Procon e oficinas revelam as 4 marcas de carros que mais acumulam reclamações no Brasil em 2025, com falhas mecânicas, câmbios problemáticos e pós-venda criticado.
O mercado automotivo brasileiro vive uma fase de grandes transformações, com a chegada de carros híbridos, elétricos e uma forte expansão dos SUVs compactos. Mas, em meio a tanta inovação, um problema permanece constante: as reclamações dos consumidores contra as montadoras. Dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec/Procon), cruzados com levantamentos de oficinas credenciadas e relatos de proprietários em 2025, revelam que algumas marcas se destacam negativamente pelo volume de queixas.
Essa lista não é apenas um ranking, mas um retrato da insatisfação de motoristas que enfrentam falhas mecânicas, problemas de pós-venda e altos custos de manutenção. Abaixo, você confere quais são as 4 marcas de carros que mais acumulam reclamações no Brasil em 2025 e os motivos que as colocam no topo desse levantamento.
Fiat: campeã de volume, mas criticada pela manutenção cara
A Fiat continua sendo líder de mercado no Brasil, com modelos populares como Argo, Cronos, Strada e Pulse entre os mais vendidos.
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No entanto, justamente por ter uma base enorme de consumidores, também concentra um número elevado de queixas registradas no Procon e em oficinas.
Os principais pontos de reclamação em 2025 incluem:
- Câmbio automatizado GSR em modelos usados, que segue sendo alvo de críticas mesmo após descontinuação;
- Peças eletrônicas caras e de difícil substituição em modelos recentes;
- Relatos de alto consumo de combustível em alguns SUVs como o Pulse e o Fastback.
Oficinas independentes destacam ainda que o custo das revisões aumentou nos últimos dois anos, gerando insatisfação em clientes que optaram pela marca justamente pelo custo-benefício. Apesar disso, a Fiat mantém forte apelo no mercado de PCD e frotistas, o que explica parte da fidelidade mesmo com tantas reclamações.
Volkswagen: câmbios e eletrônica no centro das críticas
A Volkswagen aparece como a segunda marca com mais registros de reclamações no Brasil em 2025. Embora possua modelos consagrados, como Polo, T-Cross e Nivus, muitos consumidores relatam problemas que vão desde a eletrônica embarcada até defeitos nos câmbios automáticos Tiptronic e DSG.
Segundo dados do Procon e relatos em oficinas, os principais pontos de insatisfação são:
- Câmbio DSG em usados: superaquecimento, trepidações e alto custo de reparo;
- Problemas elétricos em centrais multimídia e sistemas de assistência ao motorista;
- Reclamações de alto valor de peças originais.
Para as oficinas, os modelos T-Cross e Virtus aparecem com frequência em serviços de manutenção de câmbio, enquanto os donos reclamam que o tempo de espera por peças pode ultrapassar semanas em algumas concessionárias.
Chevrolet: pós-venda e recall constante
A Chevrolet, outra gigante no Brasil, também figura entre as marcas que mais recebem reclamações em 2025. Com modelos populares como Onix, Tracker e S10, a montadora enfrenta críticas principalmente relacionadas ao pós-venda.
De acordo com os dados levantados:
- Muitos clientes relatam atendimento lento nas concessionárias, especialmente em cidades do interior;
- Há queixas recorrentes de demora em processos de recall, como aconteceu com airbags e problemas em sistemas de injeção;
- Oficinas independentes apontam que a Tracker 1.0 turbo é campeã em registros de falhas em turbinas e bomba de combustível.
Além disso, consumidores reclamam que a desvalorização em alguns modelos, como Cobalt e Spin, é mais acentuada em comparação com rivais.
Renault: custo de peças e durabilidade questionada
Fechando a lista está a Renault, que tem modelos de grande popularidade no Brasil, como Kwid, Logan e Duster.
Apesar do preço acessível e do apelo junto a motoristas de aplicativo, a marca acumula um grande volume de reclamações ligadas principalmente à durabilidade das peças.
Entre os principais problemas relatados estão:
- Suspensão frágil em Logan e Sandero, que exigem trocas frequentes;
- Peças de reposição caras em relação ao valor do carro;
- Reclamações sobre o câmbio automático CVT, alvo de manutenções caras em modelos mais antigos.
Oficinas credenciadas destacam que os modelos Kwid e Logan são comuns em reparos de suspensão e embreagem, algo que impacta diretamente no custo do proprietário que busca economia.
Tendências do setor: eletrificação pode mudar o ranking
Especialistas em mercado automotivo apontam que esse quadro pode mudar nos próximos anos com a chegada dos veículos híbridos e elétricos. Montadoras como BYD, GWM e até a própria Toyota aparecem com menos queixas em 2025, mas ainda não representam volumes expressivos no mercado para figurar entre as marcas mais reclamadas.
Além disso, órgãos de defesa do consumidor observam que as reclamações não estão ligadas apenas a falhas técnicas, mas também a problemas de relacionamento. Demora na entrega de peças, falta de transparência em recalls e mau atendimento no pós-venda são fatores que pesam tanto quanto os defeitos mecânicos.
O que isso significa para o consumidor?
Saber quais marcas mais acumulam reclamações pode servir de alerta para quem está pensando em comprar um carro em 2025, seja novo ou usado.
A escolha de um veículo não deve levar em conta apenas o preço ou o design, mas também a confiabilidade mecânica, o custo de manutenção e a reputação da marca no atendimento ao cliente.
No fim das contas, não existe carro perfeito: até mesmo as marcas mais reclamadas têm modelos que são bem avaliados em durabilidade. A questão central é que o consumidor esteja informado, pesquise antes de comprar e exija seus direitos caso enfrente problemas.