão à rede.
Contudo, existem desafios. O custo de capital inicial (CAPEX) da FPV é geralmente mais elevado que o de usinas terrestres. Há complexidades técnicas na instalação e manutenção em ambientes aquáticos, e os impactos ambientais sobre os ecossistemas aquáticos precisam ser cuidadosamente avaliados. O desenvolvimento de um panorama regulatório específico e a durabilidade dos materiais em ambientes úmidos também são pontos de atenção.
Perspectivas para a energia solar flutuante no Brasil e liderança na América Latina
O potencial da FPV para contribuir com a matriz energética brasileira é considerável. Fatores como a redução global nos custos da tecnologia solar e a pressão por soluções de energia renovável com menor uso da terra devem continuar impulsionando seu crescimento. O Brasil está bem posicionado para se tornar um polo de conhecimento e referência em FPV na América Latina.
A existência da maior usina solar flutuante da América Latina em território nacional é um marco. Para consolidar essa liderança, é importante simplificar processos de licenciamento, investir em P&D, desenvolver cadeias produtivas locais e fomentar a colaboração internacional. A energia solar flutuante sinaliza um caminho promissor para um futuro energético mais limpo e sustentável no Brasil.