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Aposentados vendem casa, embarcam em navios e vivem viajando o mundo há anos — já visitaram mais de 75 países e dizem que morar em alto-mar sai mais barato que manter uma casa

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 06/11/2025 às 11:23
Aposentados vendem casa, embarcam em navios e vivem viajando o mundo há anos — já visitaram mais de 75 países e dizem que morar em alto-mar sai mais barato que manter uma casa
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Casal de aposentados vende casa, embarca em navios e vive viajando o mundo há anos; já visitaram 75 países e dizem gastar menos do que viviam em terra firme.

O que para muitos parece um sonho distante se tornou a rotina de um casal de aposentados que decidiu transformar o oceano em endereço fixo. O norte-americano Richard Burk e sua esposa Angelyn Burk, ambos do estado de Washington, venderam a casa, se desfizeram dos bens e trocaram o cotidiano terrestre pela vida permanente em navios de cruzeiro. Desde maio de 2021, eles vivem embarcados, passando de um navio para outro, e já visitaram mais de 75 países, explorando destinos em todos os continentes — do Alasca à Austrália, do Mediterrâneo ao Caribe.

A decisão foi motivada por uma conta simples: viver no mar custa menos do que manter uma casa nos Estados Unidos. De acordo com o casal, a soma de impostos, manutenção, energia, alimentação e transporte superava o valor que gastam atualmente com passagens de cruzeiro. Hoje, o casal vive com um orçamento médio de US$ 100 por dia, o que equivale a cerca de R$ 15 mil por mês, incluindo hospedagem, alimentação completa, limpeza, entretenimento e até atendimento médico básico a bordo.

“Fizemos as contas e percebemos que poderíamos viver viajando, com tudo incluído, por menos do que gastaríamos morando em terra”, explicou Angelyn ao portal Toronto Life, que documentou o caso. Para o casal, o estilo de vida marítimo trouxe liberdade e segurança: “Temos uma rotina tranquila, conhecemos novas pessoas e acordamos em um destino diferente toda semana.”

O cálculo que mudou a vida do casal

Richard e Angelyn trabalharam durante décadas — ele como engenheiro e ela como contadora. Ao se aposentarem, começaram a viajar com frequência, e a ideia de viver embarcados surgiu naturalmente após anos de férias passadas em navios.

Em vez de comprar uma casa menor ou se mudar para um condomínio de aposentados, o casal decidiu vender todos os bens, incluindo o carro e o imóvel, e usar o valor para financiar viagens contínuas.

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Eles descobriram que, ao reservar cruzeiros com antecedência, aproveitar promoções e optar por trajetos consecutivos, o custo diário ficava abaixo de US$ 100, valor considerado baixo em comparação aos gastos médios de aposentados americanos.

O pacote inclui refeições completas, shows, academia, atendimento médico básico e limpeza diária da cabine — despesas que, em uma vida em terra firme, estariam diluídas em contas mensais separadas.

“Vivemos sem preocupações. Não temos hipoteca, não temos contas de luz, água ou internet. Tudo está incluso. E quando o navio chega a um novo porto, simplesmente descemos e exploramos o destino”, contou Richard.

Rotina em alto-mar

A vida a bordo segue uma rotina diferente da convencional. O casal passa duas a três semanas em cada navio, alternando entre companhias como Royal Caribbean, Holland America e Carnival Cruises. Quando há um intervalo entre viagens, eles passam breves períodos em terra, geralmente hospedados em hotéis próximos aos portos de embarque.

Segundo eles, a rotina é organizada de forma a otimizar custos e tempo de deslocamento. As viagens são planejadas com base na disponibilidade de cabines econômicas e nos itinerários mais longos, o que reduz o custo por dia.

“Há cruzeiros de reposicionamento, quando o navio muda de região, que custam menos e nos permitem cruzar oceanos gastando pouco”, explica Richard.

O casal afirma que não sente falta da vida tradicional, nem do apego a bens materiais.
“Nossos amigos nos perguntam se não cansamos, mas sempre respondemos que não. A cada manhã, acordamos em um país diferente. A vista muda, as pessoas mudam, e isso é o que nos mantém jovens”, diz Angelyn.

Viver no mar: tendência em crescimento

O fenômeno de transformar navios em residência permanente está crescendo. Companhias como Storylines e Villa Vie Residences já vendem apartamentos marítimos com planos vitalícios, voltados a pessoas que desejam viver permanentemente no mar. Os valores variam de US$ 300 mil a US$ 1,5 milhão, com itinerários que dão a volta ao mundo a cada três anos.

Segundo o Cruise Lines International Association (CLIA), o número de passageiros de longa permanência aumentou em 18% entre 2019 e 2024, impulsionado por aposentados que buscam praticidade e estabilidade financeira em um ambiente seguro.

Com a popularização dos cruzeiros all-inclusive e o aumento do custo de vida nas grandes cidades, viver a bordo passou a ser mais viável financeiramente para uma parcela da população.

O caso de Richard e Angelyn ganhou destaque justamente por ilustrar essa nova lógica econômica: enquanto os preços de moradia dispararam nos Estados Unidos, o casal encontrou em alto-mar uma forma sustentável de viver a aposentadoria com conforto e previsibilidade de gastos.

Impacto psicológico e estilo de vida

Embora a vida no mar pareça idílica, o casal admite que a adaptação exigiu planejamento e desapego. Os primeiros meses foram marcados por incerteza e saudade dos amigos, mas com o tempo a rotina a bordo se tornou natural.

Hoje, Richard e Angelyn têm uma rede de conhecidos entre tripulantes e passageiros frequentes, o que transforma cada viagem em reencontro. “Já sabemos o nome de muitos funcionários, e eles lembram o que gostamos de comer. É como viver em um bairro flutuante”, brinca Angelyn.

A escolha também trouxe benefícios à saúde. Os dois praticam caminhada nos conveses diariamente, participam de aulas de dança e evitam longos períodos de sedentarismo. “Nunca nos sentimos tão ativos”, diz Richard. “Há sempre algo para fazer, e a alimentação é equilibrada.”

O futuro a bordo

O casal não tem planos de retornar à vida em terra firme. Nos próximos anos, pretendem continuar viajando e, possivelmente, adquirir um plano de residência marítima permanente em navios residenciais, que estão se tornando populares no mercado internacional.

“Enquanto tivermos saúde, o mar será o nosso lar”, afirma Angelyn.

Eles sonham em atingir a marca de 100 países visitados até 2026, o que pode consolidá-los como um dos casais com maior tempo contínuo de vida em cruzeiros no mundo.

A história de Richard e Angelyn Burk reflete uma tendência global: a busca por liberdade e novas formas de viver a aposentadoria sem o peso da rotina e das despesas fixas. Em vez de paredes, eles têm horizontes. Em vez de endereço, coordenadas.

O que começou como uma aventura virou um novo estilo de vida — um lembrete de que, para quem planeja e se adapta, o mar pode ser mais do que uma travessia: pode ser, literalmente, um lar.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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