Com base em orientações oficiais de órgãos globais como ICRP, Cruz Vermelha e FEMA, entenda o que fazer nos primeiros 10 minutos após uma ataque nuclear e como proteger sua família da radiação letal que chega logo em seguida
Em um cenário extremo de guerra ou terrorismo, um ataque nuclear pode ocorrer sem qualquer sinal de alerta. Quando a explosão acontece, a radiação e os efeitos colaterais não dão margem para erros. Os primeiros 10 minutos são determinantes para aumentar as chances de sobrevivência. Neste momento crítico, a velocidade e a precisão das ações podem proteger você, sua família e até mesmo seus animais de estimação.
Este artigo reúne informações das principais entidades mundiais de resposta a emergências nucleares, ICRP (Comissão Internacional de Proteção Radiológica), Cruz Vermelha Americana e FEMA (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos EUA), e transforma orientações técnicas em passos claros e aplicáveis para o cidadão comum.
O impacto inicial de uma explosão durante um ataque nuclear
Nos primeiros segundos após uma detonação nuclear, o que ocorre é uma sequência devastadora: um clarão capaz de causar cegueira temporária a mais de 10 quilômetros de distância, seguido por uma onda de choque destrutiva e uma tempestade de radiação térmica. A temperatura pode ultrapassar milhares de graus, incendiando tudo ao redor da zona zero. Mesmo quem estiver a quilômetros de distância pode ser atingido por fragmentos e estilhaços de janelas destruídas.
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Se o ataque for no solo, um dos maiores perigos é o fallout radioativo, partículas radioativas que sobem com a explosão e caem minutos depois, contaminando o ar, a água, o solo e qualquer superfície exposta. O risco de exposição à radiação aumenta progressivamente após a detonação, e o tempo é o recurso mais valioso neste momento.
A ICRP alerta que mesmo pessoas a dezenas de quilômetros podem estar em risco nos primeiros 10 a 20 minutos. É essencial buscar abrigo imediatamente, preferencialmente em porões, garagens subterrâneas ou centros de prédios grandes e de concreto. Esses locais oferecem barreiras físicas mais espessas contra a radiação.
Evite se deslocar em veículos. Segundo a FEMA e Ready.gov, os carros não são proteção adequada contra radiação. Além disso, congestionamentos são esperados em eventos como esse, e a exposição ao ar livre aumenta a vulnerabilidade.
A proteção nos primeiros minutos é definida por três fatores principais: tempo, distância e blindagem. Quanto mais tempo protegido, mais longe da zona da explosão e mais material entre você e o exterior, maior será sua chance de sobreviver.
Passos imediatos para agir nos primeiros 10 minutos após um ataque nuclear
Assim que perceber um clarão intenso, não olhe diretamente para ele. A luz da explosão pode causar cegueira instantânea. A seguir, deite-se no chão, de preferência com o rosto virado para baixo e cobrindo a cabeça. Isso minimiza os impactos da onda de choque que virá em segundos.
Assim que a onda passar, levante-se e corra para o abrigo mais próximo e seguro. Se você estiver em uma área urbana, entre em prédios de alvenaria ou concreto. Evite estruturas frágeis ou com muitas janelas. Vá o mais profundo possível, como subsolos ou centros de edifícios. A Cruz Vermelha Americana reforça que mesmo um abrigo improvisado, como estacionamentos subterrâneos ou túneis de metrô, já oferece proteção muito superior à exposição ao ar livre.
Feche todas as portas, janelas e frestas. Desligue sistemas de ar-condicionado, ventiladores ou aquecedores forçados, pois eles podem puxar ar contaminado para dentro do abrigo. Tampe saídas de ar, chaminés e qualquer abertura com roupas, toalhas ou fitas adesivas, se disponíveis.
Se tiver tempo, leve consigo água potável, alimentos não perecíveis, lanternas, rádio AM com pilhas, documentos importantes e seus medicamentos. Uma muda de roupa extra, itens de higiene e equipamentos para pets também são recomendados.
Não tente buscar familiares ou sair para ajudar vizinhos nos primeiros momentos. Segundo a ICRP, movimentações externas aumentam o risco de contaminação e morte. O ideal é que todos permaneçam separados, mas vivos, até que seja seguro sair.
Como identificar que é uma explosão nuclear
Muitas pessoas não saberão imediatamente se a explosão é de origem nuclear. Por isso, preste atenção a sinais específicos descritos pela FEMA:
- Clarão intenso seguido de onda de choque segundos depois
- Incêndios simultâneos em várias áreas
- Coluna de fumaça em formato de cogumelo
- Queima de materiais a longa distância
- Falhas imediatas em eletrônicos e redes (efeito do pulso eletromagnético)
Caso esses sinais estejam presentes, considere imediatamente que se trata de uma explosão nuclear e entre em modo de sobrevivência conforme descrito acima. A partir desse momento, o objetivo é evitar ao máximo a exposição ao ambiente externo nas próximas 24 a 72 horas.
A ICRP relata que após a explosão, existe um intervalo de até 10 minutos antes da chegada do fallout radioativo. Isso significa que é possível agir rapidamente, mas é preciso ser racional e objetivo.
Lembre-se: sobrevive quem age com frieza, mesmo em meio ao caos. Crianças, idosos e animais de estimação devem ser levados diretamente para o local mais protegido possível, sem hesitação.
Desenvolvimento 4: O que NÃO fazer nos primeiros 10 minutos
O erro mais comum é tentar fugir de carro. Engarrafamentos inevitáveis expõem as pessoas ao fallout. Outro erro fatal é buscar abrigo em estruturas de madeira, vidro ou metal fino, que não oferecem blindagem suficiente contra a radiação.
Evite o uso de elevadores. Em uma explosão nuclear, quedas de energia são imediatas e você pode ficar preso. Use apenas escadas.
Não utilize celulares ou internet como fonte primária de informação. Após o pulso eletromagnético, a maioria das redes pode sair do ar. O mais confiável será um rádio AM com pilhas, pois esta frequência permanece ativa mesmo em colapsos de rede.
Não toque ou recolha alimentos, roupas ou objetos que estiverem do lado de fora. O risco de contaminação é altíssimo. Segundo a Red Cross, remover a roupa externa pode eliminar até 90% da contaminação radioativa, caso você tenha estado fora.
Evite condicionadores de cabelo, hidratantes ou loções corporais, pois podem fixar partículas radioativas à pele e aos cabelos, dificultando a descontaminação.
Desenvolvimento 5: Preparação é a única defesa real
Apesar de parecer impossível estar pronto para uma situação tão extrema no caso de um ataque nuclear, especialistas da Ready.gov recomendam criar planos familiares para este caso. Isso inclui identificar previamente abrigos seguros nos locais em que você passa a maior parte do tempo, casa, trabalho, escola, deslocamentos.
Monte um kit de emergência nuclear com água, alimentos, rádio, lanternas, medicamentos e artigos de higiene. Ensine todos da casa, incluindo crianças, sobre os passos básicos de proteção.
Crie um plano de comunicação para emergências. Em caso de separação, defina um ponto de reencontro seguro e um contato fora da área afetada que possa centralizar informações.
A ICRP destaca que a história de Eizo Nomura, sobrevivente da bomba de Hiroshima por estar em um porão, é uma prova real de que o abrigo certo no momento certo pode salvar vidas, mesmo a menos de 200 metros do epicentro.
Nunca é cedo demais para estar preparado. E se os primeiros 10 minutos forem bem utilizados, você estará muito mais próximo da sobrevivência, mesmo diante do pior cenário possível.