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A bolha da inteligência artificial vai estourar — e o futuro está nos modelos enxutos e sustentáveis

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 07/10/2025 às 10:28
Bolha azul de inteligência artificial prestes a estourar em ambiente financeiro, simbolizando megamodelos frágeis e ascensão dos modelos enxutos e sustentáveis
Bolha azul com padrão de circuitos em forma de rosto humano prestes a estourar diante de operadores financeiros, representando a fragilidade dos megamodelos de IA
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Alta vertiginosa desperta alertas

Em 10 de setembro de 2025, as ações da Oracle subiram 35,95 %, adicionando cerca de US$ 244 bilhões ao valor de mercado da empresa.
Esse salto representou a maior valorização diária desde 1992, segundo a Times Brasil.
Apesar da euforia, a alta provocou desconfiança em investidores atentos às bolhas especulativas.
Isso ocorre porque os ganhos foram puxados pela crescente demanda por serviços de nuvem ligados à inteligência artificial.
Por esse motivo, o cenário se assemelha aos exageros da bolha pontocom do início dos anos 2000.

Megamodelos impressionam, mas são economicamente frágeis

Atualmente, sistemas como ChatGPT e Gemini dominam as manchetes com avanços impressionantes.
No entanto, eles consomem bilhões em infraestrutura e mostram sinais claros de retorno decrescente.
Enquanto isso, soluções menos chamativas demonstram eficiência concreta em diversas áreas.
Por exemplo, em Austin, no Texas, um sistema local de IA otimizou o processo de licenças de construção.
O trâmite que durava meses passou a ser resolvido em poucos dias, com grande impacto prático.
Apesar da ausência de alarde, os ganhos de produtividade foram sólidos e sustentáveis.

Além disso, empresas do setor de saúde têm utilizado modelos específicos para diagnósticos médicos.
Esses modelos superam os LLMs genéricos em precisão e adaptabilidade.
No setor financeiro, o BloombergGPT fornece resultados mais confiáveis que as plataformas convencionais.
Assim, o retorno sobre o investimento torna-se mais tangível e menos dependente da popularidade da tecnologia.

Modelos locais oferecem eficiência, custo baixo e mais segurança

Soluções menores, feitas sob medida para tarefas específicas, mostram vantagens claras sobre os megamodelos generalistas.
Além de reduzir custos, elas garantem maior velocidade e precisão nos resultados entregues.
Enquanto os LLMs gastam bilhões para treinar e operar, modelos locais exigem bem menos recursos.
Por isso, diversas empresas adotaram sistemas on-premise ou edge, reduzindo a dependência de servidores remotos.
Isso tornou as operações mais rápidas, mais baratas e muito mais seguras.

Ao manter os dados próximos da operação, as empresas ganham controle e proteção sobre informações sensíveis.
Portanto, essa abordagem reduz riscos regulatórios e de privacidade.
Na WebAI, por exemplo, os engenheiros conseguiram reduzir os modelos em um terço do tamanho original.
Mesmo com essa compactação, a precisão dos resultados foi mantida.
Dessa forma, os custos operacionais caíram drasticamente, enquanto a autonomia aumentou.

Investidores devem evitar euforia e focar na inteligência aplicada

A história oferece paralelos importantes.
A Netscape liderou o boom da internet nos anos 90, mas acabou engolida por soluções de infraestrutura.
Do mesmo modo, megamodelos de IA podem perder espaço para tecnologias mais simples e eficientes.
Apesar de impressionarem, plataformas como ChatGPT entregam mais entretenimento que valor empresarial direto.
Ou seja, elas funcionam bem para o público, mas têm utilidade limitada em processos corporativos.

O lançamento do GPT‑5 ilustra essa transição.
Mesmo com avanços técnicos, o mercado reagiu com frieza, já que a escalabilidade deixou de ser novidade.
Assim, a busca por soluções práticas substitui o fascínio por sistemas gigantescos.
Executivos devem evitar investimentos em tecnologias que priorizam o espetáculo.
Em vez disso, o foco deve ser soluções que tragam resultados mensuráveis e sustentáveis.

A inteligência não vai sumir, vai se transformar com foco estratégico

Mesmo que a bolha da IA exploda, a inteligência continuará evoluindo.
A diferença é que ela seguirá caminhos mais discretos e eficientes.
Empresas que investem em soluções específicas não sofrerão com colapsos especulativos.
Elas já estão colhendo benefícios concretos, longe das manchetes e dos ciclos de hype.

Assim como a internet sobreviveu à bolha pontocom, a IA também seguirá adiante.
Contudo, o modelo será outro: menos centralizado, mais enxuto, adaptado à realidade de cada setor.
Ou seja, o futuro não será sobre IA grandiosa a qualquer custo, mas sobre inteligência prática e com poder de permanência.
Aos líderes empresariais, a recomendação é clara: pensem pequeno, executem com foco e construam valor real com a IA.
Em um cenário de incertezas, o que fica é a eficiência.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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