Mais de 10 toneladas de ar líquido produzidas diariamente na Coreia do Sul mostram inovação inédita, enquanto o Brasil tenta conter tarifas com medidas provisórias.
Uma inovação tecnológica de grande impacto foi revelada em agosto de 2025. Dessa forma, a Coreia do Sul passou a ocupar o centro das atenções no setor energético.
Pesquisadores do Instituto Coreano de Máquinas e Materiais (KIMM) anunciaram o primeiro sistema de armazenamento de energia em ar líquido do país, capaz de gerar 10 toneladas por dia.
Esse avanço coloca a Coreia como protagonista na corrida pela estocagem em larga escala. Além disso, a novidade é considerada essencial para consolidar o uso de energias renováveis.
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Investigação técnica revela inovação inédita
O sistema, chamado de LAES (Liquid Air Energy Storage), utiliza eletricidade excedente para resfriar o ar até o estado líquido. Em seguida, o material fica em tanques isolados e depois retorna como eletricidade.
Em nota oficial publicada pela imprensa sul-coreana em 20 de agosto de 2025, o KIMM informou que o ar, ao ser aquecido, expande até 700 vezes seu volume líquido. Assim, essa expansão movimenta turbinas que geram eletricidade.
Segundo o pesquisador principal, Dr. Jun Young Park, “o armazenamento em larga escala é a peça que faltava, e nosso trabalho mostra que a LAES pode fornecê-lo sem limites geográficos.”
O processo exige investimento inicial elevado. Entretanto, ele oferece vantagens em comparação com alternativas tradicionais, que dependem de condições geográficas específicas, como vales ou cavernas subterrâneas.
Impactos econômicos e sociais do avanço
O novo sistema permite “engarrafar” energia elétrica de forma controlada, criando reservas estratégicas para momentos de maior demanda. Além disso, ele assegura estabilidade para as redes de distribuição.
Especialistas afirmam que a tecnologia garante maior integração de energias renováveis. Dessa maneira, promove também a redução da dependência de combustíveis fósseis.
Além disso, a inovação deve atrair investimentos estrangeiros, fortalecendo a posição da Coreia do Sul como referência em soluções energéticas.
Relatórios internacionais apontam que o Reino Unido testou tecnologias semelhantes desde 2023. No entanto, o modelo sul-coreano se tornou o primeiro da Ásia em escala industrial.
Brasil tenta evitar alta na conta de luz
Enquanto isso, o Brasil enfrenta desafios regulatórios. Em 18 de setembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Medida Provisória nº 1.304/2025.
A decisão ocorreu depois que o Congresso derrubou vetos à Lei nº 15.097/2025, conhecida como Lei das Eólicas Offshore. Caso fosse aplicada integralmente, a lei provocaria impacto de R$ 40 bilhões no custo da energia elétrica.
Para evitar aumento direto ao consumidor, a MP determinou um teto para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia políticas públicas do setor.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o teto corresponde ao orçamento da CDE de 2026. Portanto, o governo pretende impedir repasses às contas de luz.
A medida provisória também estabeleceu ajustes no mercado de gás natural, criando maior previsibilidade e competitividade para empresas e consumidores.
Desafios imediatos e tensões futuras
- Na Coreia do Sul, o desafio será transformar o sistema de armazenamento em escala comercial sem comprometer sua viabilidade econômica.
- No Brasil, a pressão recai sobre a necessidade de equilibrar tarifas justas e investimentos para modernizar o setor.
Apesar dos contextos diferentes, os dois países enfrentam o mesmo dilema global: como garantir acesso à energia sustentável, confiável e financeiramente viável.
Energia em contexto global
A inovação sul-coreana e as medidas brasileiras reforçam uma tendência mundial de buscar soluções equilibradas para enfrentar os desafios da transição energética.
Entre 2023 e 2025, vários países anunciaram novas tecnologias de estocagem. Além disso, aprovaram legislações específicas para o setor. Esses movimentos mostram a importância de unir inovação tecnológica e marcos regulatórios claros.
O que o futuro reserva para Coreia e Brasil?
Especialistas avaliam que a Coreia do Sul pode se tornar referência mundial em armazenamento de energia. Da mesma forma, o Brasil precisa avançar em políticas regulatórias sólidas.
O equilíbrio entre tecnologia e regulação definirá o futuro energético de ambos.
Assim, permanece a questão: será possível engarrafar energia limpa e, ao mesmo tempo, aliviar o bolso dos consumidores?