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Após Ford, Volkswagen e Toyota, chega a vez da Honda anunciar plano ambicioso de 8 trilhões de ienes para fabricar 2 milhões de carros elétricos por ano e desbancar a líder global Tesla

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 25/04/2022 às 10:44
Atualizado em 27/04/2022 às 10:30

Honda fecha parceria com a gigante global General Motors e espera chegar em 2030 produzindo 2 milhões de carros elétricos por ano, o dobro da Tesla, líder do segmento

Após montadoras norte-americanas, europeias ou asiáticas anunciarem seus planos de eletrificação, é hora da Honda, outra gigante global, apresentar sua estratégia de mobilidade eletrônica de planeja gastar 8 trilhões de ienes (US$ 64 bilhões). Hoje, a montadora japonesa mais que dobrou a meta: vão ser 30 modelos elétricos até 2030. As metas foram estabelecidas em uma apresentação da empresa em 12 de abril.

Assista ao vídeo abaixo e confira os planos ambiciosos que a japonesa planeja no mercado da eletrificação de veículos

A maior parte do investimento de 8 trilhões de ienes é destinada a tecnologias de eletrificação e software. Isso inclui cerca de 43 bilhões de ienes em uma linha de demonstração para a produção de baterias de estado sólido, prevista para começar em 2024.

Com isso, a Honda espera chegar em 2030 produzindo 2 milhões de carros elétricos por ano, o dobro do que a Tesla, líder do segmento, produz hoje. Para efeito de comparação, a Toyota pretende produzir 3,5 milhões de veículos do tipo por ano em 2030, e a Nissan quer que, até aquele ano, metade de toda sua produção já seja de elétricos.

Assim como a Toyota ou a VW, a Honda está planejando salto em tecnologias de bateria

Não será uma transição fácil para a fabricante de um dos motores de combustão interna mais potentes e confiáveis do mercado, que, para concretizar seus planos ambiciosos, fechou recentemente uma parceria EV com a GM em sua plataforma Ultium, que resultará no primeiro Acura elétrico. Também tem como objetivo desenvolver essa categoria unicórnio de carros elétricos abaixo de US$ 30.000 que a Tesla colocou em segundo plano, pois está de mãos cheias com um ainda não lançado modelo Cybertruck ou Roadster 2.

Em respeito à parceria com a gigante global GM, assim como a Toyota ou a VW, a Honda está planejando salto nas tecnologias atuais de bateria, e disse ao mercado que queria estabelecer uma linha de produção dedicada a veículos elétricos na América do Norte, onde também adquirirá baterias de Úlcio da General Motors Co. A marca japonesa também está considerando uma joint venture separada para a produção de baterias lá, além de sua parceria com a General Motors.

Esse é um objetivo bastante ambicioso, já que o maior fabricante de baterias EV CATL é bastante cético em relação a qualquer cronograma para a produção em massa de baterias de estado sólido que caia antes de 2030. Este é o ano que a maioria das montadoras legadas fixou como o momento decisivo para a eletrificação total de suas listas, e a Honda deixou de ser a última retida aqui, com o objetivo de ter 30 modelos EV até então, com dois milhões de unidades em volume de produção anual.

“Isso os coloca em boa companhia com muitos outros fabricantes que fizeram grandes anúncios de baterias […] em última análise, o mundo vai deixar os motores de combustão interna para trás”, disse Christopher Richter, analista da CLSA.

Honda diz que não pretende abrir mão dos carros híbridos, que unem motores à combustão com baterias elétricas

A Honda pretende, inclusive, ter uma fábrica de carros elétricos na América do Norte, onde irá também produzir as baterias Ultium, que foram desenvolvidas pela General Motors e agora estão sendo licenciadas para outras montadoras. 

A parceria com a General Motors também inclui o desenvolvimento de carros elétricos, conforme anunciado acima. Uma segunda parceria foi firmada com a Sony para o mesmo objetivo. Também está nos planos uma fábrica de baterias, independente da iniciativa com a GM.

Apesar do anúncio, a Honda diz que não pretende abrir mão dos carros híbridos, que unem motores à combustão com baterias elétricas. “De forma alguma este é o fim dos híbridos ou estamos substituindo os híbridos pelos EVs”, disse o CEO Toshihiro Mibe durante o anúncio. “Vamos melhorar nossos híbridos atuais e usá-los como uma arma nos nossos negócios”, declarou.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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