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Programa Voa Brasil vende só 1,5% das passagens em um ano e levanta dúvidas sobre impacto real

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 29/07/2025 às 17:22
O programa Voa Brasil, voltado a aposentados do INSS, vendeu apenas 1,5% das passagens ofertadas. Saiba os destinos mais procurados!
Foto: Canva
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O programa Voa Brasil, voltado a aposentados do INSS, vendeu apenas 1,5% das passagens ofertadas. Saiba os destinos mais procurados!

O que era para ser uma iniciativa de inclusão no transporte aéreo, acabou mostrando resultados bem abaixo do esperado. Lançado em julho de 2024, o programa Voa Brasil, voltado para aposentados do INSS que não viajaram de avião nos últimos 12 meses, comercializou apenas 45 mil passagens — o equivalente a 1,5% dos três milhões de bilhetes inicialmente disponíveis.

Os dados foram compilados até 24 de julho de 2025 pelo Ministério de Portos e Aeroportos, responsável pela ação, e apontam para uma adesão muito abaixo da capacidade ofertada.

Com passagens aéreas de até R$ 200, o objetivo era incentivar a população de baixa renda a embarcar em voos domésticos, aproveitando assentos ociosos. No entanto, os números levantam um alerta sobre os reais obstáculos enfrentados para popularizar a aviação no Brasil.

O que é o programa Voa Brasil?

O Voa Brasil foi anunciado em março de 2023 pelo então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, com a promessa de ampliar o acesso à aviação civil para camadas da população historicamente excluídas desse meio de transporte.

A iniciativa, no entanto, só saiu do papel em julho de 2024, já sob comando do deputado Silvio Costa Filho, que assumiu a pasta em setembro de 2023.

Apesar de não representar custos diretos para o orçamento público, o programa depende da colaboração com companhias aéreas para disponibilizar bilhetes a preços acessíveis — com prioridade para ocupação de assentos vagos em voos com baixa demanda.

Quem pode participar?

A proposta é simples: aposentados do INSS que não viajaram de avião no último ano podem comprar bilhetes por até R$ 200. O programa não impõe restrição de renda e, segundo o governo, busca movimentar a aviação regional sem sobrecarregar as finanças públicas.

Mesmo com essas condições, a adesão ficou aquém do esperado. Especialistas apontam possíveis causas como a falta de acesso digital por parte do público-alvo, baixa divulgação e barreiras logísticas nos deslocamentos até os aeroportos.

Principais destinos procurados

Entre os participantes do Voa Brasil, os destinos mais buscados foram São Paulo (12.771 passagens emitidas), Rio de Janeiro (3.673) e Recife (3.509). As rotas mais movimentadas envolvem principalmente capitais do Sudeste e Nordeste, que concentraram 83% das reservas.

Além desses, outras cidades procuradas foram Fortaleza, Salvador, João Pessoa, Maceió, Belo Horizonte e Natal. Foram registrados mais de 500 trechos diferentes entre as passagens emitidas.

Entre os trechos mais utilizados, destacam-se voos como São Paulo–Recife, São Paulo–Salvador e Rio de Janeiro–João Pessoa, além da tradicional ponte aérea Rio–São Paulo e percursos de curta distância, como Salvador–Porto Seguro.

Por que a adesão foi tão baixa?

Apesar da proposta atraente, diversos fatores podem ter influenciado o baixo número de adesões. Um deles é a necessidade de acesso à internet e aplicativos para realizar as compras, o que pode ser uma barreira para parte da população idosa.

Além disso, muitos aposentados vivem em regiões afastadas de grandes centros urbanos, o que dificulta o acesso aos aeroportos. Outro ponto é a falta de campanhas educativas e promocionais que orientem os interessados sobre como participar do programa.

O futuro do Voa Brasil ainda é incerto

Com apenas 1,5% das passagens aéreas vendidas em seu primeiro ano, o Voa Brasil enfrenta um dilema: como tornar a iniciativa mais eficiente e acessível ao público-alvo?

O Ministério de Portos e Aeroportos ainda não anunciou mudanças estruturais no programa, mas especialistas defendem que, para atingir resultados mais expressivos, será necessário investir em inclusão digital, ampliar os pontos de venda presenciais e repensar as estratégias de comunicação com os beneficiários do INSS.

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia. Apaixonada por leitura, escrita e música.

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