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Cientistas revelam: nova Idade do Gelo pode estar sendo adiada pela ação humana por mais de 100 mil anos – Mudanças climáticas intensas e excesso de CO₂ podem ter bloqueado o ciclo natural de resfriamento global, alertam pesquisadores.

Escrito por Ana Alice
Publicado em 04/07/2025 às 22:21
Cientistas revelam que o ser humano adiou a próxima Idade do Gelo em até 100 mil anos. O clima global nunca mais será o mesmo. (Imagem: Reprodução/IA)
Cientistas revelam que o ser humano adiou a próxima Idade do Gelo em até 100 mil anos. O clima global nunca mais será o mesmo. (Imagem: Reprodução/IA)
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Mudanças climáticas provocadas por ações humanas podem estar adiando a próxima Idade do Gelo. Pesquisas recentes revelam como o CO₂ afeta os ciclos naturais do planeta, alterando o clima de forma imprevisível e desafiando a ciência moderna.

O planeta Terra já passou por várias eras glaciais, e segundo estudos científicos recentes, outra poderia acontecer naturalmente nos próximos milênios.

No entanto, os efeitos provocados pelas mudanças climáticas — sobretudo o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO₂) — estão adiando esse processo de forma significativa.

De acordo com pesquisadores do Potsdam Institute for Climate Impact Research, da Alemanha, a ação humana pode estar atrasando em até 100 mil anos o início de uma nova era glacial.

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A descoberta foi publicada em veículos como a Nature e o Wired UK, com base em estudos que analisam os ciclos naturais da Terra ao longo de milhões de anos.

Os cientistas destacam que o planeta segue padrões orbitais que normalmente favorecem a entrada em períodos glaciais a cada 100 mil anos.

Porém, o nível atual de CO₂ na atmosfera — que ultrapassou 420 ppm (partes por milhão) — é o mais alto registrado nos últimos 2 milhões de anos.

Ciclos naturais do planeta foram alterados pela humanidade

Nos últimos 2,5 milhões de anos, a Terra passou por diversas eras glaciais intercaladas com períodos interglaciais, como o que vivemos hoje.

Esses ciclos são influenciados pelos chamados Ciclos de Milankovitch, que envolvem variações na órbita da Terra, inclinação axial e precessão (o movimento giratório do eixo terrestre).

Essas mudanças afetam a distribuição da luz solar, especialmente nas regiões do Hemisfério Norte, e influenciam diretamente o clima global.

Em condições naturais, os cientistas estimam que a próxima era glacial deveria começar entre 10 mil e 50 mil anos a partir de agora.

Entretanto, a humanidade introduziu uma variável que muda completamente essa previsão: a emissão massiva de gases de efeito estufa.

Desde a Revolução Industrial, a queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, aumentou de forma vertiginosa a concentração de CO₂ na atmosfera.

Segundo o climatologista Andrey Ganopolski, citado pela revista Wired, mesmo se cessássemos todas as emissões hoje, a concentração atual já seria suficiente para adiar a próxima era glacial por pelo menos 50 mil anos.

O CO₂ virou uma barreira contra o resfriamento

Na prática, o planeta está “protegido” de uma nova era glacial por uma barreira artificial de CO₂ criada pelo ser humano.
Embora essa barreira impeça um congelamento global, ela também vem gerando consequências sérias: aumento do nível dos oceanos, acidificação dos mares, intensificação de secas e ondas de calor.
Ou seja, escapamos do frio extremo, mas mergulhamos em um superaquecimento descontrolado.

Estudos da NASA confirmam que o aquecimento global é incompatível com o início de uma era glacial.
As geleiras, que serviriam como ponto de partida para a expansão do gelo continental, estão derretendo mais rápido do que se formam.
Isso impede o acúmulo necessário de neve que daria origem a uma nova era glacial.

Além disso, o derretimento do gelo libera metano e outros gases presos no permafrost, contribuindo para o efeito estufa.
Esse ciclo de retroalimentação agrava ainda mais o aquecimento, tornando a retomada de um resfriamento natural ainda mais distante.

Correntes oceânicas estão em risco

Outra consequência da mudança climática é a instabilidade das correntes oceânicas, como a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), responsável por equilibrar o clima entre os hemisférios.

Segundo a University College London, essa corrente pode colapsar ainda neste século, provocando extremos climáticos severos em várias partes do planeta.

Caso isso ocorra, há risco de um resfriamento regional na Europa e América do Norte, mas não se trata de uma nova era glacial — apenas de um efeito localizado e temporário causado por desequilíbrios térmicos.
Mesmo que algumas regiões fiquem mais frias, o planeta como um todo continuará aquecendo.

O papel das geleiras e do Ártico

O derretimento das calotas polares — principalmente na Groenlândia e na Antártida — contribui diretamente para o aumento do nível dos oceanos.

Estudos publicados pela organização AntarcticGlaciers.org indicam que, se todo o gelo da Groenlândia derretesse, o nível do mar subiria cerca de 7 metros.
No caso da Antártida Ocidental, essa elevação poderia passar de 5 metros.

Essas transformações representam uma ameaça para cidades costeiras, ilhas e ecossistemas inteiros.

A nova era glacial ainda pode acontecer?

A resposta curta é: sim, mas não agora.
O planeta Terra ainda está sujeito às leis da natureza, e eventualmente os ciclos orbitais voltarão a favorecer o resfriamento global.
Mas a escala de tempo agora depende da concentração de gases estufa.

Caso as emissões sigam em alta, a era glacial poderá ser adiada por até 100 mil anos, como mostram os modelos climáticos do Potsdam Institute.

No entanto, se a humanidade reduzir significativamente suas emissões e equilibrar o carbono atmosférico, a natureza pode retomar seu curso em algumas dezenas de milhares de anos.

E se entrássemos em uma nova Idade do Gelo?

Em uma era glacial moderna, cidades inteiras da América do Norte e da Europa seriam soterradas por camadas de gelo de até 2 km de espessura.

A agricultura, o abastecimento de água e as cadeias alimentares seriam gravemente afetadas.
Por mais catastrófico que o aquecimento global seja, uma era glacial traria outros desafios igualmente severos.

O dilema da humanidade é: como equilibrar o clima sem ativar os extremos?
Nem o superaquecimento, nem o congelamento global são soluções ideais.

Estamos mudando o futuro do planeta

O ser humano transformou não apenas o clima, mas o próprio curso natural da Terra.
Ao emitir bilhões de toneladas de gases estufa, alteramos um sistema climático que funcionava há milhões de anos.

Ainda há tempo para reverter parte dos danos, mas será necessário um esforço global e coordenado.
A nova era glacial pode até estar distante, mas o aquecimento é real e já está aqui.

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Ana Alice

Redatora e analista de conteúdo. Escreve para o site Click Petróleo e Gás (CPG) desde 2024 e é especialista em criar textos sobre temas diversos como economia, empregos e forças armadas.

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