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Após Ministério de Minas e Energia dar os primeiros passos rumo à privatização da Petrobras, Bolsonaro volta a criticar política de paridade internacional de preços dos combustíveis e afirma que estatal tem ‘ganância enorme’

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 07/06/2022 às 05:23
Atualizado em 08/06/2022 às 00:39
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Privatizacao da Petrobras – imagem PortoseNavios

Para o Ministério de Minas e Energia, a privatização da Petrobras é oportuna, em decorrência das condições do mercado global de energia

No dia 30 de maio, o Ministério de Minas e Energia formalizou o pedido, ao Ministério da Economia, de inclusão da Petrobras na carteira do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que representa a etapa inicial para o processo de uma eventual privatização da estatal brasileira.

“A qualificação da Petrobras no PPI tem como objetivo dar início aos estudos para a proposição de ações necessárias à desestatização da empresa, os quais serão produzidos por um comitê interministerial a ser instituído entre o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia”, informou o MME em nota.

Para o MME, a proposta é oportuna, em decorrência das condições do mercado global de energia, “em face da situação geopolítica mundial, das discussões sobre o ritmo da transição energética e do realinhamento global dos investimentos”

Bolsonaro diz que privatização da Petrobras “dificilmente vai para frente”

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (06/06) que uma privatização da Petrobras é “muito difícil” de acontecer e que “dificilmente vai para frente”. Segundo ele, o Governo Federal apoia a medida e deu o pontapé inicial para o processo de desestatização da petrolífera.

Em entrevista ao canal Agro+, Bolsonaro voltou a falar dos lucros obtidos pela Petrobras: “Uma privatização da Petrobras é muito difícil. Eu conversei com o ministro de Minas e Energia, ele tem essa intenção, deu o pontapé inicial, mas dificilmente vai para frente isso. Correndo tudo certo, levaria uns quatro anos”, afirmou o presidente.

Para Bolsonaro, o processo de estatização da Petrobras tem que ser “modulado”. “Não pode simplesmente quem pagar mais vai levar. Você hoje em dia tem o monopólio estatal aqui dentro e ia ter um outro monopólio privado aí fora”, disse.

O presidente voltou a criticar a política de paridade internacional, implementada pela estatal em 2016. “A Petrobras tem sua função social prevista na Constituição. Por que não vai pra frente isso [privatização]? Porque aquilo [Petrobras] funciona em parte como se fosse uma caixa-preta, que nós temos que resolver esse assunto. Não é fácil se você lutar contra esses oligopólios, monopólios e com uma empresa estatizada que não deve satisfação para ninguém. Ela está refém dos [acionistas] minoritários”, disse.

Petrolíferas no mundo baixam margem de lucro para ajudarem seus países

Segundo Bolsonaro, a Petrobras tem “uma ganância enorme” e classificou seu lucro como “exagerado” ― em maio, a empresa declarou seu terceiro maior lucro trimestral da história, de R$ 44,5 bilhões.

“Você vê outras petrolíferas no mundo baixarem a margem de lucro para, exatamente, ajudarem os seus países. A Petrobras tem aumentado a margem de lucro por ocasião das crises e continua da mesma maneira. Estamos tentando mudar”, afirmou.

De acordo com o presidente, o ministro Sachsida tem enfrentado dificuldades para fazer mudanças na Petrobras porque elas dependem de reuniões do conselho e de “burocracias enormes”. Ele afirmou não ter participação no aumento dos preços dos combustíveis e disse esperar que não haja novos reajustes até que as mudanças ocorram.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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