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Avi Loeb, astrofísico de Harvard, afirma que o cometa 3I/ATLAS pode ser uma espaçonave alienígena e alerta para possível evento global

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 10/11/2025 às 14:27
Avi Loeb diz que o cometa 3I/ATLAS pode ser um objeto interestelar e até uma espaçonave alienígena, capaz de causar um evento global raro.
Avi Loeb diz que o cometa 3I/ATLAS pode ser um objeto interestelar e até uma espaçonave alienígena, capaz de causar um evento global raro.
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Para Avi Loeb, o cometa 3I/ATLAS pode ser um objeto interestelar que funciona como espaçonave alienígena e representa risco de evento global monitorado por agências espaciais.

O cometa 3I/ATLAS entrou no radar da comunidade científica como o terceiro objeto interestelar já detectado passando pelo Sistema Solar, mas ganhou outra camada de atenção após o astrofísico de Harvard Avi Loeb sugerir que suas características são tão improváveis para um corpo natural que poderiam ser melhor explicadas se se tratasse de uma espaçonave alienígena em trânsito. A partir de estimativas de massa, comportamento dos jatos e trajetória, o pesquisador descreve o objeto como pelo menos um milhão de vezes mais massivo que visitantes anteriores, levantando dúvidas sobre sua origem e alertando para o risco de um evento raro, porém potencialmente global.

Enquanto a Nasa e a Agência Espacial Europeia programam observações detalhadas do cometa 3I/ATLAS, incluindo uma campanha dedicada da missão JUICE entre 2 e 25 de novembro de 2025, o debate se expande para além da academia e alcança o público geral. De um lado, há o fascínio pela possibilidade de tecnologia extraterrestre; de outro, a responsabilidade de tratar hipóteses extraordinárias com rigor científico, sem perder de vista a importância da defesa planetária e da vigilância sistemática de objetos que cruzam a vizinhança da Terra.

Quem é Avi Loeb e por que sua voz influencia o debate

Avi Loeb é um dos astrofísicos mais conhecidos da atualidade, ligado a Harvard e à direção do chamado Projeto Galileu, iniciativa que busca investigar de forma sistemática indícios de tecnologia extraterrestre.

Ao longo dos últimos anos, ele se destacou por defender que certos objetos interestelares, como 1I/Oumuamua, poderiam ter origem artificial, o que o colocou ao mesmo tempo em posição de grande visibilidade e de forte contestação entre pares.

Nesse contexto, quando Loeb volta a público para afirmar que o cometa 3I/ATLAS apresenta características que o aproximariam mais de uma espaçonave do que de um cometa natural típico, sua avaliação ganha repercussão imediata.

A combinação entre credenciais acadêmicas sólidas e disposição para explorar hipóteses fora do consenso transforma suas declarações em catalisadores de debate, tanto dentro de ambientes científicos quanto na mídia e nas redes sociais.

O que torna o cometa 3I/ATLAS tão incomum

O ponto de partida da discussão é a escala do cometa 3I/ATLAS.

Com base em estimativas de massa, Loeb argumenta que o objeto poderia ter algo em torno de mais de 50 bilhões de toneladas, número que, segundo ele, seria pelo menos um milhão de vezes superior à massa estimada de 1I/Oumuamua, o primeiro objeto interestelar registrado.

Para o astrofísico, essa discrepância de tamanho desafia modelos tradicionais de formação de corpos rochosos e gelados no espaço interestelar.

Além da massa, entram em cena outros elementos: velocidade, atividade de jatos e trajetória pelo Sistema Solar.

O cometa exibe jatos que, na interpretação usual, seriam resultado da sublimação de voláteis aquecidos pela luz solar, mecanismo típico de cometas naturais.

No entanto, Loeb considera que o conjunto de características do 3I/ATLAS é estatisticamente improvável se comparado ao que se esperaria observar ao longo de uma década de monitoramento, sugerindo que há algo de atípico no comportamento desse objeto em particular.

A hipótese de espaçonave alienígena e o papel dos jatos

Na formulação de Loeb, o elemento central para sustentar a hipótese de espaçonave está na interpretação dos jatos do cometa 3I/ATLAS.

Em vez de vê-los apenas como sublimação natural de gelo e outros compostos sob ação do Sol, ele propõe que esses jatos possam ser equivalentes a propulsores tecnológicos, responsáveis por ajustar a velocidade e a trajetória do objeto, de maneira semelhante a foguetes artificiais.

Para argumentar em favor dessa leitura, o astrofísico compara a eficiência de diferentes formas de propulsão.

Foguetes químicos atingem velocidades de exaustão da ordem de 3 a 5 quilômetros por segundo, bem superiores às velocidades associadas à ejeção natural de voláteis cometários.

Propulsores iônicos, por sua vez, podem alcançar faixas ainda maiores, entre 10 e 50 quilômetros por segundo.

Na visão de Loeb, uma tecnologia alienígena avançada poderia operar com velocidades superiores às atuais, reduzindo drasticamente a perda de massa necessária para gerar o empuxo observado, o que tornaria plausível um cenário em que os jatos sejam resultado de um sistema de propulsão de uma nave de grande porte.

“Cisne negro” cósmico e preocupações com um evento global

Além de levantar a hipótese de origem artificial, Loeb associa o cometa 3I/ATLAS à possibilidade de um “evento cisne negro” de relevância global.

A expressão, importada da teoria de risco, descreve acontecimentos raros, difíceis de prever, mas de impacto potencialmente enorme.

