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Ar-condicionado “elimina” horário de verão: pico de consumo de energia mudou para a tarde e medida não gera mais economia, diz governo

Escrito por Carla Teles
Publicado em 29/09/2025 às 22:26
Ar-condicionado "elimina" horário de verão: pico de consumo de energia mudou para a tarde e medida não gera mais economia, diz governo
O horário de verão não volta mais. Entenda como o ar-condicionado mudou o pico de consumo de energia no Brasil, tornando a medida obsoleta e sem economia.
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Estudo do governo aponta que pico de consumo de energia migrou para a tarde, anulando a economia que justificava o adiantamento dos relógios no Brasil.

O horário de verão, uma política pública que por décadas fez parte da rotina dos brasileiros, foi oficialmente suspenso em 2019 e não tem previsão de retorno para 2025. A principal justificativa para o fim da medida, segundo análises técnicas do governo, é uma mudança profunda nos hábitos de consumo de energia da população, impulsionada principalmente pela popularização do ar-condicionado. O que antes era uma estratégia eficaz para economizar luz no início da noite, hoje perdeu seu propósito central.

A lógica por trás do fim do adiantamento dos relógios é simples: o pico de demanda de eletricidade no país não ocorre mais no período noturno. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o maior consumo agora se concentra no meio da tarde, entre 14h e 16h. Esse fenômeno está diretamente ligado às altas temperaturas e à necessidade de climatização de ambientes, tornando a economia que o horário de verão proporcionava praticamente nula e, em alguns casos, até prejudicial para a estabilidade do sistema elétrico.

A mudança no perfil de consumo: o fator ar-condicionado

Historicamente, o horário de verão foi implementado com um objetivo claro: deslocar o consumo de energia do horário de pico, que acontecia entre 18h e 21h. Nesse período, o acionamento de lâmpadas, chuveiros elétricos e outros eletrodomésticos sobrecarregava o sistema. Ao adiantar o relógio em uma hora, aproveitava-se a luz natural por mais tempo, adiando a necessidade de iluminação artificial e, consequentemente, “achatando” a curva de demanda, conforme explicado pelo próprio MME. Essa estratégia aliviava a carga nas linhas de transmissão e distribuidoras.

No entanto, essa realidade mudou drasticamente. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do MME confirmam que o grande vilão do consumo elétrico contemporâneo é o calor. Com verões cada vez mais intensos — o período de 2024 e 2025 foi classificado pelo governo como o mais quente desde 1961, o uso massivo de aparelhos de ar-condicionado e refrigeração criou um novo pico de demanda no período da tarde. Nesse novo cenário, adiantar o relógio não gera mais economia, pois a demanda por refrigeração durante as horas mais quentes do dia supera em muito a economia com iluminação no início da noite.

O fim de uma era: impacto econômico e estabilidade energética

A decisão de suspender o horário de verão não foi apenas uma questão de hábito, mas uma resposta técnica a dados concretos. Os estudos que basearam o fim da medida mostraram que os benefícios econômicos haviam se tornado residuais. A economia de energia, que já foi significativa, tornou-se tão baixa que não justificava mais os custos operacionais e o impacto na rotina da população e de setores como o agronegócio e o transporte aéreo. Manter a política seria ignorar a nova dinâmica de consumo do país.

Mais do que a economia, a preocupação do ONS passou a ser a segurança e a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN). Gerenciar o pico de consumo da tarde, agravado por ondas de calor extremas, exige muito mais do sistema do que o antigo pico noturno. Portanto, a manutenção do horário de verão não contribuiria para resolver o problema mais crítico da matriz energética atual. A medida, que nasceu como uma solução de eficiência, tornou-se irrelevante diante da transformação tecnológica e climática que o Brasil e o mundo enfrentam.

A decisão de encerrar o horário de verão foi acertada para a realidade atual do Brasil? Você sente falta de adiantar os relógios e aproveitar o fim de tarde com mais luz ou prefere a estabilidade do horário padrão, mesmo com o calor intenso?

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Juliana Aguiar
Juliana Aguiar
02/10/2025 04:36

Palhaçada esse horário de verão.
Não adianta ficar até mais tarde aproveitando o sol, já que temos que acordar mais cedo, fora que de manhã temos que acender a casa toda pq ainda está tudo escuro.

MAURICIO
MAURICIO
30/09/2025 20:26

Não entendo esse governo. Querem restringir a instalação de placas solares em residências por que o sistema pode entrar em colapso, mas o país ainda não é autossuficiente em eletricidade. Nas alta demanda precisa ligar termoelétricas que queimam toneladas de carvão.

Jobson krumennauer
Jobson krumennauer
30/09/2025 19:28

Somente comentários de pessoas que não vivem.. só sobrevivem mesmo
Chegar da escola das crianças as 19h e poder aproveitar o sol e a rua não tem preço, todos os países do hemisfério norte tem horário de verão justamente para poderem aproveitar mais.. não por economia de energia.
Enfim..

Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

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