A Marsam Refinadora, após ter sofrido uma investigação relâmpago, pode estar associada ao garimpo de ouro ilegal na Amazônia
De acordo com informações do site Repórter Brasil, a Marsam Refinadora, responsável por processar ouro ilegal de empresas investigadas por comprarem o metal extraído ilegalmente de terras indígenas brasileiras, foi descredenciada da RMI (Responsible Minerals Initiative) e deixou de ser considerada confiável para vender ouro para cerca de 300 empresas da bolsa de valores dos EUA.
A retirada da Marsam refinadora da lista de fornecedores credenciados pela RMI acontece menos de três meses após investigação inédita da Repórter Brasil mostrar que ouro ilegal de terras indígenas chegam às quatro marcas mais valiosas do mundo: Apple, Google, Microsoft e Amazon.
Elas e outras multinacionais usam a lista da RMI para escolherem seus fornecedores do metal. Durante a investigação, a Apple havia anunciado que deixaria de comprar da Marsam refinadora, após os questionamentos enviados pela reportagem.
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A UTILIZAÇÃO DE OURO ILEGAL
Remoção do selo de qualidade
A refinadora brasileira foi retirada da lista de fornecedores credenciados de forma discreta, de acordo com o que mostrou a AP na manhã da quarta-feira, 5. A RMI confirmou o descredenciamento, porém não detalhou os motivos.
“Embora não possamos fornecer detalhes de avaliações e constatações específicas devido a acordos de confidencialidade, os auditados individuais podem compartilhar seus próprios resultados de auditoria.” Após ser procurada para prestar esclarecimentos, a Marsam refinadora não respondeu às perguntas enviadas pela reportagem.
Também, o Google afirmou via assessoria de imprensa, que não comentaria sobre o assunto. Microsoft e Amazon não se pronunciaram.
Obrigação de apresentar fornecedores de ouro
Os Estados Unidos aprovou, no ano de 2010, uma lei obrigando todas as empresas listadas na Bolsa de Valores a apresentarem um relatório anual de seus fornecedores de ouro, estanho, tungstênio e tântalo.
O objetivo é evitar a compra de ouro ilegal de empresas que alimentam conflitos, como ocorreu na guerra civil da República Democrática do Congo, onde a exploração mineral ainda financia grupos armados.
Por conta dessa lei, foi criada a RMI, que tem como objetivo garantir uma maior transparência para o setor de mineração, “buscar engajamento corporativo sustentável” e realizar auditorias para combater violações de direitos humanos, lavagem de dinheiro e compra de ouro ilegal, de acordo com o site da organização.