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Astrônomos da Universidade de Oxford usando o Telescópio James Webb descobre uma galáxia rara do início dos tempos, que pode ser o “elo perdido” entre as primeiras gerações de estrelas e as que observamos próximas à Terra atualmente

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 27/09/2024 às 08:54
Astrônomos, Telescópio James Webb
Foto: Reprodução

Usando o Telescópio James Webb, Astrônomos avistaram uma galáxia extremamente rara e antiga, conectando potencialmente as primeiras estrelas do universo com as que observamos hoje, oferecendo novas pistas sobre a evolução estelar

Recentemente, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) fez uma descoberta que tem tudo para alterar a compreensão sobre a formação das primeiras galáxias no universo. Uma galáxia chamada GS-NDG-9422, que está localizada aproximadamente um billhão de anos após o Big Bang, foi identificada como uma possível peça chave na evolução galáctica, marcando um possível “elo perdido” entre as primeiras gerações de estrelas e as galáxias modernas.

Características de GS-NDG-9422

Astrônomos, Telescópio James Webb
Dados detalhados sobre a galáxia GS-NDG-9422, obtidos pelo espectrógrafo de infravermelho próximo (NIRSpec) do Webb, revelam que a luz visível na imagem é emitida pelo gás quente da galáxia, em vez de suas estrelas. Os cientistas acreditam que as estrelas dessa galáxia são incrivelmente quentes, atingindo temperaturas superiores a 80.000 graus Celsius (ou 140.000 graus Fahrenheit), o que faz com que o gás nebular ao seu redor brilhe com mais intensidade do que as próprias estrelas. Foto: NASA, ESA, CSA, STScI, Alex Cameron (Oxford)

A GS-NDG-9422 se destaca por suas características incomuns, especialmente no que diz respeito às suas estrelas e ao comportamento do gás ao seu redor. As estrelas dessa galáxia queimam a temperaturas de até 80.000 graus Celsius, quase o dobro da temperatura das estrelas encontradas no universo local.

Esse calor extremo é uma característica que intriga os astrônomos, pois as estrelas exóticas na GS-NDG-9422 estão bombardeando as nuvens de gás que as cercam com enormes quantidades de fótons. Esse fenômeno faz com que o gás ofusque as próprias estrelas que ele envolve, uma característica raramente observada.

Essas nuvens de gás, ao serem aquecidas pelas estrelas massivas, provocam uma luminosidade que obscurece a visão direta dessas estrelas, algo que os astrônomos acreditam ser comum nas galáxias que abrigam as primeiras gerações de estrelas.

Essa descoberta foi descrita na edição de outubro do “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society“, em que o pesquisador principal, Alex Cameron, da Universidade de Oxford, destacou a estranheza dos dados capturados.

Segundo ele, essa é exatamente a função do telescópio Webb: revelar fenômenos completamente novos e desconhecidos que nos ajudarão a entender as fases iniciais da história cósmica.

A busca pelas primeiras estrelas do universo através do Telescópio James Webb

A formação das primeiras estrelas do universo sempre foi um mistério para os cientistas. Elas se formaram a partir do hidrogênio e hélio deixados pelo Big Bang, e são conhecidas como estrelas da População III.

Essas estrelas primordiais, teoricamente, eram extremamente grandes, brilhantes e quentes, mas sua existência é desafiadora de se comprovar, uma vez que elas queimaram rapidamente e explodiram em supernovas, dispersando elementos mais pesados necessários para a formação de gerações subsequentes de estrelas e planetas.

A galáxia GS-NDG-9422 representa um passo importante para compreender essa fase do universo primitivo. Embora suas estrelas sejam incrivelmente quentes, os astrônomos confirmaram que elas não pertencem à População III, já que os dados do JWST revelam a presença de elementos além de hidrogênio e hélio, indicando uma complexidade química maior.

Harley Katz, cosmologista da Universidade de Oxford, reforça que as estrelas da GS-NDG-9422, embora diferentes das que conhecemos, podem fornecer pistas cruciais sobre como o universo fez a transição das primeiras estrelas para as galáxias modernas.

Implicações da descoberta para a astronomia

Essa descoberta abre novas possibilidades para a exploração do universo primitivo. Como a luz viaja a uma velocidade fixa no vácuo, quanto mais longe olhamos, mais retrocedemos no tempo. Ao observar a luz dessa galáxia, os cientistas estão visualizando eventos que ocorreram bilhões de anos atrás, perto do início da formação do cosmos.

O telescópio Webb, com sua capacidade sem precedentes de detectar luz infravermelha, está permitindo que os astrônomos vislumbrem regiões e épocas do universo que antes eram inexploráveis.

Essa descoberta marca apenas o começo de uma série de novas revelações. A busca por mais galáxias como GS-NDG-9422 continuará, na esperança de descobrir o quão comum essas estrelas exóticas são e como elas moldaram a evolução das galáxias.

Segundo Cameron, esse é um “momento muito emocionante” para a astronomia, e o telescópio James Webb está apenas começando a mostrar seu potencial para desvelar os mistérios do universo primitivo.

Em suma, a GS-NDG-9422 é mais do que apenas uma galáxia distante — é uma peça fundamental no quebra-cabeça da história cósmica, ajudando a explicar como o universo evoluiu das primeiras estrelas incandescentes para as galáxias que conhecemos hoje.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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