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BNDES e Banco do Nordeste anunciam novas linhas de financiamento para energia eólica offshore e projetos verdes no Brasil

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 28/05/2025 às 11:36
BNDES e Banco do Nordeste anunciam novas linhas de financiamento para energia eólica offshore e projetos verdes no Brasil
Imagem gerada por inteligência artificial
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Brasil amplia apoio financeiro a projetos de energia eólica offshore e Power-to-X com novas taxas competitivas e R$41 bi já contratados pelo BNB desde março de 2025.

Durante o 3º Workshop Brasil Offshore Power to X, realizado nesta terça-feira (27) em Natal, representantes do BNDES e do Banco do Nordeste (BNB) destacaram novas iniciativas para fomentar o financiamento de projetos em energia eólica offshore e tecnologias sustentáveis ligadas à transição energética no Brasil. O evento, promovido pelo Grupo CREATION da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), reuniu autoridades, instituições de pesquisa e representantes do setor energético.

O painel sobre financiamento de projetos eólicos offshore e Power-to-X foi um dos destaques da programação e demonstrou o compromisso das instituições financeiras em acelerar investimentos estratégicos no país.

BNDES amplia linhas de financiamento com foco em inovação e transição energética

Segundo Renato Santos, especialista em energias renováveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Brasil possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com aproximadamente 88% de participação de fontes renováveis. Ele afirmou que a expansão futura será sustentada por fontes como a energia eólica offshore e a solar, com apoio financeiro robusto.

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O BNDES anunciou a ampliação de suas linhas de financiamento, com destaque para uma linha de inovação com taxa de TR + 2% ao ano, considerada atualmente uma das mais competitivas do sistema financeiro nacional. Também foram apresentados novos instrumentos, como compra de dividendos e emissão de títulos em múltiplas moedas.

No campo do financiamento climático, o banco oferece taxa fixa de 6,5% ao ano para fontes como eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. A exceção é a energia solar, que já atingiu um patamar elevado de competitividade e passa a buscar outras formas de apoio.

Santos também destacou o recente aporte de R$10 milhões via títulos soberanos verdes no mercado internacional, fortalecendo o papel do BNDES como agente central da transição energética brasileira.

Nova Indústria Brasil: R$300 milhões para descarbonização e Power-to-X

Renato Santos lembrou ainda que as ações do banco estão alinhadas ao Plano Nova Indústria Brasil, sancionado recentemente com orçamento inicial de R$300 milhões. O plano prevê investimentos voltados à descarbonização da indústria, à digitalização e à promoção de tecnologias Power-to-X, que convertem energia renovável em combustíveis e insumos para aplicações industriais.

O especialista também apresentou a Plataforma Brasil de Investimentos, ferramenta digital criada para aproximar projetos de energia renovável de potenciais investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros.

Banco do Nordeste destinou R$41 bilhões para renováveis desde março

No mesmo painel, o Banco do Nordeste (BNB) reafirmou seu papel de liderança no financiamento de infraestrutura de energia renovável no país. De acordo com o superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do banco, Irenaldo Rubens, a instituição contratou R$41,62 bilhões em financiamentos para o setor desde março de 2025. Os valores foram distribuídos da seguinte forma:

  • R$21,47 bilhões para energia fotovoltaica (51,6%)
  • R$18,2 bilhões para energia eólica (43,7%)
  • R$1,94 bilhão para geração distribuída (4,7%)

Rubens destacou que o banco está presente “onde houver necessidade de financiamento para projetos que impulsionam o desenvolvimento sustentável” e reforçou que a transição para uma economia de baixo carbono está entre os pilares da Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) do BNB.

Gargalos regulatórios e necessidade de planejamento

Embora os dados e investimentos sinalizem crescimento, os debatedores alertaram para a necessidade de complementação regulatória, especialmente no setor offshore. A regulamentação ainda em desenvolvimento será fundamental para definir critérios para os leilões de áreas, que permitirão a instalação de parques eólicos offshore no Brasil.

Segundo Matheus Eurico, Head de Energia Eólica Offshore da ABEEólica, é necessário garantir competitividade e industrialização local nos futuros leilões, com inclusão de setores como indústria portuária, logística de cabos e equipamentos de grande porte.

Daniel Dias Loureiro, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), reforçou que o Brasil já é destaque global na participação de renováveis, mas precisa planejar os próximos passos para integrar fontes como a energia eólica offshore, ondas, marés e correntes. A EPE está desenvolvendo estudos sobre sinergias possíveis entre essas fontes, especialmente para empreendimentos no mar.

Formação técnica alinhada à nova matriz energética

O painel também abordou a necessidade de preparar engenheiros, agrônomos e profissionais das geociências para atuarem nos novos projetos da transição energética. Segundo Gilbrando Trajano Júnior, representante da Mútua, a entidade está à disposição para apoiar programas de capacitação e formação complementar voltados às energias renováveis.

“Queremos formar profissionais que estejam diretamente conectados com as novas demandas do setor”, afirmou.

Potencial do Brasil como líder global em eólica offshore

O evento reafirmou o papel estratégico do Brasil na transição energética mundial e consolidou o litoral do Rio Grande do Norte como um dos principais polos de debate e formulação de políticas para o futuro da energia renovável e da indústria verde.

A energia eólica offshore foi destacada como nova fronteira estratégica da matriz energética nacional, com projetos em andamento em diversas regiões, especialmente no Nordeste e no Sul do país.

Os participantes destacaram que o Brasil está bem posicionado para atrair capital internacional, desde que continue a alinhar políticas públicas, estrutura regulatória e instrumentos de financiamento que viabilizem os empreendimentos.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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