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Arranha-céu de 57 andares em Manhattan leva 12 anos e bilhões para ficar pronto, mas segue com andares vazios e é chamado de o arranha-céu mais solitário do mundo

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 07/09/2025 às 10:33
Arranha-céu de 57 andares em Manhattan leva 12 anos e bilhões para ficar pronto, mas segue com andares vazios e é chamado de o arranha-céu mais solitário do mundo
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Arranha-céu de 57 andares em Nova York consumiu bilhões e levou 12 anos para ser concluído, mas ainda tem apartamentos vazios e virou símbolo de luxo vazio.

Nova York é conhecida por seus arranha-céus icônicos, símbolos do poder econômico dos Estados Unidos. Entre eles, um se destaca não pela grandiosidade das vendas ou pelo sucesso imobiliário, mas pelo paradoxo: um prédio luxuoso de 57 andares que levou 12 anos e bilhões de dólares para ser erguido e que hoje é chamado de “o arranha-céu mais solitário do mundo”. Trata-se do 111 West 57th Street, localizado na chamada “Billionaires’ Row”, região ao sul do Central Park famosa por concentrar alguns dos endereços mais caros do planeta.

Um projeto bilionário e ousado

O edifício começou a ser projetado em 2007, com a proposta de criar uma das construções residenciais mais exclusivas do mundo.

Seu design ultrafino, assinado pela SHoP Architects, chamou atenção: com apenas 18 metros de largura para 435 metros de altura, tornou-se um dos prédios mais esbeltos e altos já construídos.

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O custo total da obra ultrapassou os US$ 2 bilhões, incluindo obras de engenharia complexas para sustentar uma torre tão estreita e sofisticada. Os apartamentos foram planejados para multimilionários e bilionários, com preços que variam entre US$ 15 milhões e US$ 60 milhões cada.

Luxo extremo: mas para quem?

O 111 West 57th Street oferece tudo o que há de mais extravagante no mercado imobiliário:

  • Apartamentos de 600 m² a 1.000 m², ocupando andares inteiros.
  • Vista panorâmica de 360° de Manhattan e do Central Park.
  • Piscina coberta, spa de luxo, academia de última geração e áreas sociais exclusivas.
  • Materiais nobres como mármore italiano, bronze, cristal e madeiras raras.

Mas, apesar de toda a ostentação, o prédio sofre com um problema central: a falta de compradores.

O arranha-céu mais solitário do mundo

O mercado imobiliário de luxo em Nova York enfrenta saturação. Muitos empreendimentos da Billionaires’ Row foram concluídos na última década, e a demanda não acompanhou a oferta.

Com isso, o 111 West 57th Street ficou com dezenas de unidades encalhadas. Corretoras e jornalistas passaram a chamá-lo de “o arranha-céu mais solitário do mundo”, um ícone da discrepância entre o excesso de luxo construído e a realidade econômica.

Arranha-céu de 57 andares em Manhattan leva 12 anos e bilhões para ficar pronto, mas segue com andares vazios e é chamado de o arranha-céu mais solitário do mundo
Foto: Reprodução/ArkF

Em 2023, relatórios do mercado imobiliário mostravam que menos de 20% das unidades haviam sido vendidas, um índice considerado desastroso para um projeto desse porte.

Um contraste gritante em Nova York

Enquanto milhões de moradores de Nova York enfrentam alugueis recordes e crise habitacional, arranha-céus como o 111 West 57th Street exibem apartamentos multimilionários vazios.

O contraste é tão evidente que o prédio passou a simbolizar um fenômeno chamado de “moradia fantasma”: imóveis de luxo adquiridos ou projetados apenas para especulação financeira, que permanecem desocupados.

Essa dinâmica transformou parte do skyline de Manhattan em uma vitrine de luxo ocioso, inacessível para a grande maioria da população.

As dificuldades financeiras do projeto

O empreendimento também enfrentou problemas financeiros desde o início. As incorporadoras JDS Development Group e Property Markets Group precisaram recorrer a empréstimos vultosos. Em 2019, os financiadores chegaram a ameaçar tomar controle do prédio diante do risco de calote.

Mesmo com a inauguração parcial em 2021, a dificuldade em vender as unidades persiste. Em alguns casos, apartamentos foram rebaixados em até 30% no preço inicial para tentar atrair compradores.

Apesar dos problemas comerciais, arquitetos destacam o 111 West 57th Street como uma das obras mais ousadas da engenharia moderna. Sua esbeltez extrema exigiu soluções inovadoras para resistir ao vento, incluindo amortecedores gigantes no topo da torre.

Ainda assim, a reputação de “arranha-céu solitário” permanece. Para muitos nova-iorquinos, a torre é símbolo de excesso e desconexão com as necessidades reais da cidade.

O futuro do arranha-céu

O destino do 111 West 57th Street ainda é incerto. Especialistas acreditam que, com o tempo, as unidades serão vendidas — mas a preços muito menores do que o projetado inicialmente.

Outros sugerem que os apartamentos podem acabar sendo transformados em investimentos de fundos internacionais, permanecendo vazios e reforçando o caráter fantasmagórico do prédio.

O que é certo é que o arranha-céu já entrou para a história não apenas como um feito arquitetônico, mas também como um dos maiores fracassos comerciais do mercado imobiliário de luxo em Nova York.

Um ícone do luxo vazio

O 111 West 57th Street levou mais de uma década e bilhões de dólares para ser concluído. Hoje, com dezenas de andares vazios e vendas abaixo das expectativas, tornou-se um símbolo poderoso do luxo ocioso e da desigualdade urbana.

Assim como outros projetos megalomaníacos do mundo, o arranha-céu mostra que nem sempre a grandiosidade se traduz em sucesso. Em meio ao brilho do Central Park e das luzes de Manhattan, ele permanece solitário, como um lembrete de que o excesso pode ser tão vazio quanto seus apartamentos milionários.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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