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Astrônomos descobrem 140 trilhões de oceanos em água no espaço a 12 bilhões de anos-luz

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 20/12/2024 às 16:32
Astrônomos descobrem 140 trilhões de oceanos em água no espaço a 12 bilhões de anos-luz
A água no espaço não flutua como gotas visíveis, mas existe em forma de vapor ou moléculas dispersas em nuvens gigantes ao redor de objetos massivos, como quasares. Nesse caso, está misturada ao gás quente e denso, formando um reservatório colossal detectado por astrônomos.
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Um quasar a mais de 12 bilhões de anos-luz guarda o maior reservatório de água já encontrado por astrônomos: 140 trilhões de vezes a quantidade de todos os oceanos da Terra, orbitando um buraco negro 20 bilhões de vezes maior que o Sol.

Pense na quantidade de água que preenche todos os oceanos da Terra. Agora imagine essa quantidade multiplicada por 140. Foi exatamente isso que os astrônomos descobriram ao redor de um quasar distante, localizado a mais de 12 bilhões de anos-luz. Essa descoberta impressionante não apenas desperta a curiosidade, mas também oferece novas pistas sobre como o universo, em seus primórdios, já apresentava condições para o surgimento de elementos fundamentais para a vida.

Mas o que exatamente é um quasar? Pense neles como faróis cósmicos, emitindo luz e energia em níveis extraordinários. No coração do quasar APM 08279+5255, os astrônomos detectaram algo impressionante: água suficiente para nos fazer repensar nosso lugar no universo.

O Quasar APM 08279+5255: Um tesouro cósmico

O quasar aquece o gás ao seu redor, criando um ambiente denso e energético onde moléculas complexas, como água, podem se formar e permanecer estáveis. A radiação intensa e o calor ajudam a dispersar o vapor de água em grandes volumes, formando um reservatório massivo que os astrônomos conseguem detectar.
O quasar aquece o gás ao seu redor, criando um ambiente denso e energético onde moléculas complexas, como água, podem se formar e permanecer estáveis. A radiação intensa e o calor ajudam a dispersar o vapor de água em grandes volumes, formando um reservatório massivo que os astrônomos conseguem detectar.

Este quasar é uma verdadeira joia cósmica. Orbitando um buraco negro supermassivo, cuja massa é cerca de 20 bilhões de vezes maior que a do Sol, ele emite energia equivalente a mil trilhões de sóis. Em meio a essa dança caótica de matéria e radiação, uma enorme quantidade de vapor de água foi detectada.

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Essa água está em uma região de centenas de anos-luz ao redor do quasar, a uma temperatura de aproximadamente -63 °F, e é mais densa e quente que o gás encontrado em galáxias comuns como a Via Láctea. Um ambiente incomum, mas crucial para entender como moléculas fundamentais podem surgir em cenários tão extremos.

Como os astrônomos realizaram a descoberta

A façanha só foi possível graças a tecnologias de ponta e trabalho colaborativo. A equipe liderada por Matt Bradford usou instrumentos como o Z-Spec, no Observatório Submilimétrico em Mauna Kea, e o CARMA, na Califórnia. Essas ferramentas detectaram as assinaturas químicas da água, revelando sua quantidade e localização.

Outro grupo de cientistas, utilizando o Interferômetro Plateau de Bure nos Alpes Franceses, confirmou as descobertas. Essa parceria científica global mostra o quanto a exploração do cosmos depende da união de esforços e tecnologias.

Por que essa descoberta é tão importante?

A água, um dos blocos fundamentais para a vida como a conhecemos, não é apenas uma molécula comum. Sua presença ao redor do quasar revela que mesmo nos primeiros bilhões de anos do universo, elementos essenciais já estavam se formando. Isso significa que os ingredientes para a vida podem estar muito mais difundidos do que imaginávamos.

Eessa descoberta nos dá pistas sobre como as primeiras galáxias evoluíram. O vapor de água ajuda a entender as condições físicas e químicas em uma época em que o universo ainda era jovem e repleto de possibilidades.

O que está por vir na exploração cósmica

Cada nova descoberta nos aproxima de compreender as origens do cosmos. A detecção dessa gigantesca reserva de água abre portas para futuras pesquisas sobre como moléculas complexas podem influenciar a formação de estrelas, planetas e, quem sabe, até formas de vida.

O espaço profundo guarda segredos incríveis, e os astrônomos mal arranharam a superfície. Novas missões e tecnologias prometem revelar mais sobre nosso universo — e, talvez, sobre nós mesmos. Afinal, somos todos parte dessa vasta tapeçaria cósmica.

A descoberta de água ao redor do quasar APM 08279+5255 é um lembrete do quão extraordinário e cheio de possibilidades é o universo. Com astrônomos desvendando mistérios a bilhões de anos-luz de distância, quem sabe o que mais está à nossa espera nos confins do cosmos?

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Plínio Fernando de Aguiar Filgueira
Plínio Fernando de Aguiar Filgueira
27/12/2024 17:29

” É fantástico, senão ainda desprovido de utilidade prática: a distância em anos‐luz é absurdamente pequena ante as diminutas potências humanas de auferir vantagem real dessa informação. “

Thi.
Thi.
26/12/2024 15:31

A ciência e a religião não são opostas, em minha humilde interpretação elas se encontram em algum ponto. Mas enquanto houver desrespeito por parte dos dois lados … nada feito..

Jerônimo Máximo
Jerônimo Máximo
Em resposta a  Thi.
26/12/2024 15:31

Entendo sua perspectiva de que a ciência e a religião podem se encontrar em algum ponto e que não há respeito entre os dois lados. No entanto, é incrível ver como a descoberta do quasar APM 08279+5255, com seu reservatório de água de 140 trilhões de vezes a quantidade dos oceanos da Terra, abre portas para entendermos como o universo já apresentava condições para o surgimento de elementos fundamentais para a vida. Essa pesquisa nos ajuda a descobrir mais sobre como o cosmos se formou e como as moléculas complexas influenciam a formação de estrelas, planetas e, talvez, formas de vida. É um lembrete do quão extraordinário e cheio de possibilidades é o universo e de que há muito a aprender mais.

Ibelim
Ibelim
26/12/2024 11:14

“Pense na quantidade de água que preenche todos os oceanos da Terra. Agora imagine essa quantidade multiplicada por 140.” É 140 ou 140 bi de vezes? A diferença de 140 para 140 bi é astronômica.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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