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Banco Central determina o fim do boleto sem registro e passa a exigir a identificação por CPF ou CNPJ em todas as cobranças para frear as fraudes no sistema

Publicado em 11/10/2025 às 22:51
O Banco Central implementa a Nova Plataforma de Cobrança e torna obrigatório o boleto registrado com CPF ou CNPJ para reduzir fraudes no sistema financeiro.
O Banco Central implementa a Nova Plataforma de Cobrança e torna obrigatório o boleto registrado com CPF ou CNPJ para reduzir fraudes no sistema financeiro.
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Com a mudança liderada pelo Banco Central, a Nova Plataforma de Cobrança obriga identificação completa do pagador e do beneficiário para reduzir fraudes, agilizar a compensação e dar rastreabilidade a todos os boletos no país.

O Banco Central determinou o fim do boleto sem registro e passou a exigir, em todas as cobranças, a identificação por CPF ou CNPJ do pagador e do beneficiário. A medida, implementada gradualmente a partir de 2017 na Nova Plataforma de Cobrança, busca modernizar o sistema e fechar brechas usadas em golpes como o do boleto falso, em que dados são adulterados para desviar pagamentos.

Na prática, todo boleto agora nasce registrado em base centralizada e auditável. Isso muda o fluxo de emissão, liquidação e contestação, melhora a prova em caso de disputa e possibilita serviços como segunda via com valores atualizados, integração com Pix e comunicação automatizada de vencimentos.

O que muda para empresas e consumidores

A extinção do boleto sem registro elimina o documento que só “aparecia” para o banco no momento do pagamento. Antes, o emissor gerava a cobrança com tarifa menor e sem cadastro prévio.

O problema é que a identificação tardia dificultava o rastreamento e favorecia fraudes, além de inviabilizar o protesto em caso de inadimplência.

Com o registro obrigatório, cada título traz nome e CPF ou CNPJ do pagador e do beneficiário, valor e data de vencimento.

O resultado é um rastro completo desde a emissão até a compensação, com validações automáticas na Câmara Interbancária de Pagamentos.

Para o consumidor, isso significa conferir no aplicativo do banco se os dados do beneficiário batem com quem realmente vendeu o serviço.

Para o emissor, a gestão de recebíveis fica mais previsível e auditável.

Como a Nova Plataforma de Cobrança reduz fraudes

O registro cria uma camada de verificação que confronta o boleto apresentado no caixa, no internet banking ou no app com o que está cadastrado no sistema.

Se houver divergência, o pagamento é barrado e o cliente recebe alerta para checagem.

Esse mecanismo atinge diretamente o golpe do boleto adulterado, muito comum quando criminosos interceptam e-mails e trocam a linha digitável.

A exigência de CPF ou CNPJ também eleva o custo do crime. Fraudadores precisam associar uma boa-fé identificável a cada boleto falso, o que facilita investigações e responsabilização.

A centralização dos dados, além disso, melhora o trabalho dos bancos na detecção de padrões anômalos e redução de tentativas repetidas de fraude.

Impacto operacional e financeiro para quem emite

Para empresas, MEIs e autônomos que usavam o sem registro por ser mais barato, há ajustes de processo e de custo.

O emissor precisa enviar o arquivo de registro ao banco na criação do título e manter a base de sacados atualizada.

Em contrapartida, ganha funcionalidades antes indisponíveis, como baixa automática, abatimento, juros de mora parametrizados e segunda via com cálculo de atualização.

No fluxo de caixa, o ganho vem da compensação mais rápida e previsível, inclusive com a possibilidade de conciliar recebimentos via Pix referenciando o boleto.

Para carteiras com alto volume, a automação reduz erros e tempo de reconciliação, melhorando indicadores de inadimplência e de recuperação de crédito.

E se aparecer “boleto não registrado”

Mesmo com a regra, o aviso “não registrado” ainda pode surgir por falha de processamento ou fraude. Nesses casos, o procedimento é objetivo.

Não pague o documento. Confirme diretamente com o beneficiário pelos canais oficiais e solicite o reenvio.

Persistindo a suspeita, registre reclamação no banco e denuncie ao Banco Central.

Erros legítimos de cadastro são corrigidos pelo emissor mediante novo registro, enquanto boletos falsos devem ser descartados.

Governança, rastreabilidade e prova em disputas

O registro transforma o boleto em documento com trilha de auditoria, o que fortalece a posição de ambos os lados em disputas.

Em caso de não pagamento, o credor agora tem lastro para protesto e cobrança extrajudicial.

Em caso de fraude, a cadeia de informações facilita a localização da origem do desvio.

Para o sistema financeiro, a padronização eleva a qualidade dos dados e melhora a supervisão prudencial.

Onde essa mudança se conecta ao Pix

A integração entre boletos e Pix não substitui o registro, ela o potencializa.

QR Codes vinculados ao título registrado reduzem erros de digitação, aceleram a liquidação e mantêm as informações de cobrança coerentes.

Para o cliente final, o importante é sempre conferir nome do beneficiário, CNPJ e valor no momento do pagamento, seja por linha digitável, seja por Pix Copia e Cola.

Dados e escala do novo modelo

Desde o início da migração, a Nova Plataforma de Cobrança passou a processar bilhões de títulos com checagens automáticas, consolidando o boleto registrado como padrão do mercado.

Em cinco anos, o sistema registrou dezenas de bilhões de documentos, com ganhos evidentes de rastreabilidade e redução de brechas.

O próprio setor reporta queda em modalidades clássicas de fraude associadas ao antigo sem registro e, em paralelo, evolução dos criminosos para técnicas mais sofisticadas, o que reforça a importância de verificação pelos usuários.

Por que o Banco Central mudou a regra

A motivação é de segurança, eficiência e inclusão. O boleto é onipresente no varejo, nos serviços e no setor público.

Ao exigir CPF ou CNPJ e registro prévio, o Banco Central cria incentivos para um ecossistema mais confiável, reduz litígios e melhora a competitividade de quem vende de forma legítima.

Em um mercado que convive com Pix e cartões, o boleto segue relevante, e a governança de dados é a base para sua longevidade.

Você já teve problema com boleto adulterado ou aviso de “não registrado”. As validações exigidas pelo Banco Central melhoraram sua rotina de pagamentos ou aumentaram o custo de emissão no seu negócio. Conte qual foi o maior desafio na adaptação ao boleto registrado e que prática você adota hoje para garantir autenticidade nas cobranças e nos pagamentos. Queremos ouvir quem vive isso na prática.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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