A princípio, podemos dizer que o sistema modal ferroviário é essencial para o desenvolvimento de um país. Isso porque ele consegue transportar milhares de toneladas de carga de uma só vez e, por isso, gera maior lucro para as empresas e para o governo. Por isso, vamos te mostrar o que é sistema modal ferroviário.
No Brasil, as entregas realizadas pelo sistema modal ferroviário representam 20% do total. No entanto, mesmo que esse número pareça impressionante, o setor rodoviário representa mais de 60% da entrega de cargas no país, ou seja, existe uma diferença gritante de investimentos e interesse público nesses setores.
Dessa forma, entender como funciona o sistema ferroviário é fundamental para compreender porque ele é tão negligenciado no Brasil. Inclusive, mesmo com o sucateamento advindo de décadas, ele ainda continua em constante expansão, mesmo que o seu potencial não seja valorizado devidamente.
Como é definido o sistema modal ferroviário?
Basicamente, o modal ferroviário, feito pelas estradas de ferro através de locomotivas e vagões, é muito usado para transportar cargas volumosas por grandes distâncias. Além disso, também é possível, eventualmente, carregar passageiros.
Geralmente, os trens são compostos por 100 vagões, sendo que cada um deles possui capacidade para 70 toneladas. Atualmente, o Brasil conta com mais de 30 mil km de linhas férreas.
Além disso, os principais produtos transportados pelo sistema modal ferroviário brasileiro são grãos, fertilizantes, minério de ferro, derivados de petróleo, açúcar, mercadorias agrícolas e produtos siderúrgicos.
Quais são as vantagens e desvantagens do sistema modal ferroviário?
Assim como diversos outros meios de transporte, o sistema modal possuir diversa vantagens e desvantagem, tais como:
Vantagens
- Percorre grandes distâncias;
- Baixo nível de acidentes;
- Baixos custos (ausência de taxas e combustível mais barato);
- Pode carregar cargas pesadas e volumosas.
Desvantagens
- Possui rotas fixas
- Dependência de outro modal para concluir o transporte de cargas;
- Sistema ferroviário limitado no país.
A história do sistema ferroviário brasileiro
Em 1854, Dom Pedro II inaugurou o primeiro modal ferroviário do Brasil, chamado de Estrada de Ferro Mauá. Na época, ela ligava o Porto de Mauá, situado na Baía de Guanabara, à Raiz da Serra.
A missão dessa construção era escoar mercadorias do interior para portos e pontos comerciais, além de integrar o transporte ferroviário e aquaviário e torná-los mais acessíveis a localidades distantes.
Na época, a malha ferroviária possuía extensão de 14 km. Atualmente, conta com 13 linhas distribuídas, marcando, especialmente, 29.165 km, conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a malha ferroviária é responsável por 20,7% do transporte de cargas feito no país, enquanto 61,1% ocorre através das rodovias.
Essa situação é resultado do baixo investimento nas ferrovias entre a década de 1950 a 1990. Contudo, esse cenário tende a mudar. Conforme o Ministério da Infraestrutura, o governo federal tem como missão captar mais R$40 bilhões em recursos privados para a expansão do sistema ferroviário brasileiro.
Por que as ferrovias são importantes para a economia brasileira?
Devido à dependência do transporte de cargas no Brasil depender da malha ferroviária, percebe-se que este modal tem papel significativo para o desenvolvimento da economia brasileira.
Como exemplo, temos os produtos do agronegócio das regiões Norte e Centro-Oeste, que dependem diretamente do transporte ferroviário para escoar a produção para portos brasileiros que, naturalmente, estão situadas na região litoral do país.
No entanto, o escoamento de commodities não se limita somente aos insumos agrícolas. Isso porque a exportação de minérios também configura um importante resultado para a economia brasileira. Dessa forma, o minério extraído em regiões mais isoladas são, normalmente, escoadas pelo sistema ferroviário.
Além disso, o sistema modal ferroviário também é uma grande fonte de geração de empregos. Atualmente, a Agência Nacional do Transporte Ferroviário (ANTF) informou que cerca de 80 mil pessoas são empregadas diretamente nas mais diversas atividades que envolvem a gestão e manutenção do sistema ferroviário.