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Localização MS, MT Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 1 comentários

Após promessa quebrada, federação pede fim de pedágio em importante rodovia (BR) brasileira

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 13/02/2025 às 14:22
Federação pede suspensão de pedágio na BR-163. Entenda os impactos da decisão e os próximos passos da concessão da rodovia.
Federação pede suspensão de pedágio na BR-163. Entenda os impactos da decisão e os próximos passos da concessão da rodovia.
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Federação pede suspensão do pedágio na BR-163 até que a CCR MSVia cumpra a duplicação prevista no contrato. Entenda os impactos da decisão e os próximos passos da concessão da rodovia.

A BR-163, que corta o Mato Grosso do Sul de norte a sul, é essencial para o transporte de cargas agrícolas, comércio e turismo.

Nos últimos anos, a administração da rodovia tem gerado debates intensos, principalmente em relação às obrigações da concessionária CCR MSVia e à cobrança de pedágios.

Federação cobra suspensão do pedágio

A Feintramag MS/MT (Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso) solicitou a suspensão imediata do pedágio na BR-163/MS.

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O pedido será encaminhado ao governo estadual, à Assembleia Legislativa e à Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com o presidente da federação, José Lucas da Silva, a suspensão do pedágio deve vigorar até que a CCR MSVia cumpra integralmente as obrigações previstas na repactuação do contrato.

Duplicação da BR-163 é a principal reivindicação

A principal exigência é a duplicação integral da rodovia, prevista no contrato repactuado.

Nos próximos quatro anos, a concessionária deve duplicar 203 quilômetros, mas, segundo José Lucas, em 11 anos de concessão, apenas 150 quilômetros foram duplicados.

Outro problema apontado pela federação é a falta de acostamento em trechos após Dourados, aumentando os riscos de acidentes.

Além da duplicação, a retirada da rodovia de dentro dos perímetros urbanos de vários municípios também é uma demanda urgente para reduzir acidentes fatais.

CCR arrecadou bilhões com pedágio

Desde o início da concessão, a CCR MSVia arrecadou aproximadamente R$ 3,6 bilhões apenas com pedágios. Em 2024, a arrecadação chegou a R$ 229,2 milhões, conforme dados da própria empresa.

O acordo de repactuação prevê que o pedágio aumentará gradualmente, de R$ 7,52 para R$ 15,13 a cada 100 quilômetros.

Leilão da BR-163 será realizado em breve

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou que o leilão da BR-163/MS acontecerá em breve, no modelo de “processo competitivo”.

O critério de escolha será o maior desconto sobre a tarifa de pedágio prevista no edital.

O novo contrato prevê um investimento de R$ 17,32 bilhões em obras e melhorias.

Histórico da concessão e promessas de investimentos

A CCR MSVia assumiu a concessão da BR-163/MS em 2014, com a responsabilidade de administrar, reformar, operar e duplicar a rodovia.

A BR-163/MS tem 845 quilômetros de extensão e passa por 21 municípios.

Em novembro de 2024, a concessionária se comprometeu a duplicar 75 quilômetros nos primeiros três anos do novo contrato e 203 quilômetros ao longo dos próximos anos, com um investimento estimado de R$ 1,087 bilhão.

O contrato prevê ainda melhorias como terceiras faixas, vias marginais, contornos, passarelas e acessos, totalizando um investimento de R$ 9,29 bilhões até 2054.

Críticas à execução das obras

Apesar dos compromissos assumidos, apenas 150 quilômetros foram duplicados em 10 anos de concessão.

O investimento feito até agora foi de R$ 2,1 bilhões, mas a nova repactuação exige que a CCR MSVia invista R$ 9,3 bilhões nos próximos anos.

A tarifa de pedágio aumentará gradualmente conforme o cronograma de obras:

  • Ano 1: R$ 7,52 → R$ 10,06
  • Ano 2: R$ 10,06 → R$ 12,60
  • Ano 3: R$ 12,60 → R$ 15,13

Além disso, haverá aumento específico para trechos duplicados e faixas adicionais.

Justificativas da CCR MSVia

A concessionária justificou a paralisação das obras em 2017, alegando uma queda de 35% na arrecadação prevista devido à recessão econômica.

Na época, solicitou revisão contratual e ajustes nas condições de financiamento junto à ANTT.

Mesmo sem a duplicação concluída, a cobrança de pedágio continuou, sob a alegação de que a manutenção da rodovia estava sendo realizada.

Federação exige cumprimento do contrato

A Feintramag MS/MT defende que a suspensão do pedágio é necessária até que a concessionária cumpra suas obrigações.

A federação também reforça que a duplicação da rodovia é fundamental para a segurança dos motoristas e redução do número de acidentes.

O caso da BR-163/MS ilustra os desafios das concessões rodoviárias no Brasil, onde a equação entre arrecadação de pedágio e realização de obras impacta diretamente a segurança e o desenvolvimento econômico.

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Antonio
Antonio
16/02/2025 21:00

Esses pedágios, estão quebrando os caminhoneiros, com cobrança por eixo. E não resolvem, na melhoria da situação das estradas. Políticos precisam trabalhar mais, parar de aumentar políticos e Partidos, parar de só querer arrecadar tributos, e voltar com novo mutirão do DNER acabando, definitivamente, com todos esses pedágios capitalistas.

Última edição em 5 meses atrás por Antonio Aparecida
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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