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BP corta investimentos em energia renovável e foca em petróleo e gás

Publicado em 02/03/2025 às 21:59
imagem para ilustrar a empresa BP
Imagem retirada do site oficial da BP
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Descubra como a BP está mudando sua estratégia, reduzindo investimentos em energia renovável e aumentando o foco no petróleo e gás. Além disso, entenda os impactos dessa decisão para o mercado e os acionistas.

Nos últimos anos, a BP se posicionava como uma das gigantes do setor energético comprometidas com a transição energética.

No entanto, em um movimento estratégico que marca uma reviravolta, a petroleira britânica anunciou cortes significativos nos investimentos em energia renovável e uma ênfase renovada em petróleo e gás.

Dessa forma, a decisão, impulsionada por demandas de acionistas e mudanças nas condições de mercado, reforça o foco na maximização da rentabilidade e no fortalecimento da posição dentro do setor de óleo e gás.

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Segundo o site Financial Times, essa mudança foi formalmente anunciada em fevereiro de 2024, marcando um dos maiores recuos da BP em relação à sua meta climática estabelecida em 2020.

Impacto da nova estratégia da BP no setor energético

A reorientação dos investimentos para o petróleo e gás representa uma mudança significativa em relação aos planos anteriores de reduzir a produção de combustíveis fósseis.

Inicialmente, a empresa pretendia diminuir a produção em 25% até 2030, buscando um modelo mais sustentável e alinhado com metas globais de descarbonização.

No entanto, pressões do mercado financeiro e de investidores como o fundo ativista Elliott Management levaram a BP a revisar sua estratégia.

Segundo o site Reuters, essa revisão estratégica foi intensificada em 2023, quando acionistas começaram a exigir maior rentabilidade da empresa em detrimento de investimentos de longo prazo em energias renováveis.

Agora, os investimentos anuais em petróleo e gás aumentarão para US$ 10 bilhões, com o objetivo de expandir a produção para entre 2,3 e 2,5 milhões de barris por dia até 2030.

Por outro lado, os aportes em energias renováveis cairão para US$ 1,5 a US$ 2 bilhões por ano, representando uma redução de aproximadamente US$ 5 bilhões em relação às previsões anteriores.

Pressão dos investidores e os desafios para a BP

O equilíbrio entre investimentos em energia renovável e a pressão por retornos financeiros imediatos se tornou um desafio.

Além disso, acionistas e investidores institucionais exigem que empresas do setor priorizem a lucratividade.

Assim, o aumento dos dividendos e programas de recompra de ações se tornaram centrais, especialmente em tempos de alta volatilidade do mercado energético.

O CEO da BP, Murray Auchincloss, afirmou que a empresa busca investimentos de maior retorno e fortalecimento do balanço financeiro.

Segundo ele, a BP “redefine fundamentalmente” seu modelo de negócios para garantir crescimento sustentável, mesmo que isso signifique um desvio da trajetória rumo à transição energética.

Além disso, a BP revisará seu negócio de lubrificantes Castrol, avaliado em até US$ 10 bilhões, dentro de uma estratégia mais ampla de desinvestimentos.

Até 2027, a empresa pretende vender ativos no valor de US$ 20 bilhões, otimizando o portfólio e direcionando capital para segmentos mais rentáveis.

Imagem ilustrativa.
Imagem retirada do site oficial da BP Brasil.

O papel da energia renovável na estratégia da BP

A redução dos investimentos em energia renovável não representa um abandono do setor.

Pelo contrário, trata-se de um redirecionamento de recursos para projetos de retorno financeiro mais imediato.

Dessa maneira, isso levanta questões sobre o compromisso da indústria de combustíveis fósseis com a transição energética.

Empresas como BP, Shell e ExxonMobil enfrentam desafios para equilibrar investimentos em energias de baixo carbono sem comprometer a rentabilidade no curto prazo.

O mercado de transição energética ainda apresenta incertezas.

Além disso, algumas apostas feitas por grandes petrolíferas nos últimos anos não trouxeram os retornos esperados.

A BP, por exemplo, investiu bilhões em projetos de energia eólica e solar.

No entanto, os resultados financeiros ficaram abaixo do esperado, levando a empresa a reavaliar sua estratégia.

O Futuro da BP e do Setor de Óleo e Gás

Com a nova estratégia, a BP busca consolidar sua posição como uma das líderes do setor de óleo e gás, priorizando rentabilidade e retornos para os acionistas.

No entanto, essa decisão gera dúvidas sobre o futuro das políticas corporativas voltadas para a sustentabilidade e a descarbonização.

O reposicionamento da BP mostra que, apesar das discussões sobre energia renovável, o petróleo e o gás ainda terão um papel dominante na matriz energética global nas próximas décadas.

De acordo com o site The Guardian, especialistas apontam que, apesar da mudança de rota da BP, o mercado global ainda espera que as grandes petrolíferas invistam mais em energias limpas até 2035, pressionadas por políticas ambientais cada vez mais rigorosas.

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Marcelo Ibrahim da Silva Simão

Engenheiro de Produção, pós graduado em gerenciamento de projetos e processos, com 10 anos de experiência em certificação, processos e gerenciamento de negócios. Grande interesse pelo setor de óleo e gás e energias renováveis.

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