Autoescolas reagem a proposta do governo que dispensa aulas obrigatórias na CNH e alertam risco de perder R$ 14 bi e 300 mil empregos
A proposta do governo para flexibilizar a CNH abriu um dos maiores embates recentes no setor de trânsito. O Ministério dos Transportes colocou em debate a possibilidade de eliminar a obrigatoriedade de aulas teóricas e práticas nas categorias A (motos) e B (carros de passeio), além de dispensar o uso de simuladores e veículos adaptados.
O objetivo do governo é reduzir o custo médio da habilitação, hoje estimado em R$ 3,2 mil por candidato, dos quais aproximadamente R$ 2,5 mil vão diretamente para as autoescolas. A medida, segundo a pasta, busca democratizar o acesso à CNH, especialmente para jovens e trabalhadores que dependem do documento para gerar renda.
Autoescolas falam em ameaça de colapso no setor
A reação foi imediata. A Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) afirmou que a proposta coloca em risco um mercado de R$ 14 bilhões anuais e cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos. O presidente da entidade, Ygor Valença, acusou o governo de “atropelar o debate técnico”, lembrando que a Câmara Temática do Contran, responsável por discutir mudanças no processo de habilitação, está desativada há mais de um ano.
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Segundo Valença, a medida não representa modernização, mas substituição: instrutores autônomos poderiam atuar sem a mesma estrutura exigida das autoescolas, enquanto as próprias escolas continuariam impedidas de oferecer ensino a distância. Para o setor, a mudança fragilizaria o processo de formação de condutores e aumentaria os riscos no trânsito.
Pressão política e mobilização no Congresso
O tema já ganhou corpo político. Lideranças das autoescolas realizaram reuniões com a ministra Gleisi Hoffmann e parlamentares aliados, defendendo que a proposta ameaça a sobrevivência de milhares de empresas familiares. Nesta semana, a Câmara dos Deputados promoveu uma audiência pública (02/09) e marcou uma Comissão Geral para esta quarta-feira (03/09), onde o assunto será amplamente debatido.
O setor argumenta que, sem um modelo regulado, haverá precarização na formação de condutores, além da perda de arrecadação tributária. Por outro lado, parlamentares alinhados ao governo ressaltam que o custo atual da CNH é proibitivo para milhões de brasileiros, e que a flexibilização pode ampliar o acesso.
Governo defende democratização e corte de custos
Para o Ministério dos Transportes, a prioridade é reduzir barreiras econômicas. A pasta defende que a proposta do governo para flexibilizar a CNH ajudaria a incluir mais cidadãos na formalidade e na mobilidade urbana. Em nota, destacou que a intenção não é acabar com as autoescolas, mas permitir maior concorrência e alternativas mais baratas para os candidatos.
A equipe técnica do ministério reforça que o modelo atual encarece artificialmente o processo e que países como os Estados Unidos já operam com regras mais flexíveis, sem prejuízos graves à segurança no trânsito. Ainda assim, especialistas alertam que, em um país com altos índices de acidentes, qualquer mudança precisa ser acompanhada de medidas rigorosas de fiscalização.
O embate coloca em choque dois pilares: a democratização do acesso à CNH e a preservação de empregos e empresas do setor de autoescolas. Enquanto o governo insiste na necessidade de cortar custos para motoristas, as autoescolas alertam para o risco de colapso em um mercado bilionário e estratégico para a segurança no trânsito.
E você, apoia a proposta do governo de flexibilizar a CNH para reduzir custos ou acredita que isso comprometerá a segurança e milhares de empregos? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade de perto.
Isso é irresponsabilidade total em ano eleitoral,sem chance disso ser um pais ser levado a serio!!