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Com 399 mil m² e 13,3 milhões de m³ de volume interno, a Boeing Everett Factory, em Washington, é a maior fábrica coberta do mundo e símbolo da indústria aeroespacial global.
Localizada na cidade de Everett, no estado de Washington, a Boeing Everett Factory é uma das construções mais impressionantes já erguidas pela engenharia moderna. Com 399 mil metros quadrados de área e um volume interno de mais de 13,3 milhões de metros cúbicos, ela é oficialmente reconhecida pelo Guinness World Records como a maior fábrica coberta do mundo — e um dos pilares da indústria aeroespacial global.
Inaugurada em 1967, a planta foi criada para abrigar a montagem do lendário Boeing 747, o “Jumbo Jet” que revolucionou o transporte aéreo comercial. Desde então, o complexo nunca parou de crescer e hoje abriga linhas de produção de aeronaves de grande porte como o 777, 767, 787 Dreamliner e 747-8, com operações contínuas 24 horas por dia.
Um colosso da engenharia industrial
A grandiosidade da Boeing Everett Factory desafia qualquer comparação. O prédio principal é tão extenso que poderia abrigar todo o Disneyland Park de Los Angeles e ainda sobraria espaço. Se o volume interno da estrutura fosse completamente preenchido com água, ele comportaria mais de 5.600 piscinas olímpicas.
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A fábrica abriga quase 30 mil funcionários diretos, engenheiros e técnicos de várias nacionalidades, além de dezenas de empresas terceirizadas que trabalham no suporte logístico e tecnológico. Dentro do complexo, existem ruas internas, ônibus próprios para transporte dos trabalhadores, restaurantes, clínicas médicas e serviços de emergência — transformando o local em uma verdadeira cidade industrial aérea.
Mesmo com seu tamanho colossal, a eficiência é o ponto forte: a fábrica funciona com precisão milimétrica, com peças e componentes chegando de mais de 50 países diferentes, organizados em uma cadeia de suprimentos global que alimenta as linhas de montagem ininterruptamente.
Onde nascem os gigantes dos céus
O coração da Boeing Everett Factory são as linhas de montagem de aeronaves de fuselagem larga — os gigantes do ar que cruzam oceanos e conectam continentes.
É lá que são montados modelos lendários como o Boeing 747, conhecido como a “Rainha dos Céus”, o 767, utilizado em operações civis e militares, o 777, considerado um dos aviões mais confiáveis da história da aviação comercial, e o moderno 787 Dreamliner, símbolo da nova era de eficiência energética e materiais compostos.
Cada avião pode levar de 4 a 6 meses para ser concluído, dependendo do modelo e da personalização exigida pelas companhias aéreas. Ao final do processo, as aeronaves são levadas para o Paine Field Airport, anexo à fábrica, onde passam por testes de voo, calibragem de sistemas e certificações antes de serem entregues aos clientes.
Uma cidade que vive em função da fábrica
A influência da Boeing em Everett é tão profunda que a cidade praticamente cresceu em torno da fábrica. O município, que tinha pouco mais de 30 mil habitantes na década de 1960, hoje ultrapassa 110 mil moradores, muitos deles empregados diretos ou indiretos do complexo.
Estudos locais indicam que a planta responde por mais de 60% da atividade econômica da região, com impacto direto sobre comércio, habitação, transporte e serviços públicos. Além disso, milhares de pequenas empresas fornecedoras dependem da Boeing para manter suas operações, desde fabricantes de componentes até firmas de tecnologia e engenharia avançada.
A presença da fábrica também transformou Everett em um ponto turístico industrial: mais de 150 mil pessoas visitam o local anualmente, atraídas pelo Future of Flight Aviation Center, um museu interativo e mirante de observação das linhas de montagem, onde é possível ver de perto os aviões sendo construídos peça por peça.
O funcionamento 24 horas e a logística de precisão
A operação da Boeing Everett Factory é contínua, dia e noite. A cada turno, cerca de 12 mil pessoas circulam pelos galpões. Caminhões, empilhadeiras e sistemas automatizados de transporte movem toneladas de materiais por minuto, tudo sincronizado por softwares de gestão industrial que controlam cada etapa da produção em tempo real.
Para manter essa engrenagem funcionando, o consumo energético da fábrica é comparável ao de uma cidade de médio porte. Mesmo assim, a Boeing investe constantemente em eficiência energética e sustentabilidade, com sistemas de reaproveitamento de água da chuva, iluminação natural e um programa interno de redução de emissões de carbono.
O teto da instalação — que sozinho tem uma área superior a 80 campos de futebol — é equipado com um sistema de ventilação que regula automaticamente a temperatura e a umidade, garantindo o ambiente ideal para a montagem das aeronaves.
O futuro da Boeing e a nova geração de aviões
Apesar de décadas de glória e de sua posição icônica na história da aviação, a Boeing Everett Factory vive um período de transição. Após o fim da produção do 747 em 2023, a planta passa por uma reconfiguração completa para dar espaço a novas linhas de aeronaves de menor consumo e maior eficiência, como o 777X, que promete redefinir os limites do voo de longo alcance.
O 777X, com asas dobráveis e motores GE9X — os maiores já instalados em um avião comercial —, é montado parcialmente em Everett e simboliza o esforço da Boeing em se adaptar à nova era de sustentabilidade e digitalização do setor aéreo.
Além disso, a empresa vem ampliando o uso de realidade aumentada, robótica e inteligência artificial no processo produtivo, automatizando tarefas críticas e reduzindo o tempo de montagem em até 25%.
Um legado que moldou a aviação moderna
Ao longo de mais de meio século de funcionamento, a Boeing Everett Factory produziu mais de 1.500 unidades do Boeing 747, além de milhares de outros modelos que hoje cruzam os céus de todo o planeta.
Essa impressionante capacidade de produção consolidou Everett como o coração da aviação comercial mundial, sendo o berço de tecnologias que mudaram para sempre a forma como a humanidade viaja, conecta e transporta.
Mais do que um símbolo da engenharia americana, a maior fábrica de aviões do mundo representa o que a indústria é capaz de alcançar quando inovação, precisão e escala se unem sob um mesmo teto. Um lugar onde o ruído das máquinas e o brilho do alumínio refletem não apenas poderio tecnológico, mas também a ambição humana de conquistar os céus.
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