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Ar-condicionado de 2.000 anos reduz até 10 °C sem gastar energia

Publicado em 03/08/2025 às 16:43
Torre de vento milenar chega a 30 metros e mantém casas frescas mesmo com 45 °C no deserto
Torre de vento milenar chega a 30 metros e mantém casas frescas mesmo com 45 °C no deserto
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Criado no deserto do Irã, sistema milenar de ventilação natural desafia o calor extremo sem gastar um único watt

No coração do deserto iraniano, um sistema de resfriamento passivo criado há mais de 2.000 anos continua funcionando com eficiência surpreendente sem eletricidade, sem motores e sem peças móveis. Chamadas de badgirs, ou “torres de vento”, essas estruturas são uma das maiores provas de que a engenharia tradicional pode ser tão eficaz quanto a tecnologia moderna.

Projetadas para refrescar casas em temperaturas que ultrapassam 45 °C, as torres captam correntes de ar e as direcionam para o interior dos ambientes, muitas vezes por meio de túneis subterrâneos, criando um fluxo constante de ventilação. O resultado? Ambientes até 10 °C mais frescos mesmo nos dias mais escaldantes.

Como funciona esse “ar-condicionado natural” criado há milênios

Ar-condicionado de 2.000 anos reduz até 10 °C sem gastar energia

As torres de vento são parte da arquitetura tradicional do Irã, especialmente em cidades como Yazd, reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Elas são estruturas verticais construídas com tijolos de barro e argila, materiais que ajudam a manter a temperatura interna baixa.

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O princípio de funcionamento é baseado em leis naturais da física, como convecção térmica e resfriamento evaporativo. Quando há vento, ele é captado pelas aberturas superiores da torre e conduzido para dentro da construção. Em dias sem vento, o ar quente sobe e escapa, puxando o ar fresco de regiões mais frias do subsolo.

Engenharia sustentável do passado que inspira o presente

A genialidade dos badgirs não está apenas no resultado, mas também na simplicidade e eficiência do sistema. Em um período em que crises climáticas e consumo energético excessivo desafiam o planeta, esses “ar-condicionados naturais” voltaram a chamar a atenção de arquitetos e engenheiros em todo o mundo.

Além de manter o conforto térmico, eles também garantem renovação constante do ar interno, sem necessidade de energia elétrica ou equipamentos modernos. Em uma casa comum equipada com uma torre de vento, é possível reduzir consideravelmente a sensação térmica sem impacto ambiental.

Quem criou e por que essa tecnologia surgiu?

Ar-condicionado de 2.000 anos reduz até 10 °C sem gastar energia

O sistema foi desenvolvido pelas civilizações persas da Antiguidade, como resposta às condições extremas do deserto. O conhecimento foi passado por gerações e adaptado à arquitetura islâmica medieval. As torres, que podem chegar a 30 metros de altura, foram implantadas em casas, escolas e mesquitas como alternativa ao calor insuportável.

Registros históricos mostram que a maioria das torres de vento preservadas atualmente têm entre 800 e 1.000 anos, mas o conceito remonta a pelo menos 2.500 anos atrás. Elas continuam sendo utilizadas até hoje, e algumas foram restauradas para uso contínuo.

Por que essa tecnologia ainda é usada hoje?

Com o aumento da temperatura global e os custos energéticos em alta, a busca por soluções passivas e ecológicas voltou ao radar de construtores e urbanistas. O conceito dos badgirs inspira projetos em países como Emirados Árabes, Irã e até algumas regiões da Europa, onde o resfriamento natural é uma alternativa viável e sustentável.

Além da economia de energia, essas estruturas também oferecem bem-estar térmico com impacto ambiental mínimo, reforçando o interesse global por técnicas milenares que podem ser adaptadas ao mundo moderno.

Você acha que deveríamos resgatar esse tipo de solução sustentável em vez de depender só da tecnologia moderna? Conhece outras técnicas antigas que ainda funcionam? Compartilhe nos comentários — sua opinião pode inspirar novas ideias.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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