Na fábrica Ansa, Petrobras inicia produção de ARLA 32 e simboliza retomada industrial da unidade no Paraná.
Petrobras avança na reativação da Ansa com início da produção de ARLA 32, produto crucial para a redução de emissões em veículos a diesel. Retomada da unidade em Araucária reforça plano de expansão da estatal no setor de fertilizantes e na agenda ambiental.
Produção de ARLA 32 marca retorno operacional da Ansa após quatro anos
A Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), subsidiária da Petrobras, deu início à produção de ARLA 32 nesta semana, em sua unidade localizada no município de Araucária (PR).
O movimento marca a primeira atividade produtiva da fábrica desde 2020, quando teve suas operações paralisadas.
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Com isso, a estatal brasileira começa a reativar uma de suas principais instalações industriais voltadas ao setor de fertilizantes e insumos químicos.
A fabricação do ARLA 32 está sendo realizada a partir da ureia fornecida pela empresa Yara, com a produção feita sob encomenda conforme acordo comercial estabelecido entre as duas companhias.
Este passo representa o retorno gradual das operações da Ansa e o fortalecimento da presença da Petrobras no segmento de produtos voltados à sustentabilidade ambiental.
O que é ARLA 32 e por que ele é essencial?
O ARLA 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo) é uma solução composta por ureia e água desmineralizada, utilizada em motores a diesel para reduzir as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx).
O composto age no sistema de escapamento dos veículos, convertendo os poluentes em substâncias inofensivas como vapor d’água e nitrogênio.
A retomada dessa produção no Brasil, agora conduzida pela Ansa, reduz a dependência de importações e amplia a oferta nacional de um produto estratégico para o transporte rodoviário sustentável.
A fábrica paranaense possui capacidade de produzir até 450 mil m³ por ano de ARLA 32, além de ureia e amônia.
Investimento robusto e retorno gradual da operação da Ansa
Para viabilizar o retorno completo da Ansa, a Petrobras está investindo aproximadamente R$ 870 milhões, parte de um plano maior que destina R$ 6 bilhões ao setor de fertilizantes nos próximos cinco anos.
A expectativa da companhia é que a fábrica esteja operando plenamente até o início do segundo semestre de 2025.
Além do ARLA 32, a planta tem capacidade para produzir 720 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia anualmente.
Localizada ao lado da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), a unidade está em fase final de manutenção de equipamentos, preparando-se para retomar todas as suas frentes produtivas.
Petrobras aposta em industrialização
Segundo a Petrobras, a reativação da Ansa vai além da retomada de uma fábrica: trata-se de uma estratégia para fortalecer a indústria nacional, gerar empregos e diversificar o portfólio de produtos da empresa.
A produção de ARLA 32 é também uma resposta à crescente demanda por soluções sustentáveis no setor de transportes.
William França, diretor de Processos Industriais da Petrobras, destaca que a volta da operação representa um compromisso com o desenvolvimento e a redução da dependência de insumos importados.
“Estamos investindo em fertilizantes com base em análises técnicas e econômicas. O ARLA 32 agrega valor ambiental ao nosso portfólio”, afirmou.
Um marco simbólico na retomada
O presidente da Ansa, Demétrio Sheeny Coutinho, enfatizou que a produção do ARLA 32 simboliza a superação de desafios e o início de uma nova fase.
“É mais do que um marco técnico. É um sinal concreto de que a Ansa está voltando à ativa, com foco na inovação, na sustentabilidade e no fortalecimento da indústria nacional”, declarou.
Com o avanço das operações, a Petrobras reafirma seu papel no desenvolvimento de soluções industriais alinhadas às exigências ambientais contemporâneas e à independência estratégica do Brasil na cadeia de fertilizantes.