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BNDES aprova financiamento de R$ 76,4 milhões para planta de biometano no Rio Grande do Sul

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 25/07/2025 às 08:38
Imagem aérea de canteiro de obras com áreas verdes e solo avermelhado intensificados, destacando a construção em meio à natureza.
Vista aérea realçada de canteiro de obras em área rural, com vegetação verde viva e solo avermelhado, simbolizando desenvolvimento e sustentabilidade.
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Conheça o projeto da planta de biometano em São Leopoldo, que une energia limpa, economia circular e redução de CO₂ com apoio do BNDES e do Fundo Clima

À medida que a demanda por fontes limpas de energia cresce em todo o mundo, o Brasil também avança com investimentos em tecnologias sustentáveis. Esse movimento visa não apenas reduzir a emissão de gases poluentes, mas também promover o uso responsável dos recursos naturais.

Dessa forma, a aprovação de R$ 76,4 milhões pelo BNDES para a construção de uma planta de biometano em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, representa um passo decisivo rumo à transição energética. Isso porque o projeto une inovação tecnológica e compromisso ambiental.

Ele consolida um modelo de desenvolvimento baseado na economia circular e na valorização de resíduos urbanos.

O financiamento, aliás, combina recursos do Fundo Clima e da linha Finem. Por meio do Fundo Clima, o BNDES destinou R$ 61,1 milhões ao projeto, reforçando o apoio a iniciativas que atuam diretamente na mitigação das mudanças climáticas.

Assim, o setor público se apresenta como um agente propulsor de tecnologias verdes, incentivando a formação de uma matriz energética mais diversa e segura.

O que é uma planta de biometano e como ela funciona

Em primeiro lugar, é importante entender o que caracteriza uma planta de biometano. No caso de São Leopoldo, ela vai purificar o biogás gerado pela decomposição de resíduos orgânicos no aterro sanitário da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), empresa do Grupo Solví.

Por esse motivo, o projeto utiliza um processo que transforma o biogás – composto principalmente por metano e dióxido de carbono – em biometano, um combustível renovável capaz de substituir o diesel e o gás natural.

Além disso, a tecnologia empregada será 100% nacional. Isso diminui a dependência de soluções importadas e, ao mesmo tempo, fortalece a inovação local.

Com isso, a planta terá capacidade de produzir 32.400 metros cúbicos de biometano por dia, contribuindo de forma significativa para uma matriz energética mais limpa.

Dessa maneira, os resíduos sólidos urbanos ganham um novo propósito, enquanto mais de 80 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano deixam de ser lançadas na atmosfera.

O biometano no contexto histórico da energia renovável no Brasil

Historicamente, o Brasil começou a buscar alternativas energéticas durante as crises do petróleo na década de 1970. Como resposta, o governo criou programas como o Proálcool, que estimularam o uso de etanol.

Com o tempo, o país também investiu em energia eólica e solar. Contudo, o biometano surge como uma alternativa recente e altamente promissora.

Ao contrário de fontes que dependem do clima, como sol ou vento, o biometano é produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos, o que garante continuidade e descentralização da geração energética.

Por essa razão, essa estratégia se destaca por usar com eficiência os recursos já disponíveis, transformando o lixo urbano em energia útil.

Além disso, o biometano contribui para que o Brasil cumpra metas do Acordo de Paris e de outras conferências sobre o clima.

Consequentemente, aproveitar aterros como fonte de energia facilita a redução de emissões de carbono de maneira prática e econômica. Isso dispensa grandes obras ou mudanças estruturais.

Tecnologia nacional aplicada à produção de biometano

Para garantir eficiência, o biometano exige processos tecnológicos específicos. Primeiramente, a matéria orgânica se decompõe, gerando biogás.

Em seguida, esse gás passa por uma purificação que o transforma em combustível renovável.

No projeto de São Leopoldo, a planta utilizará a tecnologia PSA (Pressure Swing Adsorption), desenvolvida pela empresa brasileira Gruen. Esse sistema separa os componentes do biogás sob pressão, removendo o dióxido de carbono e outras impurezas.

Assim, o resultado será um combustível de alta eficiência, totalmente compatível com a infraestrutura energética já existente.

A aplicação dessa tecnologia nacional fortalece a cadeia produtiva brasileira, promove empregos especializados e amplia a autonomia tecnológica do país.

Impactos sociais e ambientais para o Rio Grande do Sul

Além dos benefícios energéticos, o projeto traz impactos significativos para a sociedade. Durante a construção da planta, as empresas envolvidas vão gerar cerca de 80 empregos temporários.

Após a conclusão, a operação contará com 16 vagas diretas permanentes, promovendo desenvolvimento regional.

Adicionalmente, o projeto coloca em prática o conceito de economia circular, transformando resíduos urbanos em combustível limpo.

Com isso, reduz-se o desperdício e aumentam-se os ganhos de eficiência em toda a cadeia de gestão de resíduos.

Como a planta será instalada no próprio aterro sanitário, os custos logísticos caem e o fornecimento de energia se torna mais eficiente e sustentável.

Essa solução também permite o abastecimento direto da rede local, beneficiando residências, comércios e veículos com um combustível de menor impacto ambiental.

O papel estratégico do BNDES e do Fundo Clima

Por outro lado, o sucesso do projeto depende do apoio de instituições financeiras com visão de futuro. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem demonstrando compromisso com a transição energética justa, apoiando projetos sustentáveis e inovadores.

Ao mesmo tempo, o Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, direciona recursos públicos a empreendimentos que contribuem para a redução do aquecimento global.

Esse tipo de financiamento ajuda o setor privado a migrar para modelos econômicos mais sustentáveis, com foco na eficiência e na responsabilidade ambiental.

Além disso, o fundo impulsiona a modernização tecnológica e reforça o alinhamento do Brasil às diretrizes da Política Nacional sobre Mudança do Clima.

Isso garante que ações locais tenham relevância global e que as políticas públicas estejam integradas aos compromissos internacionais do país.

Planta de biometano gaúcha: Um modelo de desenvolvimento sustentável e replicável

Em resumo, a planta de biometano de São Leopoldo mostra que o Brasil pode crescer de forma responsável. O projeto une tecnologia, sustentabilidade e inclusão social.

Ao promover uma colaboração entre empresas privadas e o setor público, ele oferece um modelo de energia limpa com benefícios concretos.

O Grupo Solví, responsável pela iniciativa, reforça sua atuação na valorização de resíduos urbanos. Ao transformar lixo em energia, o grupo contribui para uma gestão de resíduos mais moderna e eficaz.

Por fim, vale destacar que esse modelo pode ser facilmente replicado em outras regiões.

Afinal, os desafios enfrentados por São Leopoldo com resíduos sólidos urbanos são semelhantes aos de diversas cidades brasileiras.

A planta de biometano, portanto, se apresenta como uma solução escalável, eficiente e adaptável às necessidades locais.

Com iniciativas como essa, o Brasil consolida sua posição como liderança regional em energia renovável.

Mais do que isso, comprova que o desenvolvimento sustentável é possível quando há sinergia entre inovação, financiamento e compromisso ambiental.

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Como o Biogás contribui para a produção de biometano e bioeletricidade? | Raízen

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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