A princípio, a energia nuclear é definida como a energia produzida em usinas termonucleares, que utilizam urânio e outros elementos, como combustível. Hoje, ela representa 10% da eletricidade global, mas, apesar dos seus benefícios, ela ainda é alvo de controvérsias. Por isso, surge um questionamento: por que a energia nuclear é mal vista pela sociedade?

Em suma, o fundamental de uma usina nuclear usa do calor para gerar energia elétrica. No processo, o calor é proveniente da energia liberada pela fissão dos átomos de urânio. Embora o material seja altamente radioativo, as usinas nucleares contemporâneas possuem um alto padrão de segurança para evitar acidentes.

Por que as usinas nucleares possuem uma fama ruim?

Embora a produção de energia nuclear tenha muitas vantagens, ela apresenta diversos riscos para o meio ambiente e os seres humanos. Isso porque ela se baseia na manipulação de produtos radioativos bastante nocivos à vida e ao ambiente. Sendo assim, existem diversos impactos ambientais neste tipo de produção de energia.

Primeiramente, a maior desvantagem são os impactos causados por esse tipo de produção, especialmente a contaminação pelos materiais radioativos. Na prática, eles permanecem nocivos ao meio ambiente por milhões de anos.

Neste sentido, toda fissão nuclear gera rejeitos radioativos, que costumam ser armazenados em recipientes revestidos de chumbo ou concreto, sendo monitorados constantemente para evitar a contaminação do meio ambiente.

Nas últimas décadas, por não saberem como lidar com o descarte desse tipo de material, muitos países chegaram a soltar essa matéria no mar, ou simplesmente abandonou tais dejetos em minas e cavernas. Como consequência, houve um grande desequilíbrio nos ecossistemas afetados.

Por outro lado, o processo produtivo de energia nuclear usa a água do mar para resfriar o reator e movimentar as turbinas. Entretanto, a água é devolvida aos mares mais quente do que quando foi coletada, ou seja, ela retorna causando danos para a fauna e flora marinha.

Hoje, o monitoramento das usinas nucleares é constante, mas ainda existe o perigo de acidentes e vazamentos. Dessa forma, evitar acontecimentos como os que aconteceram em Chernobyl (1986) e Fukushima (2011) é a maior prioridade atual do setor nuclear.

Quais são os problemas da energia nuclear?

Diante de tantos riscos, a produção de energia nuclear exige um alto controle para evitar qualquer tipo de vazamento ou acidente com produtos radioativos. Em suma, a contaminação radioativa pode ocasionar:

• Mutação genética de várias espécies de plantas, insetos e animais;
• Queimaduras;
• Alterações na produção do sangue;
• Diminuição considerável da resistência imunológica;
• Surgimento de diversas doenças, como o câncer.

O maior acidente nuclear da história

Quando perguntamos por que a energia nuclear é mal vista pela sociedade, temos que mencionar o episódio de Chernobyl. O acidente de Chernobyl foi um desastre nuclear ocorrido na Central Nuclear de V. I. Lenin, usina nuclear de Pripyat, na atual Ucrânia. O acidente ocorreu à 1h23 de 26 de abril de 1986. Na época, a usina estava em manutenção, e uma falha humana levou à explosão do reator 4.

Além da falha humana, a explosão também ocorreu devido a problemas no projeto do reator RBMK. Isso porque esses reatores eram comuns na União Soviética, embora fossem bastante instáveis. Com a explosão, dois trabalhadores da usina morreram imediatamente, e um incêndio começou.

O incêndio no reator se estendeu por dias, onde as autoridades locais tentaram, sem sucesso, apagá-lo. Além disso, com a explosão, o reator e seu material radioativo ficaram expostos, ou seja, o material foi lançado na atmosfera. Na época, a radiação se espalhou, alcançando regiões próximas como a Biolorrússia e Rússia, e até mesmo locais mais distantes, como o Canadá.

Por fim, o acidente de Chernobyl ocorreu devido a falhas humanas nos testes de segurança. Assim, podemos compreender porque a usina nuclear ainda é mal vista pela sociedade. Na época, os testes eram para determinar o tempo em que as turbinas continuariam operantes, mesmo em baixa potência, após uma queda de energia.