Digitalização acelera fechamento de agências e leva a uma onda histórica de demissões, alterando o perfil do emprego nos maiores bancos do país.
A onda histórica de demissões chegou com força ao setor bancário brasileiro em 2025. Somente no primeiro semestre, Bradesco cortou 1.875 vagas, Santander 1.728 e Itaú mais de 1.000, em um movimento que já passa de 4.600 postos de trabalho fechados entre os maiores bancos do país.
Segundo o planejador financeiro certificado Rogério Barreto, CFP®, esse fenômeno reflete a substituição gradual de agências físicas por operações digitais. A transformação estrutural busca eficiência, mas levanta dúvidas sobre os impactos sociais e trabalhistas em uma das áreas mais tradicionais da economia brasileira.
Quem mais demitiu na onda histórica de demissões?
O Bradesco liderou os cortes, com 1.875 desligamentos apenas no primeiro semestre, sendo 1.219 entre abril e junho.
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Em 12 meses, já são mais de 2.500 demissões.
Ao mesmo tempo, o banco contratou cerca de 2.500 profissionais de tecnologia e análise de dados, reforçando a prioridade na transformação digital.
O Santander vem logo atrás, com 1.728 cortes no período.
A justificativa é semelhante: redução de agências físicas e reforço em tecnologia.
O discurso oficial aponta para “otimização do parque de agências”, sinalizando que o foco está em canais digitais e novos modelos de atendimento.
Quanto cada banco reduziu em 2025?
De acordo com os dados analisados por Rogério Barreto, CFP®, o Banco do Brasil promoveu um ajuste menor, com 615 desligamentos, atribuídos principalmente a aposentadorias e saídas naturais.
Ainda assim, contratou novos agentes comerciais e especialistas em tecnologia, mantendo 85,9 mil funcionários ao final de junho — o maior quadro do setor.
O Itaú registrou 505 cortes no semestre, sendo 453 no Brasil.
Mas chamou atenção por desligar cerca de 1.000 trabalhadores em uma única semana, alegando baixa produtividade no home office.
O caso gerou disputa judicial, já que sindicatos acusaram o banco de promover demissão coletiva sem aviso prévio.
Onde essas mudanças estão acontecendo?
Os cortes se concentram em agências físicas espalhadas por todo o Brasil, especialmente em regiões urbanas onde os serviços digitais já dominam.
O movimento acompanha a redução do atendimento presencial, cada vez mais substituído por aplicativos de celular e internet banking.
Para Rogério Barreto, CFP®, esse cenário “mostra a transição de empregos tradicionais para funções técnicas, voltadas à análise de dados, segurança digital e inovação”.
Ou seja, menos bancários de balcão e mais especialistas em tecnologia.
Por que a onda histórica de demissões preocupa trabalhadores?
Embora os bancos defendam o discurso de modernização, sindicatos e economistas alertam para o risco social.
A perda de milhares de empregos em pouco tempo pressiona famílias, aumenta a informalidade e acentua a desigualdade regional.
Além disso, a redução de agências pode prejudicar clientes idosos, moradores de áreas rurais e pequenos empresários, que ainda dependem do atendimento físico.
A questão central é se os ganhos de eficiência realmente se traduzem em uma experiência melhor para todos os clientes ou apenas em maior rentabilidade para os acionistas.
Vale a pena apostar em carreiras no setor bancário?
Apesar da onda histórica de demissões, especialistas como Rogério Barreto, CFP® destacam que o setor bancário continua relevante.
A diferença está no perfil das vagas: oportunidades estão migrando para tecnologia, análise de risco, segurança cibernética e produtos digitais.
Ou seja, para quem pretende seguir carreira, a adaptação é indispensável.
O futuro do setor não deve ser o atendimento presencial, mas sim a especialização em áreas que sustentem o crescimento digital das instituições.
A onda histórica de demissões revela uma reconfiguração profunda no sistema bancário brasileiro.
Menos agências, menos bancários e mais tecnologia: essa é a realidade que se impõe.
O desafio é equilibrar eficiência e inclusão, garantindo que clientes e trabalhadores não fiquem para trás nessa transição.
E você? Já sentiu os efeitos do fechamento de agências ou conhece alguém que perdeu o emprego no setor bancário? Acha que essa transformação beneficia clientes ou só os acionistas? Compartilhe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade de perto.