O Boeing E-6B Mercury, conhecido como o “avião do Juízo Final”, foi visto na última segunda-feira (11) circulando a Base Aérea de Offutt, em Omaha, Nebraska. A aeronave, operada pela Marinha dos EUA, partiu da Base Aérea de Tinker, em Oklahoma, e realizou três voltas sobre a região antes de retornar. A missão do voo não foi revelada, mas seu trajeto gerou especulações devido ao papel estratégico do modelo em operações nucleares.
Dados de rastreamento mostram que o “avião do Juízo Final” da Marinha dos EUA partiu por volta das 9h (horário do leste dos EUA), voou até Nebraska e passou cerca de sete horas em operação antes de retornar a Oklahoma. Durante o voo, o avião circulou três vezes a Base Aérea de Offutt, um dos centros de comando nuclear dos Estados Unidos.
Essa base abriga o Comando Estratégico dos EUA, responsável pelo controle de armas nucleares, além de ser o local onde pelo menos uma aeronave Boeing E-4B, outro “avião do Juízo Final”, fica em alerta permanente para emergências militares.
O que é o Boeing E-6B Mercury?
O E-6B Mercury da Marinha dos EUA é uma peça-chave na estratégia militar dos EUA. Criado como um centro de comando aéreo, ele é projetado para garantir a comunicação entre os líderes do governo e as forças nucleares do país em caso de conflito global.
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A aeronave é equipada com um sistema de comunicação de frequência muito baixa, permitindo que o Presidente dos Estados Unidos e o Secretário de Defesa enviem ordens para submarinos de mísseis balísticos, bombardeiros e silos de mísseis.
Diferente de aviões comerciais, o E-6B Mercury foi construído para resistir a pulsos eletromagnéticos, que poderiam ser gerados por explosões nucleares. Sua tecnologia é baseada em sistemas analógicos, que não seriam danificados por esses pulsos.
Missão e funções do E-6B Mercury da Marinha dos EUA
O principal objetivo do E-6B Mercury é manter a comunicação militar intacta em qualquer cenário. Ele faz parte da Operação Looking Glass, garantindo que as forças nucleares dos EUA possam ser controladas mesmo se os centros de comando terrestres forem destruídos.
A aeronave pode operar por até uma semana sem precisar pousar, graças ao seu sistema de reabastecimento aéreo. Isso permite que o comando dos EUA permaneça ativo mesmo em cenários extremos.
Em caso de conflito nuclear, o E-6B Mercury tem a capacidade de transmitir ordens de ataque para submarinos e bases terrestres, tornando-se um elemento essencial na estratégia de dissuasão dos Estados Unidos.
Outros voos misteriosos da frota
O rastreamento de voos também detectou três outras aeronaves E-6B Mercury operando simultaneamente em diferentes partes dos EUA. Uma delas fez um trajeto curto perto de Tulsa, outra voou em direção a Dallas, e a terceira partiu de Maryland.
Não é incomum que esses aviões realizem missões secretas. Em outubro de 2020, dois E-6B Mercury da Marinha dos EUA foram vistos nos céus dos EUA no mesmo dia em que o então presidente Donald Trump testou positivo para Covid-19. Na época, surgiram teorias de que o movimento era um aviso aos inimigos de que os EUA continuavam em alerta máximo, mesmo com a saúde do presidente comprometida.
Entretanto, o Comando Estratégico dos EUA negou qualquer relação entre os voos e a doença de Trump, afirmando que os exercícios já estavam planejados previamente.
O papel do E-6B na estratégia militar dos EUA
A frota de E-6B Mercury faz parte de uma rede de defesa estratégica que inclui também os aviões Boeing E-4B, usados como centro de comando presidencial em caso de crise global.
Essas aeronaves estão em alerta constante para garantir que o alto escalão do governo possa operar de qualquer lugar do mundo em caso de ataque nuclear ou catástrofe de grandes proporções.
O E-6B Mercury é uma peça fundamental nesse sistema, garantindo que os EUA mantenham sua capacidade de resposta militar mesmo nas piores circunstâncias. Seu voo recente sobre Nebraska reforça a importância dessa frota para a segurança nacional.
A Marinha dos EUA não divulgou detalhes sobre a missão, mas o fato de que múltiplos aviões Mercury estavam no ar simultaneamente levanta questões sobre o que pode ter motivado essa movimentação estratégica.