Uma proposta fora do comum chamou atenção no mundo corporativo: um bilionário chinês lançou a “licença da infelicidade”, permitindo que funcionários tirem folga quando não estiverem bem emocionalmente. Além disso, ele passou a oferecer salários de até R$ 350 mil anuais para cargos considerados simples, gerando debates sobre saúde mental e valorização no ambiente de trabalho.
Um empresário chinês está chamando atenção do mundo ao implementar medidas radicais para garantir o bem-estar dos funcionários. Yu Donglai, fundador da rede de varejo Pang Dong Lai, anunciou recentemente a criação da “licença da infelicidade” – um benefício inédito que permite aos trabalhadores tirarem até 10 dias de folga quando estiverem emocionalmente abalados, sem necessidade de justificativa médica.
A regra é clara: se o funcionário disser que não está bem, ele pode se ausentar. Segundo Yu, “se alguém está infeliz, deve poder descansar. Não há produtividade nem humanidade em forçar alguém a trabalhar assim”.
A folga extra não pode ser negada pelos supervisores. “Negar esse direito é violar a política da empresa”, reforçou.
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Essa iniciativa não está sozinha. A Pang Dong Lai já é conhecida na China por oferecer condições de trabalho muito superiores à média nacional. Entre os benefícios garantidos estão:
- Jornadas de trabalho de apenas 7 horas por dia;
- Finais de semana totalmente livres;
- Entre 30 e 40 dias de férias por ano;
- Uma pausa adicional de 5 dias durante o Ano Novo Lunar.
Grandes salários
Além disso, Yu implementou um sistema de certificação interna que permite a qualquer funcionário, inclusive de cargos operacionais como faxineiros, atingir salários de até 500 mil yuans por ano – o equivalente a cerca de R$ 350 mil. A progressão salarial é baseada em desempenho, capacitação e avaliações internas.
Essas políticas romperam com a cultura tradicional de trabalho na China, que historicamente é marcada por longas jornadas e pressão por resultados.
O modelo de Yu Donglai contrasta com o chamado sistema “996” (das 9h às 21h, seis dias por semana), muito criticado por causar esgotamento físico e mental.
A repercussão nas redes sociais chinesas foi enorme. Muitos usuários elogiaram a proposta e pediram que outras empresas sigam o exemplo.
Frases como “Esse é o verdadeiro capitalismo com rosto humano” e “Queria que meu chefe lesse isso” se espalharam em fóruns e aplicativos de mensagens.
História do empresário
Yu, que começou sua carreira como balconista e hoje lidera uma das redes de varejo mais respeitadas do país, defende que o lucro não deve vir antes da dignidade. “As pessoas não são máquinas. Precisamos de tempo para viver, pensar e, às vezes, apenas respirar. Se o trabalho não permite isso, ele está errado.”
O caso já começa a inspirar debates dentro e fora da China sobre saúde mental no ambiente corporativo. Em tempos em que a síndrome de burnout cresce no mundo todo, medidas como essa levantam uma pergunta essencial: seria possível conciliar produtividade com humanidade?
Para Yu Donglai, a resposta é clara – e começa com um gesto simples: perguntar ao funcionário como ele se sente, e, acima de tudo, respeitar a resposta.
Com informações de SCMP.