Argentina e Paraguai firmam acordo para construção de gasoduto estratégico que ligará Vaca Muerta ao Brasil via Paraguai, fortalecendo integração energética no Mercosul.
Os governos da Argentina e do Paraguai deram um importante passo na quarta-feira (2), ao assinarem um acordo para viabilizar a construção do Gasoduto Bioceânico, obra estratégica que promete interligar os campos de gás natural de Vaca Muerta, na Patagônia argentina, ao Brasil, passando pelo território paraguaio.
O memorando foi firmado durante a 66ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum e a Cúpula de Presidentes do Mercosul, realizada em Buenos Aires.
A proposta prevê a criação de um grupo técnico binacional, responsável por realizar os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto.
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O objetivo é integrar ainda mais os países do Cone Sul, consolidando a cooperação energética e logística da região.
Gasoduto Bioceânico: ligação estratégica entre Argentina, Paraguai e Brasil
A principal rota considerada para o gasoduto passa pelo Chaco paraguaio, uma região estratégica que servirá como corredor logístico.
Além de transportar gás natural de Vaca Muerta, o projeto poderá incluir outras reservas da região, aumentando ainda mais sua relevância energética.
O ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Javier Giménez, destacou a importância da obra para o desenvolvimento local:
“Será uma obra maravilhosa para criar um mecanismo de transporte e de ingresso de divisas, além de potencializar nossa indústria, pois parte desse gás ficará no Paraguai para alimentar nossas indústrias no Chaco, onde temos matéria-prima, mão de obra e enorme potencial de crescimento”.
Este novo memorando complementa um acordo anterior firmado entre o Brasil e o Paraguai, fortalecendo um plano de integração energética que vem sendo discutido há mais de uma década pelos países do Mercosul.
Ao interligar essas nações por meio de um gasoduto, a expectativa é garantir segurança energética, estimular a industrialização regional e facilitar o acesso ao gás natural de forma mais competitiva.
Um projeto que faz parte da Rota Bioceânica de Capricórnio
O Gasoduto Bioceânico é apenas uma parte de um plano ainda maior: a Rota Bioceânica de Capricórnio.
Essa infraestrutura estratégica inclui cerca de 2.400 km de obras — como estradas, pontes e gasodutos — e visa conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, unindo Argentina, Paraguai, Brasil e Chile.
A proposta busca oferecer uma alternativa ao Canal do Panamá, facilitando o escoamento de mercadorias da América do Sul para mercados asiáticos, fortalecendo as exportações e reduzindo custos logísticos.
O memorando representa um avanço concreto na cooperação entre os países do sul do continente. Ao unir recursos naturais, infraestrutura e planejamento estratégico, Argentina, Paraguai e Brasil caminham para uma nova etapa de desenvolvimento regional baseada em energia limpa e acessível.
Além disso, o projeto reforça a importância de iniciativas conjuntas no cenário global, diante da crescente demanda por fontes alternativas de energia e rotas logísticas mais eficientes.