O novo retrato das pessoas mais ricas do Brasil expõe saltos de patrimônio, perdas bilionárias e a força de setores como tecnologia, bancos, bebidas, saúde e beleza, revelando como as oscilações de mercado redefiniram o topo em 2025
A lista das pessoas mais ricas do Brasil em 2025 mostra um pódio em movimento, com ganhos expressivos influenciados por tecnologia e mercado de capitais, ao mesmo tempo em que parte do grupo viu retração de patrimônio. O destaque fica para um líder com exposição internacional a tecnologia que ampliou sua distância para o segundo lugar, enquanto o setor financeiro manteve nomes tradicionais entre as primeiras posições.
O quadro também confirma a entrada e a recuperação de fortunas ligadas a saúde privada e beleza, além de movimentos relevantes nas participações de famílias bancárias. A fotografia é de alta concentração setorial, mas com rotas diferentes de criação de valor, do crescimento de lucros em bancos de investimento à valorização de ações globais de tecnologia.
Quem lidera o ranking e por que isso importa
No topo está Eduardo Saverin, impulsionado pela valorização contínua das ações da Meta e por uma tese de longo prazo em tecnologia.
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O avanço do negócio de inteligência artificial e a monetização de plataformas digitais sustentaram o movimento que o manteve na liderança com folga.
A exposição a empresas globais listadas em Nova York segue como um diferencial de escala entre as pessoas mais ricas do país.
Na segunda posição aparece Vicky Safra e família, com patrimônio ancorado no controle do Banco Safra e na gestão conservadora de ativos.
O terceiro lugar segue com Jorge Paulo Lemann, figura central em bebidas e varejo global, refletindo a resiliência de conglomerados com presença internacional.
O pódio combina finanças tradicionais e tecnologia, um contraste que ajuda a explicar a divergência de resultados dentro do próprio top 10.
Quem perdeu bilhões e o efeito dominó setorial
Entre os recuos, Carlos Alberto Sicupira teve redução relevante de patrimônio na comparação anual, ainda que a participação na Ambev sustente parte da fortuna.
Esse movimento sintetiza um ponto crucial do ranking de 2025.
Mesmo grandes posições defensivas não blindam integralmente choques de governança ou ciclos setoriais que pressionam outros ativos do mesmo grupo econômico.
Jorge Paulo Lemann também registrou retração no período, em linha com ajustes de portfólio e volatilidade de marcas globais.
Já Alexandre Bering caiu posições ao perder parte do valor apurado no ano anterior.
A fotografia não é de colapso, mas de reprecificação, fenômeno típico quando o mercado recompõe expectativas de lucro, prêmio de risco e taxa de juros.
Quem dobrou a fortuna ou acelerou ganhos
No campo das altas, André Esteves ampliou substancialmente o patrimônio com a combinação de lucros recordes no BTG Pactual e forte valorização das ações.
O resultado traduz crescimento orgânico, diversificação de receitas e leitura de ciclo que posicionaram o banco de investimento para capturar demanda em crédito, mercado de capitais e gestão de recursos.
Miguel Krigsner subiu posições com a expansão do Grupo Boticário e acesso a financiamento para crescimento, enquanto Pedro e Fernando Moreira Salles reforçaram o peso de participações em banco e mineração de nióbio.
Jorge Moll Filho volta ao top 10 com a maior rede hospitalar do país, refletindo a escala de saúde privada e a maturação do negócio após listagem.
O fio condutor dessas altas é execução consistente em setores com barreiras de entrada e distribuição nacional.
Setores que dominam o topo da riqueza nacional
Tecnologia segue como motor de múltiplos e de escala, com a liderança de um bilionário ligado a plataformas globais.
Bancos e mercado de capitais aparecem como esteio histórico do topo brasileiro, combinando geração de caixa, governança e diversificação.
Bebidas permanece um pilar, apoiado em marcas consolidadas, poder de distribuição e eficiência operacional.
Saúde ganhou tração com consolidação hospitalar e oncologia, enquanto beleza e cosméticos mostram a força de marcas nacionais com redes de franquias e portfólio multimarcas.
Mineração e metais tecnológicos, com destaque para o nióbio, mantêm relevância estratégica.
O mosaico setorial explica por que algumas fortunas cresceram mesmo em um ambiente de juros altos, ao passo que outras sentiram reprecificação de ativos.
O que mudou no top 10 e o que permanece
Mudanças de posição refletem fluxo de caixa, múltiplos de mercado e eventos de governança. Subidas expressivas estão ligadas a lucros recordes e expansão orgânica.
Quedas costumam derivar de exposição a riscos específicos e de reavaliações de portfólios globais.
A permanência de famílias bancárias e de grupos de consumo prova a resiliência de longos ciclos de capital.
Ao mesmo tempo, o ranking revela a internacionalização crescente das grandes fortunas brasileiras, seja via listagens no exterior, seja via distribuição geográfica das receitas.
O resultado é um topo menos dependente de um único setor doméstico, mas ainda concentrado em negócios de escala.
Como ler o ranking sem mitos
Listas anuais capturam uma fotografia de patrimônio em data específica, influenciada por preços de mercado.
Por isso, ganhos e perdas podem ser intensos sem que a qualidade intrínseca do negócio tenha mudado. A mensuração inclui participações societárias, liquidez dos ativos e, por vezes, descontos de controle.
Para o leitor, o mapa das pessoas mais ricas do Brasil serve como termômetro de setores vencedores e de práticas de gestão que atravessam ciclos.
Diversificação, governança e capacidade de execução aparecem repetidamente entre os fatores que diferenciam quem sobe de quem perde tração.
O novo retrato das pessoas mais ricas do Brasil indica que tecnologia, bancos, bebidas, saúde e beleza seguem ditando o ritmo do topo. Você pode assistir o vídeo sobre essa matéria no canal Próximo Negócio.
Na sua visão, qual setor deve liderar os próximos cinco anos no país. Você acredita em aceleração de tecnologia e mercado de capitais, na defensividade de consumo e saúde, ou no potencial de mineração e energia. Conte nos comentários quem você acha que sobe ou desce no próximo ranking e que tese de investimento explicaria essa mudança na prática.