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Beneficiários do Bolsa Família podem acumular o BPC, que paga R$ 1.518. Descubra a verdade por trás do “auxílio extra” e quem tem direito.
Nos últimos dias, manchetes chamativas prometendo um “auxílio extra de R$ 1.518 para beneficiários do Bolsa Família” viralizaram nas redes sociais. Muitas pessoas acreditaram se tratar de um novo programa criado pelo governo federal, exclusivo para quem já recebe o benefício.
Mas a realidade é diferente: não existe um novo auxílio. O que há, de fato, é a possibilidade de acumular o Bolsa Família com o Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas), pago mensalmente no valor de um salário mínimo — atualmente R$ 1.518,00.
O que é o BPC?
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um programa assistencial previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Diferente da aposentadoria ou da pensão, o BPC não exige contribuição prévia ao INSS.
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Ele garante um salário mínimo mensal (R$ 1.518 em 2025) a dois grupos:
- Idosos com 65 anos ou mais, em situação de vulnerabilidade;
- Pessoas com deficiência de qualquer idade, que comprovem não ter condições de se manter ou de serem sustentadas pela família.
Bolsa Família e BPC: podem ser acumulados?
Sim. Até pouco tempo atrás, o valor do BPC era considerado na renda familiar per capita para calcular a elegibilidade ao Bolsa Família. Isso fazia muitas famílias perderem o direito ao programa social.
Em 2024, porém, o Congresso aprovou uma alteração que retirou o BPC do cálculo da renda familiar para o Bolsa Família. Na prática, isso significa que um mesmo núcleo familiar pode receber:
- O valor regular do Bolsa Família (a partir de R$ 600, podendo variar com adicionais);
- Mais os R$ 1.518 do BPC, caso tenha um idoso ou pessoa com deficiência que se enquadre nos critérios.
Exemplo prático
Imagine uma família com quatro pessoas: pai, mãe, uma criança e um idoso de 70 anos.
- O idoso pode receber o BPC de R$ 1.518,00;
- A família, se enquadrada nos critérios de renda, continua recebendo o Bolsa Família, no valor de pelo menos R$ 600,00;
- No total, essa casa pode ter R$ 2.118,00 garantidos por mês.
É justamente dessa soma que surge a confusão em torno do suposto “auxílio extra”.
Não é um benefício novo
É importante reforçar:
- Não existe um novo auxílio criado pelo governo federal de R$ 1.518,00 para quem já recebe Bolsa Família;
- O valor corresponde ao BPC, que já existia, mas agora pode ser acumulado com o Bolsa Família sem prejuízo.
Ou seja: a informação que circula é verdadeira em parte, mas foi apresentada de forma sensacionalista, dando a entender que todos os beneficiários teriam direito automático ao extra — o que não é o caso.
Quem tem direito ao BPC?
Para ter acesso ao BPC, é necessário:
- Ter 65 anos ou mais (no caso de idosos) ou apresentar deficiência que impeça a participação plena na sociedade;
- Estar em situação de baixa renda, com renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo (critério analisado pelo INSS e pela assistência social);
- Estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico).
A solicitação é feita pelo INSS, e não pelos aplicativos do Bolsa Família.
Por que a informação circula de forma confusa?
Títulos chamativos são comuns quando se trata de benefícios sociais, já que despertam grande interesse popular. No entanto, ao usar expressões como “auxílio extra” ou “bolsa secreta”, muitos veículos e publicações acabam transmitindo uma ideia distorcida.
No caso em questão, a manchete sugere um novo programa, quando a realidade é apenas a acumulação legal entre Bolsa Família e BPC.
Beneficiários do Bolsa Família não ganharam automaticamente um auxílio extra
Beneficiários do Bolsa Família não ganharam automaticamente um auxílio extra de R$ 1.518,00. O que existe é a possibilidade de acumular o benefício com o BPC, desde que haja um idoso ou pessoa com deficiência na família que se enquadre nas regras.
Na prática, essa mudança representa uma vitória importante para famílias em vulnerabilidade, pois garante mais segurança financeira sem a necessidade de abrir mão de um dos programas.
Assim, a promessa de “auxílio extra” é sensacionalista, mas tem um fundo de verdade: sim, é possível receber valores maiores, mas apenas em situações específicas.
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