Nesse contexto, um objeto interestelar gigante, com comportamento incomum e trajetória que interage com o Sistema Solar interno, passa a ser visto como algo que merece atenção especial dos órgãos de monitoramento.

As menções a um possível evento global não significam, necessariamente, impacto iminente com a Terra, mas apontam para a necessidade de tratar o 3I/ATLAS como um caso de estudo reforçado para protocolos de defesa planetária.

Rumores sobre eventual reforço silencioso de sistemas de monitoramento por parte de agências espaciais alimentam teorias de conspiração, mas não substituem a análise transparente de dados observacionais.

O ponto de Loeb é que, diante de um objeto tão fora do padrão, seria prudente que instituições globais avaliassem cenários e estratégias caso a origem artificial viesse a ser confirmada.

Monitoramento do cometa 3I/ATLAS por missões espaciais

Do ponto de vista operacional, o cometa 3I/ATLAS já está no planejamento de grandes missões.

A Nasa informou que o periélio em relação à Terra deve ocorrer em 19 de dezembro de 2025, momento em que o objeto estará em posição particularmente favorável para observações de diferentes instrumentos.

No mesmo período, a sonda JUICE, da Agência Espacial Europeia, terá entre 2 e 25 de novembro uma janela dedicada para estudar o objeto a partir de uma série de sensores especializados.

Esse tipo de acompanhamento é essencial para reduzir incertezas sobre massa, composição e dinâmica.

Observações em múltiplos comprimentos de onda permitem comparar o comportamento do 3I/ATLAS com o de cometas clássicos, testando de forma mais robusta se os jatos e a curva de brilho seguem padrões conhecidos ou se realmente se afastam do que seria esperado.

Quanto mais dados forem coletados, maior será a capacidade da comunidade científica de validar, refutar ou ajustar hipóteses sobre a natureza do objeto, sejam elas convencionais ou mais ousadas.

Assinaturas químicas e “mensagens” de outros sistemas planetários

Independentemente da hipótese de espaçonave, o cometa 3I/ATLAS já se mostrou cientificamente valioso.

O Observatório Neil Gehrels Swift, da Nasa, identificou a presença de gás hidroxila (OH) associada ao objeto, assinatura química diretamente ligada à água.

Para pesquisadores como o professor Dennis Bodewits, da Universidade de Auburn, detectar água ou mesmo seu eco ultravioleta em um cometa interestelar equivale a ler uma espécie de mensagem enviada de outro sistema planetário.

Esse tipo de detecção indica que os processos de formação e composição de corpos gelados fora do Sistema Solar podem compartilhar semelhanças com os cometas que conhecemos localmente, o que ajuda a construir uma visão comparativa da química e da dinâmica de sistemas planetários.

Ao mesmo tempo, a existência de água em um objeto tão grande e incomum mantém aberta a discussão sobre o ambiente onde o 3I/ATLAS se formou e sobre os mecanismos que o lançaram para uma trajetória que cruzou o caminho do Sol e da Terra.

Entre a especulação e o método científico

A hipótese de que o cometa 3I/ATLAS possa ser uma espaçonave alienígena não deixa de ser, em essência, uma especulação formulada a partir de dados reais, mas ainda incompletos.

No método científico, propostas desse tipo precisam ser confrontadas com observações independentes, análises de outros grupos de pesquisa e modelos alternativos que tentem explicar os mesmos fenômenos de forma mais conservadora.

Ideias extraordinárias exigem evidências igualmente robustas para serem aceitas como explicação principal, especialmente quando sugerem tecnologia extraterrestre.

Ao mesmo tempo, ignorar completamente hipóteses não convencionais pode levar a perdas de oportunidade em áreas emergentes de investigação.

O equilíbrio está em manter a abertura intelectual sem abandonar o rigor.

No caso do 3I/ATLAS, isso significa seguir acumulando dados, calibrar estimativas de massa e atividade, comparar com outros cometas e avaliar se as “dez características estranhas” apontadas por Loeb resistem à análise ampliada.

Quanto mais transparente for esse processo, menor será o espaço para distorções e leituras sensacionalistas fora do ambiente técnico.

Conclusão: como acompanhar o cometa 3I/ATLAS com senso crítico

O caso do cometa 3I/ATLAS condensa vários elementos que costumam atrair atenção pública: um objeto interestelar gigante, um astrofísico de Harvard propondo a hipótese de espaçonave alienígena, menções a um possível evento global e a mobilização de grandes missões espaciais para estudar o fenômeno.

Tratar essa combinação com seriedade significa reconhecer o valor científico do objeto, acompanhar as observações em curso e, ao mesmo tempo, manter distância de conclusões apressadas, lembrando que o método científico avança justamente ao testar hipóteses de forma sistemática.

À medida que se aproximam as datas-chave de observação e o fluxo de dados sobre o cometa 3I/ATLAS aumenta, a expectativa é de que o quadro se torne mais claro, seja para reforçar a leitura de um cometa natural extremamente incomum, seja para manter viva a discussão sobre origens artificiais em nível puramente hipotético.

Diante desse cenário, fica a pergunta para o leitor: ao acompanhar as novas informações sobre o 3I/ATLAS, você se inclina a ver o objeto principalmente como um cometa extremo ou considera plausível levar a sério a hipótese de espaçonave alienígena defendida por Avi Loeb?

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EUVALDO DA S C NETO
EUVALDO DA S C NETO
10/11/2025 15:21

Considero plausível a hipótese de espaçonave alienígena

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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