Após escândalos e anos de afastamento, os irmãos Batista reassumem o comando da J&F, expandem negócios bilionários e voltam ao centro do poder empresarial.
Os irmãos Batista estão novamente no controle da J&F Investimentos, holding que lidera empresas como a JBS, Banco Original, PicPay e Ambar Energia. Depois de protagonizarem um dos maiores escândalos políticos e econômicos da década passada, Joesley e Wesley retomaram cargos estratégicos e voltaram a se expor publicamente, impulsionando negócios e ampliando sua influência.
A volta dos irmãos Batista marca uma reviravolta que une estratégia empresarial, expansão internacional e disputas bilionárias resolvidas, reposicionando a família no topo do cenário corporativo brasileiro. Entre os marcos, estão a listagem da JBS na Bolsa de Nova York e o acordo de US$ 2,7 bilhões que encerrou a disputa pela Eldorado Brasil.
O retorno estratégico dos irmãos Batista ao comando
Em 2024, os irmãos Batista voltaram a ocupar cadeiras no Conselho de Administração da JBS e reassumiram protagonismo na gestão da holding. Ao mesmo tempo, passaram a marcar presença em eventos de alto nível, conceder entrevistas e manter perfis ativos nas redes sociais.
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Joesley, mais ativo, usa LinkedIn e Instagram para mostrar bastidores e negócios. Wesley, mais discreto, atua no LinkedIn. Essa postura é oposta ao silêncio adotado após o “Joesley Day”, em 2017, quando delações envolvendo o então presidente Michel Temer geraram colapso no mercado financeiro.
Movimentos bilionários e expansão internacional
A listagem da JBS na Bolsa de Nova York, planejada pelos irmãos Batista desde 2009, ampliou o acesso a crédito internacional e fortaleceu seu controle acionário. A empresa, dona de marcas como Seara, Swift e Friboi, agora aposta mais em produtos processados e de marca, reduzindo a dependência de commodities.
Outro passo decisivo foi o encerramento da disputa pela Eldorado Brasil. Com um acordo de US$ 2,7 bilhões, os irmãos puseram fim a um litígio iniciado em 2018 contra a Paper Excellence, envolvendo quebra de contrato, espionagem corporativa e disputa por terras.
Diversificação além da carne
Nos últimos anos, a J&F dos irmãos Batista entrou em novos setores estratégicos. Em 2022, criou a LHG Mining ao comprar minas de minério de ferro e manganês da Vale. O negócio recebeu R$ 3,7 bilhões do BNDES para modernizar sua logística fluvial, incluindo balsas e empurradores.
No setor de energia, a Ambar Energia comprou usinas termelétricas da Eletrobras e hidrelétricas da Cemig. Em óleo e gás, a aquisição da Fluxos expandiu operações na Argentina e Bolívia. Essas movimentações consolidam um portfólio que hoje inclui oito empresas e presença em mais de 20 países.
A nova geração já se posiciona
O provável futuro comandante global da JBS é Wesley Batista Filho, atual CEO da operação norte-americana. Com 33 anos, ele é visto como peça-chave para manter a JBS competitiva e globalizada.
Henrique Batista, no setor de pescados, e José Antônio Batista Costa, no conselho do PicPay, também já ocupam posições estratégicas. Essa transição garante continuidade familiar, mas adiciona visão mais moderna e internacional aos negócios.
Passado ainda levanta questionamentos
Embora os irmãos Batista tenham reconquistado protagonismo e expandido seus negócios, o histórico de financiamentos bilionários do BNDES e as acusações de corrupção ainda pesam. A relação com o poder público continua sendo um ponto sensível para analistas e investidores.
Mesmo assim, a J&F segue crescendo como uma potência global, com a JBS consolidada como uma das maiores empresas de alimentos do mundo e novos investimentos estratégicos em andamento.
E você, acredita que o retorno dos irmãos Batista é positivo para a economia brasileira ou representa riscos pela influência política? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha de perto esse cenário.