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Arqueólogos revelam tesouro escondido: Pote de ouro com moedas antigas de 2.400 anos é descoberto, lançando luz sobre segredos políticos do passado
Uma descoberta realizada por arqueólogos da Universidade de Michigan trouxe à tona um pote de moedas de ouro na antiga cidade grega de Notion, localizada na atual região oeste da Turquia. A descoberta das moedas de ouro foi feita durante escavações no pátio de uma casa datada do século III a.C., oferecendo uma rara oportunidade de compreender melhor o passado desta região, frequentemente marcada por conflitos entre gregos e persas.
Pote de moedas de ouro
O tesouro descoberto consiste em dáricos persas, moedas de ouro cunhadas na antiga cidade de Sardis, situada a aproximadamente 100 quilômetros a nordeste de Notion.
Estas moedas, cada uma representando a imagem de um arqueiro ajoelhado, são datadas do século V a.C., tornando-as muito mais antigas do que a casa onde foram encontradas.
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A equipe liderada por Christopher Ratté, arqueólogo da Universidade de Michigan e diretor do Notion Archaeological Survey, destacou a raridade de encontrar um tesouro de moedas tão valioso em uma escavação controlada, um acontecimento que, segundo ele, é extremamente incomum.
Ratté comentou sobre o significado da descoberta: “Ninguém jamais enterra um tesouro de moedas, especialmente moedas de metais preciosos, sem a intenção de recuperá-lo. Então, somente o mais grave infortúnio pode explicar a preservação de tal tesouro.”
História
A cidade de Notion, situada em um ponto estratégico da costa oeste da Ásia Menor, era frequentemente palco de disputas entre as forças gregas e persas. Durante a Guerra do Peloponeso, de 430 a 427 a.C., simpatizantes persas, com o apoio de mercenários, controlaram a cidade, até que o general ateniense Paches a reconquistou e expulsou os aliados persas.
As moedas descobertas oferecem pistas valiosas sobre esses tempos conturbados. Conforme o historiador grego Xenofonte, um único dárico constituía o salário mensal de um soldado. Isso sugere que o pote de moedas pode ter pertencido a um soldado mercenário que, por algum motivo, nunca conseguiu recuperar seu tesouro. Ratté propõe que esses conflitos podem explicar o enterro das moedas.
“É possível que o tesouro não tenha sido associado a nenhum desses eventos dramáticos, mas simplesmente fosse a economia de um soldado mercenário veterano em um tempo e lugar onde soldados da fortuna podiam ganhar muito dinheiro se estivessem dispostos a arriscar suas vidas pelo maior lance“, explicou ele ao New York Times.
Universidade comemora o feito histórico
Além de seu valor monetário, as moedas de ouro de Notion têm um valor arqueológico imensurável.
Elas refinarão a cronologia da cunhagem de ouro aquemênida, uma área de estudo que até então carecia de informações contextuais detalhadas, já que saqueadores descobriram muitos dos tesouros de dáricos anteriormente, sem o devido registro arqueológico.
Ratté enfatizou a importância das informações contextuais em descobertas arqueológicas: “Um achado arqueológico sem informação contextual é como uma pessoa sofrendo de amnésia, uma pessoa sem memórias. Ainda é interessante e importante, mas a perda de conhecimento é incalculável.”
No caso desse tesouro, a localização precisa onde ele foi encontrado e as evidências circunstanciais disponíveis fornecem uma visão única sobre o período em que as moedas foram enterradas.
Os arqueólogos da Universidade de Michigan estão otimistas que essa descoberta abrirá caminho para novas revelações sobre Notion e seu papel nas complexas dinâmicas políticas e militares da região durante a antiguidade.
Recentemente, pesquisadores iniciaram novas escavações na área, na esperança de encontrar mais artefatos que possam esclarecer as circunstâncias históricas que levaram ao enterro das moedas.
Enquanto isso, especialistas do Museu Arqueológico de Éfeso, na Turquia, estão analisando as moedas para determinar mais detalhes sobre sua origem e sobre os eventos históricos que cercam seu enterro.
Esta pesquisa contínua pode não apenas revelar mais sobre a cronologia da cunhagem de ouro aquemênida, mas também oferecer novas perspectivas sobre a vida dos soldados mercenários e as condições socioeconômicas da época.
