Um erro interno em abril de 2024 fez o Citigroup lançar US$ 81 trilhões na conta de um cliente; falha passou por dois funcionários e só foi percebida por um terceiro após 90 minutos
Um cliente do Citigroup viveu uma surpresa inacreditável em abril de 2024: ao verificar sua conta, em vez dos esperados US$ 280, encontrou um depósito de US$ 81 trilhões. O episódio, que rapidamente ganhou repercussão internacional, foi confirmado pelo banco e divulgado inicialmente pelo Jornal Financeiro.
Segundo a publicação, a transferência errada passou por dois níveis de checagem interna: um funcionário responsável pelo pagamento e outro encarregado da revisão antes da liberação para processamento. Ambos deixaram o erro passar, o que só aumentou a gravidade da situação.
Detecção do erro e reação imediata
Foi apenas um terceiro funcionário, 90 minutos depois da entrada do valor na conta, que percebeu o problema. A reversão da transação, no entanto, levou várias horas para ser concluída. A informação foi divulgada pelo veículo Times, que citou um relatório interno e fontes próximas ao caso.
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Apesar da dimensão do engano, nenhum valor chegou a sair do Citigroup. A instituição reportou o “quase acidente” ao Federal Reserve e ao Gabinete do Controlador da Moeda (OCC), reforçando que os controles internos, embora falhos no início, conseguiram detectar e impedir que o montante fosse efetivamente movimentado.
Declaração oficial e medidas de contenção
Após o incidente, o banco declarou à PEOPLE que seus “controles de detetive identificaram prontamente o erro de entrada”. Segundo a nota, apesar do valor absurdo lançado na conta, “um pagamento desse tamanho jamais poderia ter sido executado”.
O comunicado reforçou ainda que os sistemas internos reverteram rapidamente a transação entre duas contas contábeis do Citi, garantindo que nenhum dólar deixasse a instituição. A empresa também destacou que seus controles preventivos teriam impedido qualquer saída de recursos mesmo que o erro tivesse passado despercebido por mais tempo.
De acordo com o Citigroup, o caso serve como prova da necessidade de reduzir processos manuais e ampliar a automação dos controles internos, parte de um projeto global chamado “Transformação”, anunciado pela atual CEO Jane Fraser.
Histórico de falhas e multas milionárias
Embora nenhum cliente tenha sido prejudicado diretamente neste episódio, ele não foi um caso isolado. Em 2022, um funcionário do banco adicionou um zero a uma negociação, desencadeando uma liquidação de ações que provocou uma crise nos mercados europeus. O erro custou caro: em 2023, o Citigroup foi multado em £62 milhões (cerca de US$ 78 milhões) por reguladores britânicos.
O histórico de equívocos também remonta a 2020, quando o banco transferiu US$ 893 milhões a credores da Revlon Inc. em vez dos US$ 7,8 milhões de juros previstos. O erro deu a impressão de que a empresa havia quitado antecipadamente um empréstimo que só venceria em 2023.
Naquele mesmo ano, o OCC (Gabinete do Controlador da Moeda dos EUA) aplicou uma multa de US$ 400 milhões ao Citigroup por falhas de longa data em seus programas de gestão de riscos e controles internos.
E os problemas persistiram: em 2023, os reguladores norte-americanos penalizaram novamente o banco, desta vez em US$ 136 milhões, alegando que o progresso na correção de suas deficiências de governança de dados ainda era insuficiente.
Lições e impactos no setor bancário
O episódio de 2024, embora revertido rapidamente, reforçou um alerta importante: falhas humanas, mesmo em instituições globais com bilhões de dólares sob gestão, ainda podem gerar situações de risco sistêmico.
Especialistas lembram que a digitalização do sistema financeiro aumenta a eficiência, mas também exige protocolos automatizados capazes de impedir que erros simples de digitação se transformem em crises globais.
Como destacou o Jornal Financeiro e veículos como Reuters e The New York Times, a sucessão de falhas demonstra que a transformação prometida pelo Citigroup ainda enfrenta um caminho longo e custoso, em um cenário de forte pressão regulatória.