Bradesco registra lucro bilionário e expansão da base de clientes em 2024, mas promove cortes expressivos de pessoal e fechamento de centenas de agências, levantando críticas sobre impactos no atendimento presencial e na sobrecarga dos trabalhadores.
O Bradesco encerrou 2024 com 2.200 postos de trabalho a menos e 390 agências a menos, apesar do lucro líquido recorrente de R$ 19,6 bilhões no ano, alta de 20% ante 2023, e do aumento na base de clientes por empregado.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo revelou na última quarta-feira (06) que realizou protesto em Parelheiros, no extremo sul da capital, após relatos de filas e de diminuição de caixas eletrônicos na unidade local.
No mesmo período, a instituição ampliou a clientela em 3,2 milhões de pessoas, somando 109,1 milhões de clientes.
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Cortes e reestruturação física
De acordo com o balanço do banco, o processo de fechamento de agências do Bradesco veio acompanhado do encerramento de 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios.
A redução do quadro ocorreu em meio a um ciclo de reorganização operacional que prioriza canais digitais e revisão da malha física.
Não houve, no material enviado, manifestação específica do banco sobre os impactos da reestruturação no atendimento presencial.
Lucro e expansão da base de clientes
O lucro líquido recorrente — indicador que exclui efeitos extraordinários para retratar a performance do negócio — somou R$ 19,6 bilhões em 2024, avanço de 20% na comparação anual.
A base ativa cresceu 3,2 milhões de clientes entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, alcançando 109,1 milhões de cadastros.
Esse crescimento ocorreu enquanto se intensificava o fechamento de agências do Bradesco, o que aumenta a pressão por eficiência operacional nas unidades remanescentes.
Mais clientes por funcionário
A relação clientes por trabalhador subiu de 1.227,6 em 2023 para 1.298,6 em 2024, alta de 5,7% (acréscimo de 71 clientes por empregado).
O indicador evidencia que, com menos pessoas e menos pontos físicos, cada funcionário passou a atender uma carteira maior.
Esse é um dado central para entender por que as queixas se multiplicam quando há demissões no Bradesco e simultânea expansão da clientela.
Protesto e relatos de atendimento
Durante ato realizado nesta quarta-feira (6), em Parelheiros, o Sindicato dos Bancários de São Paulo denunciou a combinação de demissões no Bradesco e enxugamento de terminais de autoatendimento.
“É notório que a quantidade de funcionários nessa agência não é suficiente para um bom atendimento. A unidade apresentou filas e reclamações dos clientes durante toda a atividade. Já havíamos recebido diversas queixas por conta da diminuição do número de caixas eletrônicos nessa agência, ocasionando em grandes filas e demora para o atendimento, prejudicando principalmente os idosos, que precisam de ajuda para utilizar os BDNS”, relata Matheus Pinho, dirigente sindical e bancário do Bradesco.
Segundo o sindicato, a situação em Parelheiros é um retrato de problemas que se repetem em outras localidades após o fechamento de agências do Bradesco.
Sobrecarga e efeitos sobre trabalhadores
A entidade afirma que a redução do quadro provoca superlotação e eleva o risco de adoecimento associado a estresse e sobrecarga.
“O resultado concreto das demissões e do fechamento de agências é a superlotação e a sobrecarga de trabalho, que gera adoecimentos nos bancários e mau atendimento à população. Seguiremos denunciando essa gestão equivocada que só beneficia acionistas e controladores do banco, em detrimento do sofrimento dos trabalhadores e clientes, justamente os principais responsáveis pelo lucro bilionário do banco, que cresceu 20% só em 2024”, afirma Matheus.
Os relatos coletados na base apontam piora do atendimento para idosos e pessoas com menor familiaridade com canais digitais, especialmente onde houve demissões no Bradesco e cortes de caixas eletrônicos.
O que está por trás da reconfiguração
A reestruturação do varejo bancário tem sido marcada pela priorização dos canais digitais, automatização de processos e concentração de serviços em hubs regionais.
Nesse contexto, instituições optam por redesenhar agências, reduzir custos fixos e acelerar migrações de operações para aplicativos e internet banking.
Ainda que esse movimento seja setorial, a intensidade do fechamento de agências do Bradesco em 2024 chamou a atenção porque coincidiu com lucro crescente e forte base de clientes, o que gerou reação de sindicatos e de parte da clientela.
Impactos para o atendimento presencial
Quando a malha física encolhe, serviços como saque assistido, orientação presencial e atendimento a demandas complexas tendem a se concentrar em menos pontos.
Isso costuma alongar tempos de espera em regiões periféricas e em cidades com menor densidade de agências.
A ampliação do número de clientes por empregado, combinada com demissões no Bradesco, pressiona metas, amplia filas e pode afetar a qualidade da experiência do usuário — sobretudo nos dias de maior movimento, como datas de pagamento de benefícios e vencimentos.
Nos protestos, o sindicato cita episódios de filas extensas e redução de terminais, o que teria intensificado as queixas.
Com lucro em alta e base de clientes crescente, o fechamento de agências do Bradesco e as demissões no Bradesco são um caminho sustentável para garantir eficiência sem piorar o atendimento presencial, ou você considera que esse modelo já compromete o acesso a serviços bancários, sobretudo para idosos e moradores de áreas periféricas?