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Arqueólogos fazem descoberta surpreendente sobre Tutmés II, revelando que o faraó possuía poderes e influência sem precedentes

Publicado em 24/02/2025 às 07:30
Tutmés II, Faraó
Foto: Egypt’s Ministry of Tourism and Antiquities
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Descoberta arqueológica revela novos detalhes sobre Tutmés II, mostrando um governante egípcio com poderes e influência além do que se conhecia

As Montanhas Tebanas, silenciosas há milhares de anos, acabam de revelar um segredo guardado por 3.500 anos. Entre as sombras dos templos monumentais de Luxor, arqueólogos encontraram um túmulo selado por milênios. Seu ocupante? Tutmés II, um faraó cujo reinado discreto parecia destinado ao esquecimento.

Nenhuma grande construção celebrando suas conquistas, nenhum registro grandioso. Até agora, tudo indicava que ele havia sido apagado da história. Mas uma descoberta recente pode mudar essa percepção.

O rei que a história tentou apagar

Tutmés II governou o Egito entre 1493 e 1479 aC. Era filho de Tutmés I com a rainha secundária Mutnofret e ascendeu ao trono ao se casar com sua meia-irmã Hatshepsut. Seu reinado sempre foi visto como fraco e sem relevância.

Poucos monumentos trazem seu nome. Em Karnak, Elefantina e na Núbia, ele supervisionou construções modestas. Porém, a maioria de suas realizações foi eclipsada por sua esposa e por seu filho, Tutmés III.

No campo militar, ele é creditado por reprimir revoltas na Núbia e no Levante. Contudo, as evidências indicam que seus generais lideraram essas campanhas.

Seu estado de saúde debilitado, confirmado pela análise de sua múmia — magreza extrema e pele marcada por lesões —, reforça as hipóteses de um governante influenciado pela esposa. Hatshepsut pode ter exercido o verdadeiro poder durante o reinado do marido.

Entretanto, o túmulo recém-descoberto lança novas luzes sobre essa narrativa. Fragmentos de alabastro trazem o cartucho real “Aakheperenre”, o que confirma que Tutmés II foi faraó por mérito próprio.

Nas paredes, passagens do Livro de Amduat indicam que ele recebeu ritos fúnebres reservados aos reis do Novo Reino. O teto pintado de azul estrelado, semelhante aos túmulos de figuras importantes como Tutmés III e Ramsés VI, reforça sua importância.

Apesar disso, após sua morte, seu legado foi quase totalmente apagado. Hatshepsut, que se autoproclamou faraó, substituiu o nome de Tutmés II pelo dela em diversas ocasiões.

Tutmés III, por sua vez, continua o trabalho de apagamento em busca de legitimidade. Esse esforço foi deliberado pode explicar por que o túmulo ficou escondido por tanto tempo.

Mistério no túmulo vazio

Ao adentrarem o túmulo, os arqueólogos se depararam com um enigma. A câmara funerária estava completamente vazia. Nenhum sarcófago, tesouro ou mobiliário. Mas o local não foi saqueado — ele foi esvaziado propositalmente.

Análises preliminares sugerem que uma inundação catastrófica ocorreu logo após o sepultamento. O túmulo, localizado sob uma antiga cachoeira, ficou repleto de lama e entulho.

Isso obrigou os sacerdotes a moverem o corpo e os objetos funerários para outro local. Fragmentos de vasos funerários com o nome de Tutmés II, quebrados durante o processo, reforçam essa teoria.

O arqueólogo britânico Piers Litherland comentou: “Foi somente gradualmente, à medida que peneirávamos todo o material — toneladas e toneladas de calcário quebrado — que descobrimos esses pequenos fragmentos de alabastro, que deram o nome a Tutmés II“.

Mas, afinal, onde está realmente o faraó? Sua múmia, encontrada em 1881 no esconderijo de Deir el-Bahari, pode não ser deleda. Há declarações de que o corpo foi movido uma segunda vez.

Se um segundo túmulo intacto existir, ele poderá conter objetos importantes e revolucionários no entendimento sobre os ritos funerários do Novo Império.

Mohsen Kamel, vice-diretor das escavações, destacou: “A possível existência de um segundo sepultamento, ainda intocado, é uma perspectiva fascinante. Poderíamos descobrir objetos de valor inestimável e obter pistas sobre como Tutmés II foi percebido após sua morte“.

Uma peça-chave na história dos Tutmósidas

A dinastia dos Tutmósidas foi uma das mais poderosas do Egito Antigo. Tutmés II, antes visto como figura secundária, agora assume um papel central num momento de transição.

Seu filho, Tutmés III, viria a ser um dos maiores conquistadores da história egípcia. Porém, sua ascensão foi marcada por disputas internacionais.

As relações entre Tutmés II, Hatshepsut e Tutmés III eram complexas. Tutmés III, embora herdeiro legítimo, era criança quando o pai morreu.

Hatshepsut, então, tomou o poder como soberana, afastando o jovem príncipe e governando por mais de vinte anos. Ela construiu templos grandiosos e expedições comerciais.

A redescoberta do túmulo de Tutmés II traz novas perguntas. Teria ele sido fraco demais para governar sozinho? Hatshepsut planejou assumir o poder ainda na vida do marido? Os vestígios encontrados podem ajudar a esclarecer essas dúvidas.

Com informações de Science & Vie.

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Romário Pereira de Carvalho

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