O petroleiro FSO Safer está abandonado há mais de 30 anos próximo à costa do Iêmen, podendo causar um derramamento de petróleo.
Um petroleiro abandonado, com a ameaça de causar uma catástrofe ecológica sem precedentes, vem chamando a atenção do mundo. O navio, com um carregamento de aproximadamente 1 milhão de barris de petróleo, esteve ancorado próximo à costa do Iêmen por mais de três décadas. Recentemente, uma operação liderada pelas Nações Unidas iniciou a delicada tarefa de descarregar a embarcação, chamada FSO Safer, em uma tentativa de prevenir uma tragédia marítima.
Crise humanitária e ambiental em iminência
Caso ocorra um derramamento de petróleo do navio abandonado, as repercussões seriam devastadoras, não apenas para o meio ambiente, mas também para a população iemenita. Um vazamento de petróleo provocaria o fechamento dos portos vitais do país, por onde passam alimentos e combustível, impactando diretamente a vida de cerca de 17 milhões de pessoas. Vale ressaltar que o Iêmen já sofre com uma crise humanitária devido a um conflito interno prolongado.
A operação para o descarregamento do navio petroleiro abandonado, estimada em US$ 141 milhões, é uma empreitada desafiadora. Diversos países membros da ONU estão financiando a missão, com recursos adicionais provenientes de doadores privados.
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O processo de remoção do petróleo está sendo realizado com extremo cuidado para evitar que o petroleiro se desintegre ou que ocorra uma explosão. Atualmente, a equipe está bombeando entre 4.000 e 5.000 barris de petróleo por hora. A conclusão total da transferência é estimada em 19 dias.
Os perigos de um derramamento de petróleo
Um possível vazamento de petróleo do navio petroleiro abandonado causaria estragos consideráveis para a fauna marinha. Estima-se que os estoques de peixe seriam prejudicados por até 25 anos, afetando cerca de 200.000 empregos de pescadores. Ainda mais, o derramamento de óleo poderia alcançar a costa africana, causando um prejuízo incalculável.
O impacto em termos de saúde pública também seria significativo, com o risco de hospitalização por doenças cardiovasculares ou respiratórias aumentando em 530% para aqueles diretamente expostos, de acordo com um estudo da Universidade de Stanford.
A questão da propriedade do petróleo
O destino do petróleo a bordo do navio abandonado permanece incerto. Apesar de pertencer à empresa estatal iemenita SEPOC, a propriedade ainda é motivo de disputa. A situação do petróleo é complexa devido à localização do navio em uma área controlada pelos rebeldes Houthi e à sede da empresa em uma cidade controlada pelo governo.
A remoção do petróleo é, sem dúvida, uma questão crítica e urgente. No entanto, a situação não termina com a transferência bem-sucedida do material. Ainda existe o perigo dos resíduos de petróleo pegajosos dentro do tanque e o navio ainda permanece vulnerável ao colapso. Enquanto isso, o mundo observa atentamente, na esperança de que a ameaça de uma iminente tragédia marítima possa ser evitada.