Chinês (Simplificado) 
Chinês (Tradicional) 
Inglês 
Francês 
Alemão 
Italiano 
Japonês 
Norueguês 
Espanhol 
5 min de leitura
0 comentários
Presidente do Carrefour Brasil, Pablo Lorenzo, apresenta plano ambicioso de crescimento no formato atacarejo, com investimentos que podem ultrapassar R$ 8 bilhões e dependem do cenário econômico nacional.
O Carrefour Brasil traçou uma estratégia agressiva de expansão que prevê a abertura de 120 novas unidades do Atacadão nos próximos cinco anos. O projeto representa um investimento superior a R$ 8 bilhões e consolida o atacarejo como principal motor de crescimento do grupo no país.
Pablo Lorenzo, que assumiu a presidência do Carrefour Brasil e da América Latina em julho de 2025, lidera a iniciativa. O executivo argentino possui mais de três décadas de experiência no grupo e histórico de expansão em diferentes mercados.
A magnitude do aporte financeiro, no entanto, está condicionada a fatores macroeconômicos. O investimento em novas unidades deve ultrapassar 8 bilhões de reais e “vai depender da taxa de juros e do nível de consumo”, conforme declaração do presidente durante apresentação estratégica.
-
O que essa cidade que não chega a 9 mil habitantes tem de especial para ser a escolhida para receber R$ 25 bilhões em uma megafábrica de celulose que vai gerar cerca de 20 mil empregos?
-
EUA condiciona ajuda de US$ 20 bilhões à Argentina à vitória de Milei nas eleições de domingo: ‘Se ele não vencer, estamos perdidos
-
Mais de 90% dos brasileiros usam Pix, e isso está mudando a economia inteira
-
Entenda por que medicamentos podem ficar até 60% mais caros em estado brasileiro: ICMS passa a usar preço médio de mercado (PMPF) e não mais margem de valor agregado
Atacadão se consolida como prioridade do grupo no Brasil
O Atacadão operava com 380 lojas de autosserviço e 34 unidades de atacado de entrega até o final de março de 2025, totalizando 414 unidades. A bandeira está presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, consolidando cobertura nacional.
O formato atacarejo combina dois modelos de negócio distintos. Atende tanto consumidores finais quanto pequenos e médios comerciantes, com foco em produtos de alto giro e política de preços competitiva. A estrutura permite operação enxuta e custos reduzidos.
Até 2027, a varejista planeja abrir 100 unidades e alcançar a marca de 470 lojas, segundo informações do CEO Marco Oliveira à EXAME. O cronograma prevê oito inaugurações no segundo semestre atual, com as demais 92 lojas distribuídas entre 2025 e 2026.
A estratégia de crescimento prioriza consolidação territorial. Em termos de porcentagem, 80% do plano é consolidação, abrindo a segunda ou a terceira loja naquela localidade. Os 20% restantes focam em novos mercados, especialmente cidades com até 80 mil habitantes que ainda não contam com unidades da rede.
Conversão de hipermercados acelera expansão
Parte significativa das novas lojas virá da transformação de unidades existentes. Há 40 lojas Carrefour candidatas à conversão, processo que já se mostrou eficaz em expansões anteriores.
A aquisição do Grupo Big, comprado por R$ 7,5 bilhões em 2022, e as despesas extraordinárias decorrentes das conversões das lojas Big em Carrefour, Atacadão e Sam’s Club impactaram os resultados do grupo. Apesar disso, as unidades convertidas apresentaram desempenho superior ao portfólio tradicional.
O modelo de conversão permite aproveitamento de infraestrutura existente, reduzindo custos e tempo de implementação. A estratégia se mostrou especialmente relevante após a incorporação das operações do Grupo BIG.
Fechamento de capital marca mudança estratégica
Em maio de 2025, o Carrefour Brasil (CRFB3) deixou definitivamente a B3, encerrando uma trajetória de oito anos no mercado de capitais brasileiro. A decisão transformou a operação brasileira em subsidiária integral da matriz francesa.
