A BYD anuncia novo centro no Rio voltado à pesquisa e desenvolvimento de veículos autônomos, com pista de testes no Aeroporto Internacional Tom Jobim e foco em inovação tecnológica, após investir R$ 5,5 bilhões em fábrica na Bahia
A BYD anuncia novo centro no Rio de Janeiro dedicado ao desenvolvimento de carros autônomos, reforçando sua presença estratégica no Brasil. O laboratório de pesquisa será instalado em um terreno do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e contará com uma pista de testes que funcionará como um miniautódromo para experimentos com veículos que dispensam motoristas humanos.
O projeto, segunndo a Infomoney, anunciado pelo prefeito Eduardo Paes ao lado do presidente internacional da montadora, Wang Chuanfu, consolida o país como um dos principais polos de inovação automotiva da empresa fora da Ásia. O investimento é inteiramente privado e faz parte da expansão global da BYD após a inauguração da maior fábrica de carros elétricos da marca fora do continente asiático, em Camaçari (BA).
Um novo polo de inovação automotiva no Rio
O novo centro da BYD será instalado em uma área estratégica, próxima à Coppe/UFRJ e ao Parque Tecnológico do Fundão, duas das mais importantes instituições de pesquisa do país.
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Essa localização permitirá parcerias acadêmicas e científicas voltadas à criação de tecnologias de direção autônoma, sensores inteligentes e sistemas de propulsão sustentável.
Segundo Eduardo Paes, o projeto representa um passo fundamental para reposicionar o Rio de Janeiro como referência em tecnologia aplicada à mobilidade.
Ele destacou que a chegada do centro de inovação também integra o plano de revitalização do Galeão, aproximando o aeroporto de iniciativas de desenvolvimento econômico e científico.
Por que o projeto ficou no Rio e não em Salvador
A decisão de instalar o centro de pesquisas no Rio foi tomada após negociações diretas entre a empresa e a prefeitura.
Inicialmente, a BYD planejava construir a unidade em Salvador, mas as conversas evoluíram para o Rio após a intermediação pessoal do prefeito, que já havia atuado como representante da empresa na América Latina entre 2017 e 2020.
De acordo com Stella Lee, vice-presidente da BYD para o mercado internacional, o prefeito conhecia de perto a tecnologia da empresa e demonstrou as vantagens logísticas e acadêmicas da cidade.
“Ele nos convenceu a trazer todo o centro de Pesquisa & Desenvolvimento para cá”, afirmou a executiva.
O centro carioca também incluirá um setor voltado à pesquisa de combustíveis flex, adaptado à realidade energética brasileira.
Expansão da BYD no Brasil
A iniciativa ocorre poucos meses após a BYD inaugurar sua primeira fábrica nacional, em Camaçari (BA), com investimento de R$ 5,5 bilhões e capacidade de produção anual de até 600 mil veículos elétricos.
A planta, construída no antigo complexo da Ford, é a maior da empresa fora da Ásia e será responsável pelo fornecimento de carros para o mercado interno e exportações para países da América Latina.
O movimento reforça a estratégia global da BYD de descentralizar a produção e investir em inovação local, criando sinergias entre pesquisa, fabricação e comercialização.
Com o novo centro no Rio, o Brasil passa a integrar o eixo global de desenvolvimento tecnológico da montadora, ao lado de polos na China, Japão e Europa.
Carros autônomos: o próximo salto tecnológico
O laboratório fluminense será voltado principalmente à pesquisa de veículos autônomos de diferentes níveis de automação, desde sistemas de assistência à direção até plataformas que operam sem intervenção humana.
Os testes incluirão inteligência artificial embarcada, sensores de percepção, radares e softwares de navegação.
A proposta é que o centro funcione como um ecossistema completo de inovação, capaz de gerar soluções aplicáveis tanto à frota de carros elétricos da marca quanto a outros segmentos de transporte urbano e logístico.
A BYD também pretende atrair startups e pesquisadores brasileiros para projetos conjuntos.
Significado econômico e simbólico
O anúncio da BYD representa um marco para o setor automotivo brasileiro, que busca reconectar-se a cadeias globais de inovação após anos de retração.
Para o Rio de Janeiro, o projeto simboliza a reocupação produtiva de uma área estratégica e a consolidação da cidade como polo de tecnologia verde e mobilidade inteligente.
O foco em carros que dispensam motoristas humanos coloca o país no radar de tendências de alto impacto econômico e científico, aproximando o Brasil das discussões internacionais sobre segurança, regulamentação e infraestrutura para veículos autônomos.