A ex-estatal possui alguns acionistas em comum com a Americanas, que acaba de sofrer uma grande crise econômica. A Aeel está preocupada com a possível influência desse modelo de gestão na Eletrobras e as consequências no setor elétrico.
Após a grande crise anunciada pela Americanas nas últimas semanas, diversos setores do mercado nacional se movimentam em busca de estabilidade. Na última terça-feira, (17/01), a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) chamou a atenção para o futuro da ex-estatal. Isso, pois a Eletrobras conta com um grupo de acionistas em comum com a companhia, colocando em risco os próximos passos da gestão. Uma possível crise no setor elétrico é a principal preocupação da associação.
Aeel da Eletrobras se preocupa com influência do modelo de gestão atual da empresa e problemas no setor elétrico após crise na Americanas
O mercado nacional assistiu nas últimas semanas uma das maiores crises anunciadas no país, a dívida de quase R$ 40 bilhões anunciada pela Americanas.
Dessa forma, uma série de empresas com acionistas em comum com a varejista iniciou um processo de reanálise e reestruturação de suas administrações, visando evitar uma possível crise.
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Entre as empresas que possuem o mesmo grupo de acionistas da varejista, está a ex-estatal Eletrobras.
A 3G Radar, maior acionista preferencial da Eletrobras, tem como sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, principais acionistas da Americanas.
A Aeel da companhia se manifestou recentemente, anunciando estar preocupada com o futuro da gestão da empresa após a crise na Americanas.
Uma possível quebra da Eletrobras traria incontáveis influências ao setor elétrico nacional, com danos irreparáveis.
Após a privatização da Eletrobras, em julho do ano passado, a companhia 3G Radar ficou como o maior acionista preferencial da ex-estatal, com 10,88%, acima da BNDESP (6,68%), além do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que possui 6,52% das ações preferenciais.
A Aeel destaca que os acionistas da 3R Radar possuem uma visão de curto prazo quanto à gestão da empresa, assim como aconteceu com a Americanas.
Assim, essa se tornaria uma preocupação no setor elétrico a longo prazo, tendo em vista a crise ocorrida na varejista.
“O novo escândalo contábil acende o sinal amarelo para a Eletrobras e deve servir de alerta ao novo governo brasileiro. Está cada vez mais claro que esse modelo de gestão produz apenas resultados de curtíssimo prazo, levando a grandes desastres em médio e longo prazo”, afirmou a Aeel.
Aeel destaca reformulações internas em documento enviado à imprensa e alerta para possíveis riscos ao setor elétrico
A Aeel anunciou, em documento recente, que o Conselho de Administração da Eletrobras, aprovou recentemente uma nova política de recompra de ações e alterou sua política de pagamento de dividendos.
A aprovação havia acontecido sob a influência da 3G Radar, dos mesmos acionistas da Americanas.
“Além disso, agraciou seus executivos com aumentos de 400% e adotou um novo método para premiar seus executivos com uma remuneração variável baseada em ações. Importa apenas a busca por lucros, dividendos e bônus no curtíssimo prazo”, disse a associação.
Preocupando ainda mais a entidade quanto a uma crise no setor elétrico, a associação afirmou que, assim como a Eletrobras, a Americanas também passou por um aumento de capital.
Ela ainda alerta para o possível envolvimento dos executivos da companhia e dos auditores da empresa, a PwC, avalizadora da privatização da Eletrobras, em razão dos acionistas em comum.
Apesar disso, a Aeel não pode se movimentar mais do que já está fazendo para evitar uma possível crise no setor elétrico causada pela gestão dos acionistas da Americanas na Eletrobras.