1. Início
  2. / Energia Renovável
  3. / Após crise na Americanas, Aeel destaca preocupação quanto a possíveis problemas no setor elétrico e riscos à Eletrobras
Tempo de leitura 3 min de leitura

Após crise na Americanas, Aeel destaca preocupação quanto a possíveis problemas no setor elétrico e riscos à Eletrobras

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 20/01/2023 às 15:52
A ex-estatal possui alguns acionistas em comum com a Americanas, que acaba de sofrer uma grande crise econômica. A Aeel está preocupada com a possível influência desse modelo de gestão na Eletrobras e as consequências no setor elétrico.
Foto:Shutterstock

A ex-estatal possui alguns acionistas em comum com a Americanas, que acaba de sofrer uma grande crise econômica. A Aeel está preocupada com a possível influência desse modelo de gestão na Eletrobras e as consequências no setor elétrico.

Após a grande crise anunciada pela Americanas nas últimas semanas, diversos setores do mercado nacional se movimentam em busca de estabilidade. Na última terça-feira, (17/01), a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) chamou a atenção para o futuro da ex-estatal. Isso, pois a Eletrobras conta com um grupo de acionistas em comum com a companhia, colocando em risco os próximos passos da gestão. Uma possível crise no setor elétrico é a principal preocupação da associação.

Aeel da Eletrobras se preocupa com influência do modelo de gestão atual da empresa e problemas no setor elétrico após crise na Americanas

O mercado nacional assistiu nas últimas semanas uma das maiores crises anunciadas no país, a dívida de quase R$ 40 bilhões anunciada pela Americanas.

Dessa forma, uma série de empresas com acionistas em comum com a varejista iniciou um processo de reanálise e reestruturação de suas administrações, visando evitar uma possível crise.

Entre as empresas que possuem o mesmo grupo de acionistas da varejista, está a ex-estatal Eletrobras.

A 3G Radar, maior acionista preferencial da Eletrobras, tem como sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, principais acionistas da Americanas.

A Aeel da companhia se manifestou recentemente, anunciando estar preocupada com o futuro da gestão da empresa após a crise na Americanas.

Uma possível quebra da Eletrobras traria incontáveis influências ao setor elétrico nacional, com danos irreparáveis.

Após a privatização da Eletrobras, em julho do ano passado, a companhia 3G Radar ficou como o maior acionista preferencial da ex-estatal, com 10,88%, acima da BNDESP (6,68%), além do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que possui 6,52% das ações preferenciais.

A Aeel destaca que os acionistas da 3R Radar possuem uma visão de curto prazo quanto à gestão da empresa, assim como aconteceu com a Americanas.

Assim, essa se tornaria uma preocupação no setor elétrico a longo prazo, tendo em vista a crise ocorrida na varejista.

“O novo escândalo contábil acende o sinal amarelo para a Eletrobras e deve servir de alerta ao novo governo brasileiro. Está cada vez mais claro que esse modelo de gestão produz apenas resultados de curtíssimo prazo, levando a grandes desastres em médio e longo prazo”, afirmou a Aeel.

Aeel destaca reformulações internas em documento enviado à imprensa e alerta para possíveis riscos ao setor elétrico

A Aeel anunciou, em documento recente, que o Conselho de Administração da Eletrobras, aprovou recentemente uma nova política de recompra de ações e alterou sua política de pagamento de dividendos.

A aprovação havia acontecido sob a influência da 3G Radar, dos mesmos acionistas da Americanas. 

“Além disso, agraciou seus executivos com aumentos de 400% e adotou um novo método para premiar seus executivos com uma remuneração variável baseada em ações. Importa apenas a busca por lucros, dividendos e bônus no curtíssimo prazo”, disse a associação.

Preocupando ainda mais a entidade quanto a uma crise no setor elétrico, a associação afirmou que, assim como a Eletrobras, a Americanas também passou por um aumento de capital.

Ela ainda alerta para o possível envolvimento dos executivos da companhia e dos auditores da empresa, a PwC, avalizadora da privatização da Eletrobras, em razão dos acionistas em comum.

Apesar disso, a Aeel não pode se movimentar mais do que já está fazendo para evitar uma possível crise no setor elétrico causada pela gestão dos acionistas da Americanas na Eletrobras.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

Compartilhar em aplicativos