O fechamento do capital na B3 trouxe alívio à companhia, segundo o presidente Pablo Lorenzo. O executivo afirmou que a complexidade do mercado de capitais brasileiro exigia explicações excessivas sobre questões consideradas irrelevantes para a gestão operacional.
Para o presidente do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire, a saída da Bolsa permitirá à empresa tomar decisões com mais agilidade e reduzir a complexidade de processos internos. A estrutura de capital fechado deve proporcionar maior velocidade na execução das estratégias.
A operação ofereceu aos acionistas minoritários três alternativas: receber R$ 8,50 em dinheiro por ação, combinação de dinheiro e recibos de ações da matriz francesa, ou conversão total em BDRs. Os acionistas aprovaram a proposta com 59% dos votos a favor e 41% contra.
Serviços diferenciados ampliam competitividade
A empresa adota a estratégia de incluir serviços de padaria, açougue e frios (os chamados PAFs) na maioria das lojas. Das 372 unidades existentes, 157 já oferecem esses três tipos de atendimento.
A inclusão dos PAFs busca atrair consumidores do varejo tradicional. A cada 120 mil tíquetes, 20% consomem o PAF, demonstrando a relevância desses serviços para o modelo de negócio. Algumas unidades expandiram ainda mais a oferta, incluindo cafeterias, salões de beleza e praças de alimentação.
90% das novas lojas no plano de expansão virão com a conversão de energia para fotovoltaica. A medida visa reduzir custos operacionais, especialmente relevantes devido ao alto consumo de energia dos equipamentos de refrigeração necessários aos PAFs.
A política de preços também diferencia o Atacadão no mercado. Todas as lojas oferecem desconto a partir da terceira unidade de um produto, com valores entre 12% e 15% mais baixos que o varejo tradicional.
Reestruturação global inclui venda de operações na Argentina
Enquanto expande no Brasil, o Carrefour realiza movimento oposto em outros mercados. A casa matriz de Carrefour na França decidiu iniciar a busca de um posível comprador para seu negócio na Argentina.
Em julho de 2025, o Carrefour anunciou a venda de suas 700 lojas na Argentina. A operação faz parte de reestruturação global que visa concentrar investimentos em mercados considerados prioritários: França, Espanha e Brasil.
O Deutsche Bank foi contratado para avaliar o negócio e identificar possíveis compradores. O valor estimado das propostas varia entre US$ 800 milhões e US$ 1,5 bilhão, abaixo da avaliação inicial de até US$ 2 bilhões.
O Deutsche Bank recebeu siete ofertas para comprar Carrefour Argentina, incluindo grupos locais como Coto, Cencosud e Francisco de Narváez, além de fundos de investimento internacionais. As negociações avançam para fase de auditoria detalhada dos ativos.
A saída reflete dificuldades enfrentadas por multinacionais em ambientes econômicos instáveis. A estratégia de focar em mercados mais seguros busca reduzir riscos e aumentar rentabilidade global da companhia.
Brasil se mantém como mercado estratégico
O novo CEO do Carrefour no Brasil assume uma operação com mais de 1.000 lojas, que emprega 130 mil pessoas e atende 60 milhões de consumidores por mês. A companhia possui área total de 3,1 milhões de metros quadrados no país.
Somente no primeiro trimestre de 2025, o grupo registrou R$ 28,8 bilhões em vendas consolidadas. Os números reforçam a importância do mercado brasileiro para a estratégia global do Carrefour.
A empresa também investe na digitalização de canais, com o e-commerce representando 9,3% das vendas em 2025. A ampliação de serviços nas lojas reforça competitividade também no canal B2C.
O plano de expansão do Atacadão representa aposta significativa no formato atacarejo, que continua apresentando crescimento no mercado brasileiro. A consolidação territorial e a conversão de hipermercados permitem avanço acelerado com aproveitamento de infraestrutura existente.
E você, acredita que o formato atacarejo continuará dominando o varejo brasileiro ou os supermercados tradicionais encontrarão maneiras de reconquistar espaço? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe sua experiência com esse modelo de compras que mistura atacado e varejo!
Seja o primeiro a reagir!