Uma tumba ricamente decorada de um médico que serviu faraós egípcios há 4.100 anos foi descoberta por arqueólogos no Egito.
A descoberta recente de uma tumba intrincadamente decorada no Egito revelou detalhes impressionantes sobre a vida de um médico que serviu aos faraós há mais de quatro milênios.
A câmara funerária, localizada em Saqqara, a necrópole da antiga capital egípcia Mênfis, pertenceu a Tetinebefou, um médico real multifuncional, muito querido pelos faraós.
A tumba, ricamente adornada, oferece uma visão fascinante sobre a medicina e a sociedade do Antigo Egito.
-
O alívio e o alerta: terremoto atinge a Rússia longe de cidades, mas perto dos submarinos nucleares
-
NASA registra rio que flui em duas direções e ele existe há milênios
-
Sobrevivente italiano que passou pela Segunda Guerra e nunca parou de trabalhar revela o real segredo da longevidade
-
Como limpar o filtro da máquina de lavar: passo a passo essencial
Uma descoberta de grande significado
Arqueólogos franceses e suíços, em parceria com o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, escavaram a tumba que data de aproximadamente 4.100 anos.
A descoberta foi considerada notável devido às esculturas e obras de arte vibrantes encontradas, incluindo uma porta falsa pintada com cenas de oferendas funerárias. Esses elementos ajudam a entender melhor os rituais e crenças funerárias do período.
Dentro da tumba, os pesquisadores identificaram um sarcófago de pedra com hieróglifos contendo o nome do médico.
As inscrições indicam que Tetinebefou ocupava diversos cargos de prestígio, como médico chefe do palácio, dentista chefe, diretor de plantas medicinais e sacerdote da deusa Serket, uma divindade associada à cura de picadas venenosas.
A importância de Tetinebefou na corte real
Tetinebefou possivelmente serviu sob o reinado de Pepi II, um faraó do Antigo Reino do Egito que governou por um período prolongado de 60 a 90 anos.
Pepi II foi coroado ainda na infância e, ao falecer, foi sepultado em Saqqara, próximo à recém-descoberta tumba do médico.
Os títulos encontrados no sarcófago indicam que Tetinebefou não era apenas um profissional de saúde, mas também um especialista em diversas áreas, o que o tornava uma figura essencial na corte faraônica.
Segundo Philippe Collombert, egiptólogo da Universidade de Genebra, os títulos de “diretor de plantas medicinais” e “dentista chefe” são extremamente raros, reforçando a posição privilegiada de Tetinebefou na sociedade egípcia.
O conhecimento médico avançado do Antigo Egito
Os antigos egípcios são amplamente reconhecidos por seus avanços médicos e conhecimento sofisticado da anatomia humana.
Eles eram capazes de realizar procedimentos cirúrgicos complexos, como a remoção de tumores cerebrais, além de diagnosticar doenças como diabetes e desenvolver próteses.
O historiador grego Heródoto, no século V a.C., observou que os médicos egípcios eram altamente especializados, com profissionais dedicados a áreas específicas do corpo humano.
Roger Forshaw, egiptólogo da Universidade de Manchester, destacou que as evidências sobre dentistas no Antigo
Egito são extremamente escassas, tornando a descoberta da tumba de Tetinebefou ainda mais significativa.
Os murais encontrados retratam objetos que o médico poderia ter utilizado em sua prática, como jarras e vasos, proporcionando um vislumbre raro das ferramentas médicas da época.
Saqqara – Um tesouro arqueológico
A necrópole de Saqqara é um dos locais arqueológicos mais importantes do Egito, abrigando uma vasta coleção de tumbas e monumentos de diferentes épocas.
Apesar de ter sido saqueada ao longo dos séculos, novas descobertas continuam a revelar informações valiosas sobre a civilização egípcia.
A tumba de Tetinebefou, mesmo sem muitos artefatos funerários, oferece uma compreensão mais profunda das práticas médicas e da estrutura social do Antigo Reino.
Perspectivas futuras para a pesquisa
A descoberta desta tumba traz novas perguntas sobre a medicina egípcia e a interação entre medicina e religião na antiguidade.
Pesquisadores esperam que análises mais detalhadas das inscrições e das pinturas murais revelem informações adicionais sobre os métodos de tratamento utilizados na época e a organização dos profissionais de saúde.
Com isso, é possível que novas escavações em Saqqara tragam à tona mais tumbas de figuras importantes, permitindo um entendimento ainda maior da ciência médica egípcia e sua evolução ao longo dos séculos.
Com informações de Live Science.