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Aquisição do Twitter por Elon Musk gera prejuízo histórico para grandes bancos

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 23/08/2024 às 06:40
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foto/reprodução: canva

A compra do Twitter por Elon Musk, finalizada em outubro de 2022, transformou-se em um pesadelo financeiro para grandes bancos, que agora enfrentam perdas significativas: Com empréstimos bilionários ainda “pendurados”, a transação é comparada aos piores momentos da crise financeira de 2008-2009.

A aquisição do Twitter por Elon Musk, no valor de US$ 44 bilhões, já era vista como uma jogada arriscada. No entanto, o que poucos previam era que essa operação se tornaria um dos maiores pesadelos financeiros dos últimos anos para os bancos envolvidos. Sete instituições financeiras de peso, incluindo Morgan Stanley e Bank of America, se comprometeram com empréstimos totalizando US$ 13 bilhões para ajudar Musk a concretizar o negócio. Contudo, esses bancos agora enfrentam dificuldades monumentais para vender a dívida associada, acumulando prejuízos que estão afetando seriamente suas operações e reputações, de acordo com infomoney.

Empréstimo bilionário “pendurado”: o pesadelo dos bancos

No mundo das finanças, bancos que oferecem grandes empréstimos para aquisições, como a compra do Twitter, geralmente buscam revender rapidamente essas dívidas para outros investidores. Isso libera seus balanços e, claro, gera lucro com as taxas cobradas no processo. No entanto, essa estratégia tradicional se mostrou um verdadeiro tiro no pé quando se trata do Twitter sob a gestão de Elon Musk.

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foto/reprodução: valor econômico

Desde que Musk assumiu o controle, a plataforma, agora renomeada como “X“, viu seu desempenho financeiro despencar, tornando quase impossível encontrar compradores interessados na dívida. Como resultado, esses empréstimos permanecem nos balanços das instituições, ou, como se diz no mercado, estão “pendurados“. E para piorar a situação, os bancos foram forçados a reavaliar essas dívidas para baixo, o que impactou negativamente seus balanços patrimoniais.

Mesmo recebendo pagamentos de juros, alguns desses bancos estão tão desesperados para se livrar dessa batata quente que chegaram a reduzir o valor da dívida em centenas de milhões de dólares. Essa situação, além de causar uma dor de cabeça monumental para os executivos dessas instituições, também gerou escrutínio regulatório, prejudicando a posição dos bancos nos rankings financeiros.

Uma crise comparável à de 2008: quando o passado volta a assombrar

A situação dos bancos com a dívida do Twitter se arrasta por mais tempo do que qualquer outro acordo similar desde a crise financeira de 2008-2009, segundo dados da PitchBook LCD. Na época, os bancos conseguiram vender ou amortizar a maior parte de suas dívidas em cerca de um ano. Mas, para o ex-Twitter, essa saída não parece estar próxima.

A plataforma, agora sob o nome de X, continua a sofrer com a saída em massa de anunciantes e o impacto das altas taxas de juros, tornando a dívida uma verdadeira dor de cabeça sem fim para os bancos. Especialistas apontam que este é um dos maiores casos de dívida pendurada desde a crise financeira global, destacando como até mesmo gigantes financeiros podem ser surpreendidos por movimentos arriscados do mercado.

Twitter sob a gestão de Musk: de rede social a “X”

Desde que Elon Musk assumiu o controle do Twitter, a plataforma passou por uma série de mudanças drásticas — nem todas bem recebidas. O valor da empresa, que já foi estimado em US$ 44 bilhões, despencou para US$ 19 bilhões em 2023, e, mais recentemente, foi avaliada em cerca de US$ 12,5 bilhões. Essa queda significativa reflete as mudanças operacionais promovidas por Musk, que impactaram tanto a percepção dos usuários quanto a confiança dos investidores.

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foto/reprodução: business today

Entre as controvérsias mais notáveis estão a liberação de conteúdos polêmicos e a redução da moderação na plataforma, o que levou à fuga de anunciantes. Sem a receita publicitária, que sempre foi um pilar da economia do Twitter, a situação financeira da empresa se agravou, gerando uma espiral de problemas que afeta diretamente os bancos envolvidos na transação.

O futuro do X e dos bancos envolvidos

O futuro da plataforma X e dos bancos que financiaram a aquisição ainda é incerto. Com a contínua desvalorização da empresa e a falta de interessados em assumir a dívida, as instituições financeiras podem enfrentar consequências de longo prazo. Para Elon Musk, a compra do Twitter talvez tenha sido uma jogada ousada, mas para os bancos, ela está se mostrando uma verdadeira armadilha financeira.

Esse episódio serve como um lembrete de que, no mundo dos negócios, até mesmo os maiores players podem ser surpreendidos. E enquanto Elon Musk tenta reinventar o Twitter sob a marca X, os bancos envolvidos continuam a lutar para se desvencilhar de uma dívida que, ao que parece, vai continuar “pendurada” por um bom tempo.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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