Após dois leilões consecutivos que somaram mais de US$ 4,8 bilhões, o Banco Central anuncia hoje, 16 de dezembro, uma intervenção massiva de US$ 3 bilhões para segurar o dólar, que já ultrapassou R$ 6 nas últimas semanas.
O Banco Central (BC) tomou uma decisão crucial para conter a disparada do dólar: vai leiloar hoje, 16 de dezembro de 2024, até US$ 3 bilhões das reservas internacionais. Mas você sabe por que isso é tão importante? Vamos explicar como essa estratégia impacta o câmbio e o bolso de todos os brasileiros.
Com a alta constante da moeda norte-americana, que na última sexta-feira (13) bateu R$ 6,07, o BC busca evitar que o dólar mantenha essa trajetória ascendente. A ação é parte de um esforço contínuo para trazer estabilidade ao mercado financeiro e à economia do país.
Por que o Banco Central está leiloando dólares?
Quando o dólar dispara, o impacto é sentido diretamente no dia a dia: produtos importados ficam mais caros, viagens internacionais pesam mais no orçamento e até o preço dos combustíveis pode subir. Para evitar uma pressão ainda maior na inflação, o Banco Central atua no mercado cambial.
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Leiloar dólares é uma das principais ferramentas do BC. Ao aumentar a oferta de dólares no mercado, o objetivo é diminuir a cotação da moeda estrangeira, trazendo mais equilíbrio ao câmbio. Essa é a terceira vez consecutiva que o BC utiliza essa estratégia, mostrando que o momento exige medidas firmes.
Como funciona o leilão de dólares do Banco Central?
O leilão de hoje será realizado na modalidade chamada “leilão de linha”, com compromisso de recompra. Isso significa que o Banco Central vende os dólares agora, mas já combina a recompra desses valores no futuro — neste caso, em março de 2025. É como um empréstimo temporário de dólares, que permite regular o fluxo de moeda no mercado sem esgotar as reservas internacionais.
Na última sexta-feira (13), o BC adotou uma estratégia diferente: vendeu US$ 845 milhões à vista, sem recompra. Esse tipo de operação é menos frequente, mas foi usada para uma intervenção direta no mercado diante da urgência de segurar o dólar.
Histórico de intervenções
Nos últimos dias, o Banco Central (BC) intensificou suas ações no mercado cambial. Na quinta-feira (12), foram vendidos US$ 4 bilhões com compromisso de recompra, enquanto na sexta-feira (13), a intervenção somou US$ 845 milhões à vista. Apesar disso, o dólar encerrou a semana em alta, mostrando que a pressão no câmbio continua.
Essas medidas fazem parte de uma estratégia maior para evitar que o dólar ultrapasse a barreira dos R$ 6,00 de forma constante. A venda de US$ 3 bilhões hoje é uma tentativa de trazer maior estabilidade para o mercado e reduzir a volatilidade cambial.
O que esperar do dólar após o leilão de hoje?
Especialistas acreditam que o leilão de hoje pode aliviar temporariamente a pressão sobre o câmbio, mas não garante uma queda expressiva no valor do dólar. A moeda americana está sendo impactada por fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos, e internos, como as incertezas econômicas no Brasil.
Se o Banco Central não continuar intervindo, o dólar pode voltar a subir, aumentando os custos para consumidores e empresas. Portanto, o mercado deve continuar atento às próximas movimentações do BC e a possíveis mudanças na política cambial.
As ações do Banco Central são fundamentais para proteger a economia brasileira de impactos mais graves causados pela alta do dólar. O leilão de US$ 3 bilhões mostra que a instituição está comprometida em manter a estabilidade cambial, mesmo diante de um cenário desafiador.